Ir direto para menu de acessibilidade.
Portal do Governo Brasileiro
Você está aqui: Página inicial > Últimas Notícias > Ganhador do Prêmio Bunge, pesquisador Hiroshi Noda, debate a sustentabilidade na agricultura familiar amazônica
Início do conteúdo da página
Notícias

Ganhador do Prêmio Bunge, pesquisador Hiroshi Noda, debate a sustentabilidade na agricultura familiar amazônica

  • Publicado: Quinta, 18 de Setembro de 2014, 20h00
  • Última atualização em Quinta, 16 de Abril de 2015, 10h38

 

Para o pesquisador, a interação entre pesquisadores e agricultores estabelece o diálogo entre a ciência e o saber tradicional

Redação Ascom -Inpa

“A agricultura, em escala global, tem três grandes desafios a serem suplantados”, diz o pesquisador aposentado do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Hiroshi Noda, 71, um dos premiados do 59º Prêmio Fundação Bunge, na categoria Produtividade Agrícola Sustentável, que ministrará a palestra “Sustentabilidade na Agricultura Familiar Amazônica: Melhoramento e Conservação de Recursos Genéticos Hortícolas”, na próxima terça-feira (23), às 10h, na sede da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em São Paulo. Um dia antes, ocorre a cerimônia de entrega do prêmio.

Para Noda, doutor em Genética e Melhoramento de Plantas pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), o primeiro desafio da agricultura em escala global é garantir a segurança alimentar, principalmente, nos países periféricos, onde o acesso ao alimento continua sendo, ainda hoje, um grave problema nas camadas mais pobres da população.

Atualmente, a insegurança alimentar atinge aproximadamente 805 milhões de pessoas, principalmente em áreas urbanas e regiões periféricas, de acordo com informações divulgadas na última terça-feira pela Organização da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO).

O segundo desafio é aumentar os níveis de sustentabilidade agrícola face ao processo gradual de deterioração ambiental e, o terceiro, é desacelerar e estancar o processo de perda da agrobiodiversidade.

De acordo com o pesquisador, um programa do Inpa, em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), desde 2001, por meio da pesquisa participativa com agricultura, vem utilizando estratégias de melhoramento genético e conservação in situ (no local) de espécies hortícolas (como abóbora, cubiu, ariá, feijão-macuco, feijão-de-asa) na região amazônica. Todas as ações de pesquisas levam em conta os procedimentos agroecológicos adotados pelos agricultores tradicionais praticados no manejo das plantas nas diferentes etapas do processo produtivo.

Conforme Noda, a interação entre pesquisadores e agricultores vem estabelecendo o diálogo entre a ciência e o saber tradicional. “O conhecimento derivado desta relação vem produzindo importantes subsídios para o entendimento da dinâmica evolutiva ocorrida na domesticação das espécies cultivadas”, diz Noda.

Para ele, outro ponto a considerar é a continuidade do processo de conservação dos recursos genéticos in situ para garantir a autossuficiência alimentar, a sustentabilidade no processo produtivo e a manutenção dos valores culturais dessas populações humanas tradicionais. A conservação in situ é aquela que preserva a variabilidade genética das plantas cultivadas nas propriedades agrícolas onde estas são manejadas.

A palestra faz parte da programação do Seminário sobre Produtividade Agrícola Sustentável, que reunirá especialistas para debater os avanços e desafios na área. Entre eles estão o engenheiro agrônomo Fernando Dini Andreote (Esalq/USP), o pesquisador do Inpa Adalberto Val, José Roberto Postali Parra (Esalq/USP) e Silvio Crestana (Embrapa). 

Atuação

Hiroshi Noda atua há quase 40 anos em conservação em melhoramento genético de espécies hortícolas na região e, atualmente, coordena a pesquisa intitulada “Sementes e tecnologias agroecológicas para a agricultura familiar no Amazonas”. A pesquisa é um projeto-piloto visando à criação de um sistema público para a produção de sementes, voltado à agricultura familiar. 

A pesquisa, que é financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com vigência até dezembro de 2016, tem o objetivo de proporcionar autonomia aos agricultores familiares no acesso às sementes, insumo fundamental para a prática da agricultura sustentável.  “O princípio é fazer com que o agricultor produza os alimentos e ele possa, também, ser um produtor de sementes, contribuindo para a conservação e preservação das espécies cultivadas”, diz.

Noda também é professor dos Programas de Pós-Graduação em Agricultura no Tropico Úmido (PPG-ATU) do Inpa e de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade da Amazônia (PPG-CASA), da Ufam.

registrado em:
Fim do conteúdo da página