SNCT enfatiza o desenvolvimento social aproximando a ciência dos agricultores familiares
Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social: valorizar os avanços da C&T e, ao mesmo tempo, os conhecimentos tradicionais e a organização social dos agricultores familiares
Da Redação da Ascom – Inpa
Este ano, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) trabalhou o tema “Ciência e tecnologia para o desenvolvimento social”, a partir da agricultura familiar. Várias atividades de aproximação entre os agricultores familiares e os pesquisadores foram realizadas, na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) do Instituto.
“Essa aproximação é muito importante. Isso é de fato um momento em que a ciência está dialogando com os pequenos produtores”, destacou a coordenadora de Tecnologia Social e da SNCT do Inpa, Denise Gutierrez.
No Dia Mundial da Alimentação (16 de outubro), que teve como tema “Agricultura Familiar: alimentar o Mundo, cuidar do planeta”, o Inpa concluiu o conjunto de ações destinadas à participação dos agricultores familiares na SNCT de 2014 com a realização da Oficina de Segurança Alimentar e Manipulação de Frutos.
Dentre outras ações, os agricultores participaram de uma Visita Técnica à Estação Experimental de Hortaliças, no Km 14 da AM-010 (Manaus-Itacoatiara) e realizaram também, no dia 14, uma feira de produtos orgânicos e regionais no campus I do Inpa, em Manaus.
A feira contou com a participação dos agricultores da Associação dos Produtores Orgânicos no Estado do Amazonas (Apoam), Associação dos Agricultores da Margem Esquerda do Baixo Rio Negro (Rede Tucumã), com apoio do Instituto IPÊ e agricultores de Fonte Boa, em parceria com Fundação Amazonas Sustentável (FAS). A feira teve como principal finalidade dar visibilidade aos agricultores familiares em suas diferentes fases de organização social.
Conforme os organizadores, as ações culminaram num evento maior centralizador que foi a mesa-redonda “Diálogo de Saberes: Ciência e Sociedade”, cujo objetivo foi estabelecer uma interação entre pesquisadores, agricultores familiares e gestores de políticas públicas.
O evento contou com a participação da Secretaria Municipal de Produção e Abastecimento (Sempab), representada por Nilson Santos que falou sobre os Programas voltados ao setor primário em Manaus; da Divisão de Política, Produção e Desenvolvimento Agropecuário do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), por meio de Klerysson Santana, que tratou dos Programas das Políticas públicas com foco para o setor da Agricultura Familiar.
Também participaram do evento os agricultores de Rio Preto da Eva; por meio da representante da Associação dos Produtores Rurais de Carauari (Asproc), Ana Alice.
Segundo um dos organizadores do evento, o técnico do Inpa Evandro Souza, a Asproc implantou o Comércio Ribeirinho, recebeu a Declaração de Cadastro de Produtor Orgânico e, ainda, a Concessão de Direito Real de Uso (CDRU) Coletivas juntamente com cinco Associações-Mães, representantes legais de mais de 1.400 famílias extrativistas de 135 comunidades ribeirinhas de seis Reservas Extrativistas (Resex): Médio Juruá, Baixo Juruá, Auati-Paraná, Rio Jutaí, Rio Unini e Médio Purus.
“Todas as Resex beneficiadas são áreas federais (Unidades de Conservação) e abrangem nove municípios do Amazonas (Carauari, Juruá, Uarini, Fonte Boa, Jutaí, Barcelos, Lábrea, Pauini e Tapauá), com área de extensão de 2.301.254 hectares”, contou Souza.
O técnico explica, ainda, que a mesa-redonda “Diálogos de Saberes”, realizada no dia 15 de outubro, integra uma temática mais ampla no contexto preconizado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), que estabeleceu o Ano de 2014 como o Ano Internacional da Agricultura Familiar.
Para Souza, o principal desafio é alinhar o direcionamento da pesquisa científica e tecnológica com o olhar voltado para a melhoria da estrutura do processo produtivo, aliado às políticas socioeconômicas, considerando inclusive as demandas dos agricultores. “O Inpa tem realizado um trabalho pioneiro na área das ciências agronômicas vinculando a produção científica à agricultura familiar”, disse.
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