Estudo analisa adaptabilidade de palmeiras da Amazônia para atender mercado de paisagismo
O Laboratório de Estudos em Palmeiras do Inpa (LABPALM/ Inpa) está criando protocolos para o cultivo em escala comercial de dez palmeiras, entre elas açaí- do-amazonas, buriti, caiaué, piaçava brava e paxiubinha
Por Cimone Barros
A utilização de palmeiras de açaí e buriti ainda é bem incipiente nos projetos de paisagismo de casas, condomínios, canteiros públicos e shopping centers na Amazônia, que é dominado, em termos de palmeiras, pelas exóticas. Para a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/ MCTI), a bióloga Ires Miranda, o entrave principal da produção em larga escala de palmeiras ornamentais nativas visando o mercado de paisagismo é a adaptabilidade dessas plantas às condições extremas da cidade.
De acordo com a pesquisadora, o Laboratório de Estudos em Palmeiras (LABPALM/ Inpa) está criando protocolos para o cultivo em escala comercial de dez palmeiras para inseri-las no mercado de palmeiras ornamentais, como açaí do Amazonas (Euterpe precatoria), buriti (Mauritia flexuosa), caiaué (Elaeis oleifera), piaçava brava (Barcella odora) e paxiubinha (Iriartella). Na Amazônia brasileira existem cerca de 200 espécies de palmeiras.
“Os protocolos são observância desde a coleta da semente, práticas culturais, estética, adaptabilidade a condições extremas e produção de mudas sustentáveis”, explicou Miranda, que apresentou o estudo ‘Análise do Cultivo de Palmeiras Ornamentais’, nesta sexta-feira (27), no II Simpósio Internacional de Botânica Aplicada (SINBOT) e o II Simpósio Nacional de Frutíferas e Ornamentais do Norte e Nordeste (SINFAN), que acontece na Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Desenvolvida há dois anos, a pesquisa ainda está em fase experimental. Ela busca estudar a fisiologia e a bioquímica da semente da palmeira para avaliar o potencial de germinabilidade em condição de laboratório, observando temperatura adequada, substrato e suscetibilidade a pragas e doenças. Além disso, faz o monitoramento do crescimento de mudas versus mortalidade e sobrevivência para poder adaptá-las a condições de temperaturas extremas.
“A adaptabilidade a condições extremas significa que posso colocar a palmeira desde uma calçada até um vaso de planta, dependendo das especificidades de cada espécie”, disse Miranda.
Mais pesquisas
No hall de trabalhos do II SINBOT e do II SINFAN, 11 pesquisadores do Inpa apresentaram seus estudos desenvolvidos na Instituição. Entre eles estão Plantas Aquáticas: potencial para paisagismo e recuperação ambiental, de Edelcílio Barbosa; Entomologia Agrícola, de Beatriz Teles; Hortaliças alternativas para a Amazônia e o seu potencial para o agronegócio, de Carlos Bueno; e Recursos genéticos da Amazônia, de Luiz Antônio de Oliveira.
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