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Pesquisador cubano faz palestra no Inpa sobre baratas silvestres

  • Publicado: Segunda, 29 de Setembro de 2014, 20h00
  • Última atualização em Quinta, 16 de Abril de 2015, 10h55

 

 


Pesquisador Esteban Gutierrez faz identificação de exemplares de baratas na Coleção de Invertebrados do Inpa

As baratas fazem parte de um grupo interessante de insetos e cumprem um papel importante na natureza, atuando como decompositoras de folhas e frutos caídos no solo da floresta

Por Luciete Pedrosa (texto e foto) – Ascom Inpa

Quem pensa que todas as baratas são insetos repugnantes e causam mal ao homem se engana. Segundo o pesquisador do Museo Nacional de História Natural de Cuba, Esteban Gutierrez, em palestra no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) sobre diversidade de baratas, no planeta se conhece mais de 4.500 espécies desses insetos.

Menos de 1% delas, entretanto, são consideradas pragas e as outras 99% correspondem às baratas silvestres, que vivem em ecossistemas naturais e exercem um papel importante na natureza como recicladoras de matéria orgânica, atuando como decompositoras de folhas e frutos caídos no solo da floresta. Elas não transmitem doença e nem exalam mau cheiro.

O pesquisador estima que o número de espécies seja seis vezes maior, podendo chegar a cerca de 30 mil. Segundo ele, as baratas estão entre os insetos mais antigos que se conhece e possuem cerca de 300 milhões de anos.

De acordo com Gutierrez, que é um dos maiores especialistas no mundo sobre baratas, esses insetos, em alguns lugares do mundo, como no Camboja (sudeste asiático), são consumidas como alimentos e, em algumas partes da Europa, são usadas como remédios. Ainda segundo o pesquisador, há estudos que mostram que algumas baratas da espécie Paratopes sp. podem ser polinizadoras porque possuem microcerdas no corpo onde os grãos de pólen ficam aderidos.

"Buscamos, na palestra, motivar os estudantes de entomologia a abandonarem os preconceitos e compreenderem que esses organismos fazem parte de um ecossistema e é necessário estudá-los”, disse o pesquisador. “Nem todas fazem mal e a maioria é benéfica. As baratas são insetos que ainda estão por ser estudados”, completou.

Coleção de Invertebrados

O pesquisador cubano está no Inpa há quase um mês como pesquisador visitante para ajudar na identificação dos exemplares de baratas, por meio do projeto “Melhoria do nível de resolução taxonômica da Coleção de Invertebrados do Inpa”, coordenado pelo pesquisador Marcio Oliveira, curador da Coleção de Invertebrados do Instituto. O projeto conta com financiamento de R$ 196 mil oriundos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

De acordo com Oliveira, o projeto trará dez especialistas até 2015 para ajudar na identificação de insetos existentes na Coleção de Invertebrados do Inpa. “A nossa coleção tem quase 60 anos de idade e existem milhões de exemplares que nunca foram identificados, porque aqui não temos especialistas em certos grupos de insetos. Então, resolvemos trazer especialistas de outros países para nos ajudar nesse trabalho”, disse Oliveira, acrescentando que há outro projeto em fase de aprovação de financiamento que prevê a vinda, até 2016, de outros 50 especialistas para colaborar no trabalho de identificação.

Gutierrez é o segundo dos dez especialistas do projeto que virão ao Inpa. Em maio, o especialista em formigas, Fernando Fernandez, da Colômbia, esteve no Instituto e saiu com a mesma impressão que Gutierrez.

O pesquisador cubano está entusiasmado com a Coleção de Invertebrados do Inpa. Ele lamenta que o tempo não seja suficiente para olhar tudo o que há.“Aqui tem uma coleção muito interessante de insetos e mais de 5 mil exemplares de baratas de diversos gêneros que precisam ser estudados e revisados. Provavelmente, quando houver um grupo de pessoas que queira estudar estes insetos existentes na Amazônia, com certeza novas espécies virão para esta coleção”, disse o pesquisador.

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