Circuito da Ciência do Inpa atrai estudantes e famílias para atividades de divulgação científica
No último sábado de cada mês, o Instituto realiza para estudantes de ensino fundamental e médio visitas guiadas, exposições, oficinas, ações educativas e culturais
Por Cimone Barros
Cerca de 500 pessoas entre estudantes de escolas públicas, acadêmicos e visitantes em geral participaram na manhã deste sábado (28) da 7ª edição do ano do Circuito da Ciência, projeto promovido pelo Instituto Nacional de Pesquisas das Amazônia (Inpa/ MCTI). O objetivo é levar à comunidade a socialização do conhecimento científico e tecnológico produzido no Instituto, por meio da popularização da ciência e da educação ambiental.
Uma série de atividades lúdicas, educativas, esportivas e culturais são desenvolvidas no Bosque da Ciência, um espaço de 13 hectares (o equivalente a 13 campos de futebol), localizado dentro das dependências do Inpa, no Aleixo. O visitante dispõe de oficinas, exposições científicas, jogos educativos, apresentações culturais (música e teatro), além de toda a composição da biodiversidade, que por si chama a atenção.
Para Raquel Gomes, 12, aluna da Escola Estadual Professor Reinaldo Thompson, localizada no bairro Coroado I, a experiência mais interessante foi manusear a aranha caranguejeira, na oficina de invertebrados terrestres vivos.
De acordo com a pesquisadora do Inpa, Elisiana Pereira de Oliveira, o animal tem aspecto agressivo, mas é dócil, apesar de todas as aranhas serem venenosas. “Estou estudando sobre as aranhas na escola e já vim certa de que iria tocar nelas. Foi uma sensação ótima, apesar do arrepio”, disse Gomes.
Nesta edição, além da Reinaldo Thompson, outras escolas convidadas participaram do evento, como a Escola Estadual Mestre Otílio (Colônia Oliveira Machado), e as Escolas Municipais Ana Maria de Souza Barros (Mauzinho) e Aristóteles Comte de Alencar (Armando Mendes).
“As crianças estão maravilhadas. Quando chegamos, elas viram um macaquinho e não pararam de tirar foto. Muitas estão vendo esses bichos pela primeira vez”, contou a professora da Escola Mestre Otílio, Luzenita Melo, 56.
Os peixes-bois e ariranhas, que são mamíferos aquáticos, também ganharam muitas “clicadas” de crianças e adultos. João Victor Almeida, 3, é assíduo no Bosque da Ciência com a mãe, a servidora pública, Malba Almeida, 40.
Perto do tanque dos peixes-bois, João não parava de acompanhar os movimentos dos animais e disparava uma pergunta atrás da outra. “Mãe, o peixe boi pequeno dormiu? Tia Regi (Regiane), por que ele fez cocô na casa dele”, disparou o pequeno João Victor.
O Circuito da Ciência ocorre uma vez por mês, sempre aos sábados, das 8h às 17h. O projeto existe há 14 anos e nesse período mais de 180 escolas da rede pública de ensino, englobando cerca de 50 mil pessoas entre crianças, jovens e adultos, conheceram o espaço físico e as produções científicas do Inpa, desenvolvidas com o caráter sociocientífico e cultural.
“Antes o Inpa era visto como uma base científica de portas fechadas. Há quase duas décadas mudamos isso e hoje o Inpa abre suas portas aos sábados, o que não é comum numa instituição pública, aproximando-se da comunidade e fazendo difusão científica”, disse o coordenador do Bosque da Ciência e do Circuito da Ciência, Jorge Lobato.
“O ambiente é muito bonito e o projeto muito interessante, principalmente pelo papel voltado à educação ambiental”, disse a bióloga Andréia Conceição, 21, que mora em Boa Vista (RR) e estava numa visita técnica ao Bosque como parte da programação do II Simpósio Internacional de Botânica Aplicada (SINBOT) e o II Simpósio Nacional de Frutíferas e Ornamentais do Norte e Nordeste (SINFAN).
Atividades
Na programação do Circuito da Ciência constam oficinas educativas e exposições de malária e dengue, leishmaniose, invertebrados terrestres vivos, abelhas das orquídeas, insetos aquáticos, jogos educativos do Laboratório de Psicologia e Educação Ambiental (Lapsea), Herbário e Carpoteca (local onde se guardam frutos) – A Floresta em uma Biblioteca.
Parceiros do Inpa no projeto também desenvolverão outras atividades demonstrativas, como recursos hídricos, saúde bucal – parceria Universidade Federal do Amazonas (UEA) e Universidade Federal do Amazonas (Ufam) -, Clube de Ciências (Ufam), Sala de Ciências (Sesc), gestão de resíduos (Moto Honda), com Posição Certa (UniniltonLins), Com Postura e workshop sobre turismo no Amazonas (Fametro), Exposição de Produtos Reaproveitáveis e Jogos Ambientais (Semmas), Coleta Seletiva (Semulsp), Manaus Ambiental.
Além dos projetos Despertando a Consciência (Uninorte), Pirogravuras em Papel Reciclado, Grupo de Escoteiro Amazonas, “As Funções dos Parques Urbanos da Cidade de Manaus” (E.M. Carolina Perolina Raimunda Almeida - São José Operário, PCE).
O Bosque da Ciência do Inpa está localizado na rua Otávio Cabral, Petrópolis, via ao lado da Avenida André Araújo, Aleixo, zona centro sul de Manaus (AM).
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