Em parceria com o Inpa, Ampa realiza soltura de peixes-bois no município de Manacapuru no AM
Dois peixes-bois da Amazônia serão soltos em área de semi-cativeiro. Resgate, reabilitação e soltura fazem parte do ciclo de monitoramento realizado pela Ampa em parceria com o Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA/Inpa)
Da redação da Ascom
Em parceria com o Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), a Associação Amigos do Peixe-Boi (Ampa) realiza, nesta quinta-feira (07), a soltura de mais dois peixes-bois da Amazônia em área de semi-cativeiro localizada no município de Manacapuru (AM), distante da capital 68 km. Dentre os peixes-bois que serão levados para área de semi-cativeiro está Tupi, macho de 35 anos e 2,5 metros, um dos primeiros animais resgatados pelo Projeto Peixe-boi, em 1978, no rio Ariaú em Iranduba (AM).
De acordo com o veterinário do Inpa, Anselmo D’Affonseca, outro animal levado será uma fêmea que foi trazida ao Inpa para cuidados médicos há duas semanas, vinda do mesmo semi-cativeiro que fica localizado na Fazenda Seringal 25 de Dezembro, no município de Manacapuru, que respondeu bem ao tratamento. “A fêmea apresentou um abscesso na região lombar, que já foi tratado e apresentou melhora”, disse.
Às 9h desta terça-feira (05), os dois animais passarão pelo último processo de biometria ainda nos tanques do Parque Aquático Robin C. Best, localizado no Bosque da Ciência do Instituto, em Manaus. “O processo consiste em fazer as medidas e pesar os animais antes de levá-los para o semi-cativeiro”, explica D’Affonseca.
Semi-cativeiro
Em outubro de 2011, três animais que viviam em cativeiro no Inpa foram levados para um ambiente de semi-cativero em Manacapuru. Segundo D’Affonseca, cinco animais que estão em processo de adaptação e aptos para retornar à natureza, vivem neste ambiente.
O veterinário esclarece que na recaptura ocorrida em dezembro de 2012, para acompanhamento do processo de adaptação desses animais, percebeu-se que os peixes-bois estão bem e apresentam grandes chances de sucesso quando forem reintroduzidos ao ambiente natural definitivamente. “O que indica que os animais que forem levados ao semi-cativeiro futuramente, também devem progredir de forma positiva até a reintrodução final à natureza”, informa.
Antes de irem para esse ambiente, os peixes-bois são avaliados sob critérios de idade, peso, tamanho, baixa domesticação e estado clínico. D’Affonseca informa que a partir dessa avaliação é que são escolhidos os animais considerados aptos para a soltura. “O objetivo dos animais ficarem no semi-cativeiro é favorecer a readaptação gradual dos peixes-bois na natureza, permitindo aclimatar os indivíduos às condições naturais do ambiente, como temperatura, turbidez, correnteza da água, variação sazonal do nível dos rios, alimento natural e minimizar o comportamento estereotipado de natação nos tanques do LMA/Inpa onde foram criados”, afirmou.
Programa de Reintrodução de Peixes-bois
As primeiras reintroduções do ciclo - resgate, reabilitação e soltura - ocorreram em 2008 e 2009, quando quatro peixes-bois voltaram para a natureza. O monitoramento pós-soltura, segundo pesquisadores da Ampa e Inpa, é fundamental para verificar a adaptação dos animais às novas condições de vida e a utilização do habitat, bem como avaliar o sucesso das reintroduções.
Dos quatro animais que voltaram à natureza neste período, dois morreram, um perdeu o cinto com o rádio transmissor, e o quarto foi encontrado muito debilitado e trazido de volta para o Inpa. Atualmente, o peixe-boi já está recuperado e é poderá voltar a viver novamente nos rios amazônicos.
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