Inpa realiza exposição Mitos e Verdades sobre os aracnídeos, em centro de compras da Zona Leste de Manaus (AM)
Até a próxima sexta-feira, o visitante poderá conferir de perto aranhas caranguejeiras, besouros e insetos da coleção do Laboratório de Invertebrados Terrestres do Instituto
Por Cimone Barros
As aranhas são animais que assustam muita gente, mas boa parte desse “medo” é infundado. Para esclarecer sobre as diferenças e funções dos aracnídeos e dos insetos no ecossistema, o Laboratório de Invertebrados Terrestres do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) está com a exposição “Mitos e Verdades sobre os aracnídeos”. A mostra gratuita fica até sexta-feira (27), das 10h às 18h, no UAI Shopping São José, localizado na Avenida Alameda Cosme Ferreira, zona leste de Manaus (AM).
Uma equipe de oito pessoas do laboratório se reveza na exposição de invertebrados terrestres vivos e animais empalhados.No espaço, o visitante terá a oportunidade de ver e até manusear aranhas caranguejeiras.
Conhecer para conservar
De acordo com a pesquisadora do Inpa, Elisiana Pereira de Oliveira, a proposta é mostrar que esses animais são vulneráveis e podem ser até extintos se as pessoas não perderem o medo deles, por achar que os animais vão atacá-las.“Apesar do aspecto agressivo da aranha caranguejeira, elas são dóceis, facilmente manipuláveis (apenas por pessoas treinadas), mas todas são venenosas”, explicou a pesquisadora.
Segundo Oliveira, aquelas aranhas que não são peludas são as mais perigosas. É o caso, por exemplo, da aranha phoneutria, também conhecida como aranha-macaco ou aranha-de-bananeira. Ela tem hábito domiciliar e quando ameaçada assume a posição de ataque e, se continuar a ameaça, é capaz de picar.
“Esse é um veneno que pode causar a morte de crianças de até dois anos. Nas pessoas com mais idade também tem de ter cuidado. Se aparecer vômito, alteração da pressão arterial, a pessoa tem de ser levada para o hospital porque pode ser fatal”, contou a pesquisadora.
A vendedora Sandra Teixeira Machado, 43, aproveitou a ida ao shopping e passou na exposição. “Foi muito bom, porque quando a gente é picado por um inseto, a gente costuma passar álcool. Aqui eu descobri que temos de dissolver o sal em água e passar no local para neutralizar a alergia”, contou.
Durante a exposição, o visitante poderá conhecer de perto dez aranhas caranguejeiras, seis tipos de besouros, além de odonatas (jacinta, libélula), ambiplígios (da classe arachnida), lepidópteros (mariposa), hemípteros (percevejo) e a jequitiranaboia, que é um homóptero, como as cigarras, e que a população ribeirinha acredita que elas matam as árvores. A jequitiranaboia possui uma falsa cabeça, parece de jacaré, e serve para manter os predadores longe.
“Na realidade, as ninfas (formas imaturas) dos homópteros vivem embaixo da terra e sugam a seiva das árvores, mas não chegam a matar uma árvore porque precisaria de milhares de indivíduos para fazer isso”.
A principal função dos invertebrados é a decomposição de matéria orgânica, com a posterior liberação de nutrientes para o solo. Cada família desenvolve uma função específica e no caso dos aracnídeos todos são predadores e limitam a população de outros invertebrados que reproduzem de forma muito rápida.
A exposição acontece no Espaço da Cidadania Ambiental (ECAM), que fica dentro do Uai Shopping São José. Coordenado pela Vara Especializada do Meio Ambiente e Questões Agrárias (Vemaga) do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), o espaço tem a missão de orientar a população sobre a importância da conservação ambiental.
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