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Projeto Carbiocial apresenta resultados com objetivo de formar cooperações futuras

  • Publicado: Terça, 07 de Outubro de 2014, 20h00
  • Última atualização em Quinta, 16 de Abril de 2015, 11h31

 

 


Cerca de 30 pesquisadores da Alemanha, Brasil e de outros países participam do evento no Inpa

Seminário do projeto Sequestro de Carbono, Biodiversidade e Estruturas sociais no Sul da Amazônia (Carbiocial) debate a dinâmica do uso da terra e o fluxo de carbono, no Sul da Amazônia

Por Luciete Pedrosa – Ascom Inpa

Foto: Fernanda Farias

Entre 2000 e 2013 a população bovina, no município de Novo Progresso (sudoeste do Pará), aumentou 605%, o equivalente a cerca de 1.200 cabeças. Este foi um dos resultados apresentados, nesta manhã (8), pelo pesquisador do projeto Carbiocial, Gerhard Gerold, durante a primeira sessão de mesas redondas, no “Seminário de Difusão de Resultados do Carbiocial”, que acontece até quinta-feira, no Auditório do Bosque da Ciência, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI).

Gerold explicou que, desde os anos 80, o desenvolvimento do uso da terra no sul da Amazônia, no âmbito do debate ambiental nacional e global, está no foco de muitos estudos científicos deorganizações ambientais e planos de desenvolvimento do governo. “Com a expansão da BR-163 (rodovia que liga Santarém/PA a Cuiabá/MT), como corredor de exploração e exportação econômico, especialmente de carne e produção de soja, é um exemplo típico de região de expansão agroindustrial e desenvolvimento da fronteira no Brasil”, disse.

O evento, que trata da dinâmica do uso da terra e o fluxo de carbono, na área da BR-163, teve início nesta quarta-feira (8), reunindo cerca de 30 pesquisadores da Alemanha, Brasil e de outros países. Nos dois dias, eles irão discutir algumas possibilidades para melhor uso da terra naquela região.

De acordo com Regine Shonenberg, uma das organizadoras do seminário, após a apresentação das mesas redondas, a finalidade é formar grupos de trabalhos, o que acontecerá nesta quinta-feira, para explorar as possibilidades de cooperações futuras mais estáveis, de acordo com os resultados apresentados pelo projeto.

“Queremos apresentar o resultados dos nossos trabalhos e fazer um intercâmbio com as instituições presentes e que foram convidadas para participar do seminário”, explica Shonenberg, ressaltando que essas cooperações futuras ajudariam a desenvolver as pesquisas que são realizadas, durante os próximos dois anos. “Entendemos que isso seria uma aproximação de resultados acadêmicos com os processos políticos”.

De acordo com o pesquisador do Inpa e supervisor do projeto Carbiocial, Philip Fearnside, membro da Comissão Científica do projeto, o projeto busca fazer a integração dos aspectos do carbono no sentido de evitar o efeito estufa, junto com os aspectos de biologia e da área social. “É importante saber o que o grupo está fazendo e também planejar os futuros estudos que devem continuar por mais dois anos. É importante que este evento aconteça aqui no Inpa para aproximar pesquisadores que também estudam Modelagem de Clima”, disse.

Participaram na mesa de abertura do seminário, a secretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, Kamila Botelho do Amaral; o representante da Cooperação Internacional da Alemanha/GIZ, Helmut Eger; o pesquisador do Inpa e membro da Comissão Científica do projeto, Philip Fearnside; os pesquisadores do Carbiocial, Eduardo Couto e Gerhard Gerold.

Os temas debatidos no primeiro dia do evento foram o Uso da Terra e o Ordenamento Territorial; Sequestro de Cabono e Gases de Efeito Estufa (GEE); Redução de Emissão por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+); e Processos de transformação socioeconômica, legal e política.

Sobre o projeto

O projeto Sequestro de Carbono, Biodiversidade e Estruturas sociais no Sul da Amazônia (Carbiocial) é uma cooperação científica entre Brasil e Alemanha. O interesse principal do projeto é entender as relações entre mudanças climáticas e formas de uso da terra e a globalização. O projeto visa ainda ajudar a região a encontrar alternativas sustentáveis para o desenvolvimento regional.

O projeto é financiado pelo Ministério de Educação e Ciência alemão e pelo projeto parceiro brasileiro Carbioma, por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Os resultados do projeto devem contribuir, por exemplo, para a produção de conhecimentos autênticos para a região que poderão servir de base para inovações econômicas e sociais.

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