Comissão técnica do Inpa avaliará árvore centenária
Pesquisadores farão levantamento da real situação da estrutura da tanibuca de 600 anos, que há pelo menos 20 tem o mesmo comportamento, segundo pesquisador Carlos Bueno
Por Cimone Barros
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) irá formar uma comissão técnica de pesquisadores para avaliar a estrutura física de uma unidade centenária da tanimbuca (Buchenavea huberii) e os riscos dela cair. A árvore de 600 anos que dá nome a Ilha da Tanimbuca, no Bosque da Ciência, está com cerca de 50% do tronco oco.
Segundo o coordenador de extensão do Instituto, Carlos Bueno, nos últimos anos, o Inpa faz acompanhamento de fenologia da árvore (comportamento das atividades biológicas, como está a vida da planta) e a situação dela é praticamente a mesma.
Agora, para aumentar a segurança, adotará outras medidas preventivas para afastar qualquer risco. Atualmente, quando há chuva ou ventos mais fortes, o instituto evita desenvolver atividades de visita no local. O Bosque da Ciência recebe cerca de 140 mil visitantes por ano.
“Vamos convidar também o Corpo de Bombeiros para fazer parte dessa comissão e tentar encontrar uma empresa da construção civil para apadrinhar a tanimbuca e desenvolver essa tecnologia, incluindo os custos das medidas de proteção e sustentação”, disse o Bueno.
Engenheiros florestais, civil, agrônomos e biólogos do Instituto deverão fazer parte da comissão técnica que fará o levantamento da real situação da árvore. Os integrantes ainda serão definidos. Paralelo ao trabalho dos pesquisadores, o instituto buscará experiências de outros lugares que podem ser aproveitadas.
Conforme Bueno, há mais de 30 anos Curitiba (PR) desenvolve atividades com recursos florestais dentro da cultura de preservação e Museu Paraense Emilio Goeldi, em Belém, também acumula experiência nessa área. Ambos serão consultados.
“Para preservar, eles já tiverem que colocar concreto em árvore, cimento, pedra, segurá-la com estais de aço e isso tem funcionado. E nós vamos consultar as instituições e cidades que têm essa experiência. Talvez essas medidas possam nos ajudar”, comentou.
A tanimbuca é a árvore mais velha do Inpa. Ela tem aproximadamente 35 metros de altura, pesa mais de 15 toneladas e está rodeada de outras espécies, como a Sumaúma (árvore de grande porte da Amazônia), que ajudam a mantê-la em pé por reduzir a força do vento.
Saiba mais
Conforme Carlos Bueno, tronco oco nas árvores amazônicas é algo comum. Aproximadamente 25% das árvores da região possuem tronco oco, por conta de problemas fitossanitários – em muitos casos causados por fungos.
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