Inpa expõe modelo inovador na prevenção da malária em Workshop
Nanotecnologia pode prolongar a defesa contra os vetores da doença
Por Fernanda Farias
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) apresentou na manhã desta quarta-feira (26), para especialistas brasileiros e estrangeiros, uma inovação ao que concerne a prevenção da malária durante o “I Workshop de Vetores da Malária na Amazônia”, naFundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT - HVD), em Manaus (AM).
A pesquisadora, que concluiu o mestrado em 2012 pelo Curso de Pós-Graduação em Entomologia do Inpa, Erika Gomes, apresentou sua tese: “Sistema nanoestruturado para controle do mosquitoAnopheles darlingi”, que consiste em uma nanocápsula capaz de prolongar a defesa contra os vetores transmissores da malária.
Segundo Gomes foram realizados três testes diferentes com o vetor da malária para detectar eficácia, durabilidade e residualidade. “O primeiro foi repelência, onde utilizamos 50 voluntários para fazer a análise das nanocápsulas; o segundo foi prova biológica de parede, também usamos as nanocápsulas, para avaliar a residualidade do inseticida químico; e o terceiro teste foi a prova biológica de contato, que é uma ‘irrigação’ desse princípio ativo junto com os inseticidas sintéticos numa nanocápsula sobre o mosquito”, explicou.
Benefícios
Gomes descreveu ainda os benefícios que a população receberá com a comercialização das nanocápsulas, pois, de acordo com ela, a nanocápsula será um modelo de proteção individual, e não utilizará química no princípio ativo por se tratar de um produto natural. Além disso, o produto é biodegradável, ou seja, não deixa resíduos no indivíduo.
“Sabemos que os inseticidas químicos sintéticos são nocivos para saúde humana, assim como para o meio ambiente por sua toxicidade. Então sendo a nanocápsula um produto natural, acredito que ela virá beneficiar a sociedade em relação a eficácia da proteção contra os vetores da malária”, afirmou.
Para o coordenador do Laboratório de Malária e Dengue do Inpa, Wanderli Tadei, esse trabalho inédito na Amazônia precisa ser compartilhado para ampliar a pesquisa e o uso da nanotecnologia no controle da malária. “A dissertação da Erika é o primeiro trabalho na Amazônia onde nós fazemos as inter-relações entre nanotecnologia e as ações em campo. Por isso é um marco em relação a malária e também do ponto de vista ambiental, pois será usado menos inseticidas para o controle dessa doença”, enfatizou.
Instituições participantes
Além do Inpa, as instituições que participarão de evento são: Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT – HVD); Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz-CPLMD); National Institute of Allergy and Infectious Diseases (EUA); UC Davis – Veterinary Medicine (EUA); e Instituto de higiene e Medicina Tropical - Universidade Nova de Lisboa (Portugal).
Durante a tarde as discussões continuam sobre resultados de projetos, e ainda de novos projetos a serem implementados visando a prevenção eficaz contra os vetores que transmitem a malária. O evento acontece até está quinta-feira (27).
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