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Science Camp: atividades práticas, ministradas por pesquisadoras do Inpa, são foco do terceiro dia do programa

  • Publicado: Terça, 05 de Março de 2013, 20h00
  • Última atualização em Quarta, 22 de Abril de 2015, 08h40

 

Durante toda a manhã e parte da tarde desta quarta-feira (06) foram dedicadas a oficinas práticas e visita guiada na Reserva Florestal Adolpho Ducke, localizada no Km 26 da Estrada Manaus-Itacoatiara (AM-010)

Por Clarissa Bacellar

Daniel Jordano
A chuva não impediu que as estudantes acompanhassem as pesquisadoras em oficinas práticas

Como parte das atividades do programa “Science Camp- Elas na ciência”, parceria do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, as 90 estudantes selecionadas visitaram, nesta quarta-feira (06), a Reserva Florestal Adolpho Ducke, onde participaram de oficinas práticas e trilhas guiadas pelas pesquisadoras do Instituto.

Para Susan Bell, coordenadora do evento pela Embaixada, a experiência de encontrar a natureza pessoalmente, não só nos livros e na internet, e o conhecimento que as especialistas podem oferecer são indispensáveis na formação e na educação das estudantes. “O programa que o Inpa está organizando é incrível, pois dá oportunidade para essas meninas. Elas estão entusiasmadas e agradeceram muito, principalmente, a disponibilidade das pesquisadoras em dedicar tanto tempo com elas”, afirmou.

“Eu acredito que este tipo de colaboração não é uma coisa nova para o Inpa, pois recebe muitos eventos, mas esse tipo de iniciativa dá oportunidade a essas meninas de outras partes do Brasil. Para mim, da parte da embaixada, não podemos agradecer o suficiente a colaboração do Inpa com este programa”, garantiu Susan Bell.

A coordenadora do Science Camp pelo Inpa, Denise Gutierrez, afirma que ainda é necessário muito mais investimento nos jovens brasileiros para que a ciência cresça. “Para sermos de fato grandes produtores de ciência no mundo, temos que investir mais recursos para editais, apoiar nossos jovens. Temos o programa Ciência sem fronteiras, que sem dúvida é muito importante, concedendo bolsas de estudo para jovens saírem do país, se juntar a universidades de renome. Então isso, com certeza, em médio e longo prazo, acredito que vai ser um impacto muito importante no campo da ciência”, disse.

Oficinas sofrem alteração por conta da chuva

Apesar da chuva, que aconteceu pela manhã, as jovens participaram de oficinas científicas práticas sobre samambaias, formigas, identificação de madeiras, entre outras. “Chover é um elemento natural do nosso entorno. Esse ambiente é uma floresta tropical, chove. Então a gente tem que aprender a lidar com isso não como uma coisa que atrapalha, mas como uma coisa intrínseca àquele ambiente. Sabemos que a pesquisa tem que se adaptar a isso, aos fluxos do rio, ao nível de umidade, os níveis de temperatura, todas essas mudanças cíclicas que acontecem aqui na nossa natureza e não impedem a pesquisa. Caracteriza o nosso ambiente e mostra como a pesquisa corre normalmente, claro que se adaptando a esses contextos, mas nós não deixamos de fazer a pesquisa por conta disso”, frisou Gutierrez.

Para a coordenadora, a experiência se transformou em mais um aprendizado para as jovens, que não se intimidaram com o mau tempo e ainda participaram de caminhadas em uma trilha da reserva, que substituiu a programação da tarde após a chuva. “Acredito que isso trouxe uma dimensão maior, mais uma informação para elas. Nós trabalhamos debaixo de chuva, nós contamos com a chuva como um elemento no planejamento e execução das pesquisas. Isso foi bom, enriquece e é mais um elemento de vivência que elas podem ter de como é este ambiente e dá especificidade daquilo que é nosso, de ser floresta tropical”, explicou.

Coleta de fungos

De acordo com a pesquisadora do Laboratório de Patologia da Madeira (LPM/Inpa), Maria Aparecida de Jesus, as estudantes reagiram bem durante a coleta e explicações sobre fungos e cogumelos, uma das oficinas científicas ministradas durante a manhã. “Mesmo com um pouco de dificuldade de caminhar, elas conseguiram coletar bastante material. Tivemos sorte porque tinha bastantes fungos e elas conseguiram observar até alguns que são mais difíceis de encontrar”, comentou a pesquisadora.

“Eu acho que essa experiência, principalmente para nós que trabalhamos com fungos, desenvolve a observação, e esse é um fator muito importante para a pesquisa. Com isso, concentração e observação, elas podem vencer obstáculos”, garantiu Jesus.

Para estudante brasiliense Isamaris Carla Chaves Pereira, 17, selecionada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), participar do programa é uma novidade empolgante, uma vez que, de acordo com ela, seu interesse sempre foi por ciências exatas.

“A experiência esta sendo maravilhosa porque é única. É algo que você nunca pensou, em estar aqui. Acho que ninguém nunca pensou em vir para a Amazônia conhecer, fazer experiências mesmo na chuva, o que está sendo muito produtivo para nós mesmos. E é novo pra mim, eu nunca me interessei muito. Mas quando você vai conhecendo, vai vendo e interagindo, ainda mais com um grupo, você gosta. É muito maravilhoso tudo isso aqui”, destacou a estudante.

Ainda nesta quarta-feira, as atividades continuam na sede do Inpa em Manaus (AM), com uma videoconferência com Letícia Nogueira, PhD MPH, bolsista de pós-doutorado em prevenção ao câncer no National Cancer Institute – Bethesda, de Maryland (EUA).

Para quinta-feira (7), um passeio de barco até o Encontro das Águas, novas oficinas e uma programação cultural no Teatro Amazonas serão realizadas. Já no último dia, sexta-feira (8), as estudantes apresentarão suas impressões sobre a experiência.

Programação do evento

Foto da chamada: Daniel Jordano
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