Ex-desenhista botânico do Inpa expõe “Curvas do Tempo” na Câmara Municipal de Manaus

Nos corredores da Casa Legislativa, Jorge Palheta está com a exposição de dez telas que utilizam linguagem impressionista e abstrata. Os interessados podem adquirir as obras com o próprio artista plástico

Da redação da Ascom

Com dez telas que seguem uma linguagem mais abstrata e impressionista, o artista plástico Jorge Palheta, 60, continua até a próxima quinta-feira (10) com a exposição “Curvas do Tempo”, na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Palheta atuou na década de 1970 no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/ MCTI) na função de desenhista botânico, e nos últimos anos deixou a temática ecológica, embora ela ainda o inspire.

“Hoje todo mundo pinta paisagens amazônicas e eu preferi buscar outras formas plásticas de comunicação, seguindo algo mais modernista e com cores vibrantes”, contou o artista, que já teve obras expostas no exterior, como Colômbia e Venezuela.

Nesta exposição, as telas de Palheta trazem traços da vida urbana e da antropologia, mas deixa o espectador elaborar as suas impressões. Há gravuras com pintura em acrílico sobre papel e acrílico sobre tela.

Segundo Palheta, a Curvas do Tempo retrata as “coisas que nos rodeiam, tendo inclusive a ampulheta como símbolo”. “Um dos trabalhos é o Palhaço Azul, que mostra a alegria, aquele saltimbanco que todos temos dentro de nós”, contou.

No Inpa, Palheta trabalhou cinco anos (1975 -1980) como desenhista botânico, fazendo ilustrações de plantas e também de insetos, através de uma técnica chamada pontilhismo. Após observar o “objeto” a ser desenhado no microscópio, Palheta desenhava o que via numa prancheta de papel de 30 x40 cm.

“Acho que fiz mais de 2 mil desenhos científicos para os pesquisadores, para a revista Acta da Amazônia e para as defesas de tese. Tem desenho meu até no Instituto Max Planck da Alemanha”, contou o artista.

Foi nessa época que Palheta conheceu o professor Samuel Benchimol para o qual fez 30 ilustrações publicadas na clássica obra “Amazônia: uma pouco-antes e além-depois” (1977).

Todas as telas da mostra, que teve início no dia 10 de setembro, estão à venda, com preços variando de R$ 1,5 mil a R$ 3 mil. Mais informações podem ser obtidas com o próprio artista, pelos telefones (92) 3663-0397/ 8109-6481. Veja algumas obras expostas aqui.

A exposição na Casa Legislativa é um projeto da Comissão de Acervo da CMM, que busca incentivar e divulgar o trabalho de artistas não somente locais.