Projeto-piloto de Turismo Científico acontece no Bosque da Ciência
O objetivo é oferecer aos turistas que virão a Manaus para a Copa do uma nova opção de turismo de conhecimento da biodiversidade amazônica. Ingresso de R$ 5 continua sendo oferecido no bosque*
Por Luciete Pedrosa - Ascom Inpa
Nesta sexta-feira (6), acontece uma demonstração do projeto de Turismo Científico a ser realizado no Bosque da Ciência, no período de 9 a 30 de junho, durante a realização da Copa do Mundo de Futebol 2014. O projeto é destinado a turistas que visitam Manaus e demais interessados.
A visita rotineira ao Bosque da Ciência com ingresso de R$ 5 continua, independente desse pacote diferenciado oferecido pela empresa Pra Que Rumo. Esta solicitou da Amazônia Socioambiental, empresa incubada no Inpa que faz consultoria na área de projetos ambientais, a elaboração do projeto Turismo Científico.
O objetivo do novo pacote é oferecer aos turistas que virão a Manaus para os jogos da Copa do Mundo uma nova opção de turismo de conhecimento da biodiversidade amazônica. O pacote oferecido pela empresa Praquemundo possui preço diferente do praticado pelo Inpa no bosque, que é de R$ 5.
Segundo Diego Brandão, diretor da Amazônia Socioambiental, nesta primeira experiência do projeto de Turismo Científico a ser feita com alguns convidados, o objetivo é testar e observar as percepções de cada visitante sobre o roteiro a ser percorrido para que se façam os ajustes a fim de que o projeto entre em funcionamento oficial nesta segunda-feira (9).
O projeto de Turismo Científico pretende atingir 1.320 pessoas, que terão 88 oportunidades de fazer a visitação no Bosque da Ciência. Serão realizadas, por dia, quatro sessões, com duração de uma hora e meia. Cada sessão será formada por grupos de, no máximo, 15 pessoas. A previsão é atender 60 pessoas por dia, sendo 30 pela manhã, às 9h e às 10h, e 30 à tarde, às 14h e às 15h.
Diferencial
Um dos diferenciais desse projeto, ainda segundo Brandão, é a forma com que a empresa vai se relacionar com o cliente. O diretor conta que o turista pode escolher o dia e hora para fazer a visita, o que dá uma certa flexibilidade para o visitante.
O diretor explica que outro ponto positivo é o conhecimento e o envolvimento que os guias têm com o Inpa e com a Ciência. “Certamente, os nossos consultores estarão dispostos a responder todas as perguntas dos visitantes e, portanto, terão prazer em falar sobre Ciência”, comenta, acrescentando que outras empresas de turismo incluem o Bosque da Ciência, porém, ficam concentrados na área da Ilha da Tanimbuca (árvore com mais de 600 anos de existência). “E os turistas deixam de ganhar por não conhecer todo o trajeto do Bosque”, explica Brandão.
Neste quesito, Brandão ressalta que os guias, além de mostrar os exemplos da biodiversidade, estão preparados para falar aos turistas sobre os projetos que o Inpa desenvolve sobre as espécies animais e vegetais que serão visitados. “Vamos falar sobre a biodiversidade e relacionar estas espécies com os projetos de conservação desenvolvidos pelo Inpa”,
Angelica Rezende, coordenadora de visitações, explica que os guias selecionados são bilingues e com formação na área ambiental (mestrado ou doutorado) feita no próprio Inpa. Segundo ela, os guias têm um bom conhecimento do Bosque da Ciência, porém, estão sendo treinados e seguirão um roteiro para melhor apresentar o espaço ao visitante. “Os visitantes terão um contato direto com pessoas que realmente fazem Ciência”, garante.
De acordo com a coordenadora de visitações, a equipe de trabalho da empresa Amazônia Socioambiental está aprofundando as pesquisas sobre as atrações já existentes Bosque.
Pacote
Os turistas poderão obter os pacotes de serviços somente por meio do site WWW.praquerumo.com.br, que já estão disponíveis. O turista que optar pelos pacotes garantirá um ingresso ao Bosque da Ciência, uma água engarrafada, experimentação de sorvetes regionais, guias bilíngues, além de sorteio de livros sobre a biodiversidade da Amazônia.
O roteiro constará de visitações ao viveiro das ariranhas; aquário do peixe-boi da Amazônia (que chega a medir 3 metros de comprimento e pesar até 500 quilos); a Casa da Ciência; a Ilha da Tanimbuca (uma área composta de um pequeno riacho onde se encontram peixes, quelônios e vegetação nativa, como a árvore Tanimbuca com mais de 600 anos); caminhada pela trilha suspensa (uma passarela suspensa que permite aos visitantes uma visão panorâmica da fauna e da flora); e exposição indígena no Paiol da Cultura.
Além disso, o visitante também conhecerá o Lago Amazônico e o lago dos quelônios da Amazônia; o viveiro dos jacarés, onde podem ser observadas três espécies desses répteis da região amazônica: o jacaré-açu, o jacaré-tinga e o jacaré-coroa; e o tanque do peixe elétrico poraquê.
Bosque da Ciência
O Bosque da Ciência do Inpa foi criado em abril de 1995 e é um exemplo concreto de socialização das ações do instituto, em especial, para a sociedade local. O espaço passou a ser uma resposta às necessidades da população o sentido de aproximar o público em geral do próprio ambiente onde vive, na medida em que passa a conhecer os objetos de estudos e pesquisas do Inpa.
Para o coordenador do Bosque da Ciência, Jorge Lobato, a consolidação dessa espécie de ‘museu natural a céu aberto’ tem sido graças à participação crescente da sociedade, que é comprovada pelos mais de 1,6 milhão de visitantes desde que foi implantado. De acordo com ele, o Bosque da Ciência recebe em média 130 mil visitantes por ano.
O Bosque fica na rua Otávio Cabral, s/nº, o bairro Petrópolis, zona Sul de Manaus (na sede do Inpa, no Campus I). O espaço fica aberto para visitação de terça a sexta-feira, das 9h às 12h, e das 14h às 16h30 (entrada). Aos sábados, domingos e feriados, das 9h às 16h (entrada). O ingresso custa R$ 5. Crianças até 10 anos e idosos com mais de 60 anos não pagam. As visitas de grupos escolares agendados têm entrada franca, porém, é necessário fazer solicitação por meio de ofício. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (92) 3643-3102/3312/3293.
* Matéria editada em 11/06/2014
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