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Nova espécie de peixe elétrico imita carga elétrica do poraquê

  • Publicado: Domingo, 01 de Setembro de 2013, 20h00
  • Última atualização em Quinta, 23 de Abril de 2015, 09h13

 

Pesquisadores acreditam que nova espécie pode emitir a mesma carga elétrica do poraquê (Electrophorus electricus) como forma de defesa. Para o pesquisador do Inpa, Jansen Zuanon, esta pode ser uma forma inédita de mimetismo na biologia

Por Fernanda Farias

Duas novas espécies de peixes elétricos, Brachyhypopomus walterieBrachyhypopomus bennetti, foram descobertas pelo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Jansen Zuanon; Cristina Cox, do departamento de biologia da Universidade de  Massachusetts; e John Sullivan, do Museu de Vertebrados da Universidade de Cornell, ambos dos Estados Unidos (EUA).

Segundo o pesquisador do Inpa, essas duas espécies produzem um sinal elétrico muito fraco, impossível de sentir ao contato. “Essas espécies não são como o poraquê, capaz de atordoar uma pessoa que tenha contato com ele por conta da sua carga elétrica forte”, disse.

As duas novas espécies são muito semelhantes entre si e foram classificadas no subgênero Odontohypopomus, por serem as únicas que possuem dentição. E, de acordo com estudo, os sinais elétricos desses peixes são utilizados basicamente para comunicação entre as espécies e para localizar presas e predadores.

“A espécie Brachyhypopomus walteri  possui carga elétrica bifásica, já a espécie Brachyhypopomus bennetti, possui carga monofásica positiva, e seus sinais elétricos irregulares, se assemelham ao do poraquê. Acreditamos que o Brachyhypopomus bennetti possa imitar esses sinais como forma de defesa contra os predadores, se tornando uma forma inédita de mimetismo na biologia”, explicou Zuanon.

Hábitos

Ainda de acordo com o pesquisador do Inpa, esses peixes são comuns e abundantes em ambientes de várzea, que são as áreas alagadas de rios de águas barrentas, e vivem entre os capins flutuantes encontrados ao longo dos rios (as macrófitas), onde se alimentam e se reproduzem no meio das raízes.

“Essas novas descobertas na várzea, que é o melhor ambiente conhecido da Amazônia, nos fazem lembrar que ainda temos muito que conhecer e descobrir da diversidade de peixes da nossa própria floresta”, finalizou Zuanon.

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