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GEEA apresenta potenciais nutricionais e econômicos de plantas alimentícias não convencionais em debate

  • Publicado: Quarta, 14 de Agosto de 2013, 20h00
  • Última atualização em Quinta, 23 de Abril de 2015, 08h50

 

Durante a palestra “Agrobiodiversidade: plantas alimentícias não convencionais”, Valdely Kinupp explicou o potencial nutricional e comercial de muitas plantas pouco conhecidas no Brasil

Por Josiane Santos

A falta de conhecimento, produção e tabu em relação às hortaliças foram debatidos na reunião do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) nesta quinta-feira (15) pelo professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifam), Valdely Ferreira Kinupp.

Segundo Kinupp, a sociedade vive em um imperialismo gastronômico onde, no mínimo, 52% dos alimentos são provenientes de origem euroasiática. “O homem acabou lutando pela especialização alimentar em vez da diversificação, ou seja, hoje a gente come muita coisa de poucas espécies”, destacou.

O pesquisador aponta três principais motivos pela ausência de hortaliças na mesa dos brasileiros: a falta de informação, o tabu e a falta de produção. O primeiro porque a maioria das hortaliças desconhecidas, geralmente, são tratadas como mato, quando na verdade possuem grande potencial nutricional; o segundo por serem chamadas como “daninhas” e “nocivas”, poucos ousam experimentar algo diferente quando vão a feiras, seja convencional ou orgânica; e o terceiro,  consequência dos dois primeiros, a falta de produção.

Ousadia nos sabores

“Essas plantas geralmente são chamadas de ‘daninhas’, ‘nocivas’ e vários outros nomes preconceituosos, pejorativos e que refletem um ponto de vista.  Você come quase a mesma coisa o ano inteiro. Vai à feira, seja orgânica ou convencional, mas não ousa experimentar uma coisa diferente”, exemplifica o professor.

Kinupp citou alguns experimentos feitos por ele substituindo ingredientes tradicionais por hortaliças e frutos como: vitória-amazônica, que utilizou fazendo pipoca, além das flores que são comestíveis; o caruru, rico em ferro e vitamina A, que poderia ser utilizado na pizza ou na fabricação de pão; e a orelha-de-macaco conhecida como espinafre regional que pode enriquecer o arroz e o feijão.

GEEA

O GEEA realiza geralmente a cada dois meses reuniões para socializar o conhecimento discutido resultando em “Cadernos de debates”, que reúnem todos os assuntos que foram discorridos ao longo do ano com uma linguagem acessível a todos os leitores.

O mais recente caderno do GEEA, o Tomo V, foi lançado no mês de julho, pelo diretor do Inpa, Adalberto Val, na 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), e na edição traz temas como: As células-tronco de pluripotência induzida; Transportes na Amazônia; Viajantes-cronistas na revelação da Amazônia; Ciência e Religião; e Segurança Nacional na Amazônia.

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