Inpa adquire equipamentos de alta resolução para análises químicas de produtos naturais
A Central Analítica do Laboratório Temático de Química de Produtos Naturais inaugurada oficialmente nesta quarta-feira está equipada com espectrômetros de massa e ressonância magnética Nuclear de 300 MHz
Por: Cimone Barros
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/ MCTI) inaugurou oficialmente nesta quarta-feira (2) a Central Analítica do Laboratório Temático de Química de Produtos Naturais (CA-LTQPN), estruturado com equipamentos de última geração e alto desempenho que visam acelerar a produção científica, treinar pessoal qualificado e colaborar com os cursos de pós-graduação e com outras instituições de pesquisas.
O investimento nos equipamentos é de aproximadamente R$ 2,2 milhões adquiridos com verba do Ministério do Planejamento, por meio do projeto Grandes Vultos.
Segundo o diretor do Inpa, Adalberto Val, paralela a aquisição dos equipamentos de alta performance, o instituto está treinando pessoal para operá-los, com vistas a ter mais estudantes e melhor treinados, além de mais informações competitivas no mundo acadêmico. “O retorno esperado disso é maior robustez nos resultados científicos e maior competitividade nos nossos produtos no âmbito acadêmico de uma maneira geral”.
De acordo com um dos coordenadores do comitê administrativo do CA-LTQPN, Sérgio Nunomura, o Inpa adquiriu cinco equipamentos oriundos da Alemanha e do Japão, sendo dois acoplados entre si: cromatógrafo líquido de alta eficiência ligado com espectrômetro de massa micrOTOF Q-II (alta resolução), cromatógrafo líquido com espectrômetro de massa Amazon Speed (fragmentação) e espectrômetro de ressonância magnética nuclear modelo Fourier 300 (300 MHz para análises rotineiras).
“Esses equipamentos vão atender especialmente a demanda de determinação estrutural de micromoléculas de plantas reduzindo os tempos de análise de dois meses aproximadamente para uma semana em média”, disse Nunomura.
Antes, os pesquisadores e estudantes da pós-graduação precisavam mandar os extratos e as substâncias isoladas das plantas para outras instituições, como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal do Ceará (UFC), para concluir o estudo iniciado no Inpa. A expectativa de Nunomura agora é fazer 90% desse trabalho em casa.
Os outros 10% das elucidações estruturais de substâncias químicas continuarão a ser feitas em parceria com esses outros institutos. Outras vantagens dos equipamentos é a possibilidade do acesso direto e com isso treinar melhor os alunos da pós-graduação, já que eles poderão acompanhar o técnico ou eles mesmos serem treinados para realizar as análises, e ainda oferecer serviços para o público externo.
Para a técnica gestora do CA-LTQPN, Zelina Torres, um químico de produtos naturais passa de seis meses a um ano trabalhando na bancada para conseguir isolar uma substância, mas depois ele precisa saber qual é a substância precisa. E para isso, é necessário fazer espectros de ressonância magnética nuclear e obter as massas do composto, através dos espectrômetros de massa.
“Eles vão me dizer através de análises nesses equipamentos, além da elucidação estrutural e a massa exata, qual a constituição química dessas substâncias, ou seja, quantos C (carbono), H (hidrogênio), O (oxigênio) entre outros heteroátomos, tenho na minha substância isolada (metabólito secundário) dessa planta. RMN e LC-MS-MS são os principais equipamentos para a elucidação estrutural de moléculas, embora não sejam os únicos para garantir a estrutura proposta”, explicou Torres.
O laboratório começou a funcionar internamente em abril, mas só foi inaugurado oficialmente nesta quarta-feira. De abril a setembro, já foram realizadas mais de 300 análises por RMN e 150 por EM.
Saiba Mais
Além de Zelina Torres, o CA-LTQPN tem outros dois técnicos: Sabrina Morais e Magno Muniz, recentemente contratados pelo Concurso Público do Inpa. Já o grupo que está no comitê administrativo da central é formado pelos pesquisadores Adrian Pohlit, Cecilia Nunez, Maria da Paz Lima e Sergio Nunomura.
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