Analista do Inpa lança cartilha “Português sustentável”
Três técnicas são ensinadas na cartilha: Oração na Palma da Mão, Corpo Morfológico e Cena Fotografada
A minigramática ensina, com técnicas simples e diferenciadas, conceitos das classes gramaticais e da sintaxe e como utilizá-las. A cartilha será lançada nesta sexta-feira
Por Camila Leonel (texto e foto)- Ascom Inpa
Despertar a curiosidade, levar a pessoa a pensar sobre o que lê, ultrapassar o “velho decoreba” e instrumentalizar o cidadão com conceitos da norma culta da língua portuguesa. Essa é a proposta da analista de ciência e tecnologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Fernanda Morais, com a elaboração da cartilha “Português Sustentável: uma tecnologia para inclusão social”.
A cartilha será lançada nesta sexta-feira (19), às 10h, no auditório da Biblioteca do Inpa, com entrada pela Rua Otávio Cabral, s/n, bairro de Petrópolis, zona Sul de Manaus. Após o evento, a cartilha estará disponível para aquisição dos interessados na Editora do Inpa.
Morais também fará um minicurso de português utilizando as técnicas da cartilha, de 6 a 10 de outubro, como parte da programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT/ Inpa), que ocorrerá de 13 e 19 de outubro. Serão oferecidas 70 vagas, com direito a certificado. A atividade é gratuita e aberta ao público.
Inclusão Social
Num mundo onde se discute tanto sustentabilidade, Morais traz uma nova proposta de ensinar a língua portuguesa, de forma que os alunos possam assimilar melhor a norma culta da língua. De acordo com a autora, a escolha do título veio da ideia da minigramática ser uma “uma tecnologia para a inclusão social”, aquela metodologia ou processo que visa proporcionar às populações social e economicamente excluídas, como muitos estudantes de escolas públicas, oportunidades de serem inseridos à parcela da sociedade que pode viver com qualidade de vida e como cidadãos plenos.
“Quero ir em direção aos alunos que estudam em escolas públicas, que não têm condições de pagar cursinho, mas que, se estimulados e instrumentalizados, podem entrar na faculdade, passar num concurso público, melhorar a sua qualidade de vida”, destacou Morais, que é pernambucana, estudou da alfabetização ao mestrado em instituições públicas e já foi aprovada em 13 concursos públicos.
Para a autora, é fundamental que os estudantes conheçam a norma culta, pois nas provas de vestibulares e concursos, por exemplo, são as regras da norma culta da língua que são exigidas. “É importante que as regras da língua padrão sejam assimiladas, pois o conhecimento da norma culta é fundamental para o indivíduo se desenvolver cultural, social e economicamente”, disse.
Formada em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Fernanda já foi professora da rede pública de ensino de Pernambuco, supervisora das Delegacias do Ministério da Educação da Paraíba e de Pernambuco, técnica em Assuntos Educacionais da UFPE, entre outros cargos. Para ela, faz parte da jornada tentar facilitar o aprendizado da língua em sala de aula.
“Ao longo da minha trajetória, eu tentava facilitar didaticamente esse conhecimento para o aluno e por isso desenvolvi algumas técnicas, que eu suponho que sejam únicas para facilitar esse aprendizado”, contou.
Técnicas
Três dessas técnicas fazem parte do livro: a Oração na Palma da Mão, o Corpo Morfológico e a Cena Fotografada. A primeira - Oração na Palma da Mão - divide a mão da pessoa em duas partes: a primeira é o sujeito e o restante da mão é o predicado. Cada dedo representa funções sintáticas presentes na oração. Os termos acessórios da oração, como o vocativo e o aposto, são representados por acessórios como anéis e pulseiras.
A outra é o Corpo Morfológico, uma técnica na qual as classes gramaticais são associadas às partes do corpo humano, facilitando a compreensão de seus conceitos e da relação que as classes gramaticais guardam entre si. E, por último, a Cena Fotografada que leva o estudante a entender o que é transitividade verbal e complemento verbal, de modo rápido e lúdico.
Fernanda é analista de ciência e tecnologia na área de planejamento, infraestrutura e gestão do Inpa, atuando na Coordenação de Tecnologia Social do Instituto. Ela espera usar a cartilha para ministrar cursos dentro e fora do Instituto com alunos que queiram aprender melhor a língua portuguesa. A analista também é autora do livro “O Inpa é realmente importante para a Amazônia?”.
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