Participação popular é tema de oficina no II Workshop de tecnologias sociais do Inpa
A necessidade de oferecer oficinas de capacitação nesta edição do evento surgiu após a troca de experiências durante o primeiro workshop
Por Josiane Santos
Com a proposta de capacitar para inovar e promover a inclusão social, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) iniciou na manhã desta segunda-feira (19) as atividades do II Workshop de Tecnologias Sociais.
De acordo com a coordenadora de tecnologia social do Inpa, Denise Gutierrez, as atividades dessa segunda edição do workshop surgiram mediante as demandas do primeiro, em que reuniu 40 experiências de diálogos com a comunidade nos dias 21 e 22 de agosto do ano passado. “Essa primeira experiência no workshop trouxe algumas solicitações. Algumas dessas solicitações e sugestões de encaminhamento foram elaboradas nesse segundo workshop. Especialmente nos foi pedido que trouxéssemos tópicos para capacitar”, comenta.
Mediante a necessidade, o workshop trará na tarde desta segunda-feira (19) e na manhã de terça-feira (20) oficinas de capacitação como: metodologias participativas; economia solidária; captação de fomentos socioambientais e avaliação de projetos; e construção de indicadores sociais.
“Precisamos discutir mais economia solidária – o conceito, quais as experiências, o que nós temos a ver com o tema e como podemos nos envolver -, como avaliar projetos e desenvolver indicadores sociais que possam nos ajudar até a colocar esses projetos e seus resultados para outros espaços em que a gente solicite fomento e parceiros para utilidade e ampliação, onde estão as agencias de fomentos – como elas trabalham, quais são seus eixos principais que contemplam as tecnologias sociais - e como aliar pesquisa com intervenção – como elas dialogam, a partir de quais perspectivas e paradigmas elas surgem”, explicou Gutierrez.
Tecnologia a serviço de projetos sociais
A tecnologia social é todo produto, processo ou metodologia desenvolvida ou replicada de modo interativo com comunicadores que produzam maior saúde, qualidade de vida, melhor educação e bem estar, podendo ser aplicada na alimentação, educação, acesso à água, energia, habitação, renda e ambiente.
Adalberto Val, diretor do Inpa, destacou dois pontos essenciais sobre a prática da ciência na região amazônica: “Nós temos que pensar em dois pontos cruciais: primeiro isso aqui não é um vazio demográfico. São cerca de 25 milhões de pessoas vivendo na Amazônia brasileira. Segundo: sem a floresta em pé nós nem mantemos a qualidade do ambiente nem temos as possibilidades de inclusão social e a geração de renda para esta população”.
Na cerimônia de abertura, o professor adjunto da Universidade do Grande Rio (UniGranRio), Michel Jean Marie Thiollent, palestrou sobre tecnologia social e metodologia participativa, abordando pontos como contemporaneidade da ciência e da informação, desafios no conhecimento, o que é tecnologia social, e ênfase no conhecimento e na produção.
Thiollent ressaltou que a pesquisa precisa envolver os atores sociais, precisa haver uma interação entre o observador e o observado (sujeito do processo). “Você tem milhares de projetos fantásticos, mas que não deram em nada. São soluções de projeto, sem consulta popular, sem participação, sem consideração da vida do outro”, destacou.
Foto da chamada: Eduardo Gomes
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