No Inpa, o I Encontro Internacional de Vespas destaca novo comportamento de espécies neotropicais
Na terça-feira (2), o evento terá a participação do pesquisador da Universidade Estadual de Feira de Santana, Gilberto Marcos de Mendonça, e do pesquisador da Universidade de Wisconsin (EUA), Robert L. Jeanne
Por Fernanda Farias
Teve início nesta segunda-feira (1), no Auditório do Bosque da Ciência no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), o "I Encontro Internacional sobre Vespas" que visa reunir estudantes e pesquisadores brasileiros e internacionais para discutir e aprofundar estudos sobre o tema.
O encontro reúne diversos pesquisadores renomados do país, como o professor do Museu Americano de História Natural (EUA), James Carpenter, e o professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Fernando Noll, que palestrou sobre "Evolução da Eussocialidade em Vespas enxameadoras Neotropicais", explicou que, principalmente, na região amazônica é possível observar novas formações de sociedades entre as vespas, conhecidas também como cabas.
“Normalmente estamos acostumados a observar uma colônia de insetos sociais coordenado por uma rainha, que normalmente botam os ovos, e as operárias fazem o trabalho, constroem o ninho, buscam alimento, e tudo mais, mas as cabas que encontramos aqui na região amazônica são bastante diferentes. Na formação social podemos encontrar várias rainhas, que são controladas pelas operárias, o que representa uma mudança na interpretação do comportamento social dessas vespas”, explanou Noll.
Segundo o coordenador do evento e pesquisador do Inpa, Marcio Luiz de Oliveira, o principal objetivo do evento é fazer a interação dos estudantes com os pesquisadores brasileiros e internacionais que são grandes conhecedores de vespas. “Um das nossas principais metas era a participação de estudantes amazonenses, pois queremos que esses estudantes daqui se interessem mais em estudar o potencial das vespas da região, pois as vemos em todos os lugares”, disse.
A cidade de Feira de Santana na Bahia foi anunciada como a próxima cidade sede para o segundo encontro de vespas.
Potencialidades
De acordo com Oliveira, as vespas possuem várias utilidades que podem trazer benefícios para a sociedade, por exemplo, no auxílio no controle de pragas da agroindústria. “As vespas têm um potencial de uso enorme, um deles é o controle natural biológico, pois as vespas comem certo tipo de lagarta que são pragas em vários tipos de plantação, então acaba sendo uma alternativa para quem utiliza defensivos químicos no controle de pragas”, explicou o pesquisador.
Outro beneficiamento que os estudos das vespas trariam para sociedade seria o uso do seu veneno em medicamentos. “Quando a vespa captura uma lagarta ela injeta uma pequena quantidade de veneno, a fim de deixar a lagarta adormecida, e esse veneno teria um potencial como anestésico”, revela o pesquisador.
Durante a tarde desta segunda-feira, estudantes apresentaram pôsteres e participaram de um mini-curso de identificação de Vespidea. O "I Encontro Internacional sobre Vespas" vai até o dia sexta-feira (5).
O Encontro é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e conta com a parceria de Embrapa/Amazônia Ocidental; Universidade Estadual Paulista (UNESP/IBILCE - São José do Rio Preto/SP); Museu Paraense Emílio Goeldi (Belém/PA); e Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS/BA).
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