Ministro da C,T&I abre oficialmente a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia no Inpa
Na mesa: o diretor do Inpa, Luiz Renato de França; o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Clelio Campolina Diniz; e diretora-presidenta da Fapeam, Maria Olívia Simão.
A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), evento que acontece em Manaus e no interior do Estado, foi aberta oficialmente, neste domingo (12), pelo ministro Clelio Campolina. Ele enfatizou a importância de combinar competência científica com resposta produtiva
Por Luciete Pedrosa – Ascom Inpa
Foto: Eduardo Gomes – Ciência em Pauta
“A Amazônia tem o maior patrimônio da biodiversidade do mundo e precisamos combinar ciência, educação e tecnologia, que gerem oportunidade de riqueza e renda para a região”. A declaração é do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Clelio Campolina Diniz, durante a abertura oficial da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), em Manaus (AM), no Auditório do Bosque da Ciência, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI).
Na ocasião, também foram lançadas a farinha integral de pupunha, produto altamente nutritivo, e o “Ecolágua”, um equipamento que purifica água utilizando raios ultravioletas. As duas tecnologias foram desenvolvidas pelos pesquisadores do Inpa, Jerusa Andrade e Roland Vetter, respectivamente.
Este ano, a SNCT tem como tema central “Ciência e Tecnologia para o desenvolvimento social”, e o ministro Clelio Campolina enfatizou a importância de combinar competência científica com resposta produtiva. “As instituições de pesquisas podem gerar conhecimento e as instituições educacionais, formar política e tecnicamente as pessoas, mas quem vai implementar a possibilidade produtiva é a classe empresarial”, ressaltou.
Estiveram presente na cerimônia de abertura da SNCT, a presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas, Maria Olivia Simão, e representantes da Secretaria de Estado da Ciência, Teconologia e Inovação (Secti), Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Vara Especializada do Meio Ambiente e Questões Agrárias (Vemaqa), Secretaria Municipal de Educação (Semed), alunos da Escola Municipal Regina Muniz. A solenidade de abertura contou, também, com a presença da Banda de Música do Comando Militar da Amazônia.
Para o diretor do Inpa, o pesquisador Luiz Renato de França, o desafio para se fazer pesquisas na Amazônia é grande. “Mas não se faz pesquisa sem recursos financeiros e sem recursos humanos”, disse o diretor, acrescentando que o Inpa está desenvolvendo agendas para contratar pessoal qualificado e conseguir grandes recursos. “Tanto é que estamos planejando inserir a Amazônia nas Plataformas que governo está lançando, particularmente, na área de biotecnologia e aquicultura, que acredito que são áreas prioritárias”, ressaltou o diretor.
Acompanhamento
Para a coordenadora de Extensão Tecnológica e Inovação do Inpa, Rosangela Bentes, após o lançamento dos produtos, o próximo passo é continuar com a estratégia de divulgar e socializar a informação de acesso das tecnologias que o Inpa produz, promovendo e participando de eventos de empreendedorismo.
Bentes explica que a partir de agora o Inpa acompanhará o desenvolvimento dessas tecnologias no mercado com o objetivo de se obter o retorno dos royalties. Esse é um valor que ajudará a promover outras pesquisas no laboratório. “É uma espécie de bônus, tanto para o pesquisador, como para o setor de Inovação para que este possa dinamizar e dar mais sustentabilidade para o desenvolvimento e acompanhamento dessas tecnologias”, explicou Bentes.
Benefício Social
Para a coordenadora de Tecnologia Social do Inpa, Denise Gutierrez, a contribuição desses produtos lançados pelo Inpa, especificamente, o purificador de água “Ecolágua”, é uma resposta a um clamor social de uma comunidade que vinha sofrendo com a contaminação da água.
“O Inpa foi mobilizado por essa demanda que teve início no instituto. Como esse equipamento é de uso coletivo, o Instituto providenciou a aquisição de algumas unidades dessa tecnologia que serão implantadas em Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Estado para fins de pesquisa e inclusão social”, disse Gutierrez.
Ecolágua
Para o empresário Roberto Lavor, diretor da Qluz Ecoenergia, o próximo passo agora é conseguir ganhar economia de escala, ou seja, produzir o produto em escala cada vez mais crescente. “Temos as comprovações científicas de que o equipamento transforma a água não-potável em água potável. Agora, vamos trabalhar o mercado e esperamos obter das agências de desenvolvimento o apoio necessário para conseguir isto”, disse.
O “Ecolágua”tem capacidade de purificar 400 litros por hora de água potável e pode atender a uma comunidade de até 50 famílias. A manutenção do equipamento não requer muitas exigências e é de fácil manuseio. A lâmpada tem capacidade para 10 mil horas e a bateria tem vida útil de cinco anos. “A empresa tem algumas unidades do equipamento para pronta entrega e já temos pedidos encomendados até para o exterior”, disse Lavor.
Farinha de pupunha
“A farinha de pupunha é um produto que traz benefícios para saúde. É rica em vitamina A, minerais e fibra. A procura pelo produto foi grande e o nosso desafio é produzir mais para atender a demanda do mercado”, disse Marcio Navegante, diretor da Nectar - Frutos da Amazônia (empresa incubada no Inpa na modalidade de não-residente) que desenvolve geleias, balas e outros produtos derivados de frutos da Amazônia. A tecnologia, desenvolvida pela pesquisadora do Inpa, Jerusa Andrade, foi transferida para a empresa em 2011.
“A ideia de produzir a farinha de pupunha surgiu com o desejo de explorar nossos recursos de maneira sustentável e beneficiá-los de uma forma diferente, foi então que tivemos a oportunidade de realizar a parceria com o Inpa realizando transferência de tecnologia e incubação da empresa no instituto”, disse Navegantes, diretor da Néctar.
Programação
O Inpa está desenvolvendo uma série de atividades, como seminários, palestras, exposições e visitas técnicas como parte das atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia que este ano tem como tema central é “Ciência e Tecnologia para o desenvolvimento social”.
Além das atividades realizadas nas dependências do Inpa, outras estão sendo executadas fora do Estado, como no Instituto Federal de Rondônia com a palestra “Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia: transpondo fronteiras”. Também estão acontecendo atividades va, Fonte Boa, Presidente Figueredo, Silves, Manaquiri e Tefé.
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