Estudantes de escolas públicas participam de mais uma edição do Circuito da Ciência

No próximo dia 6 de junho, o Inpa realiza outra rodada seguida do projeto, que em 2014 completa 15 anos de atividade. O Circuito recebe homenagem da Aleam, nesta segunda-feira  

Por Luciete Pedrosa – Ascom Inpa

Foto: Eduardo Gomes (Acervo Inpa)

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) abriu as portas nesta sexta-feira (30) para cerca de 300 alunos da rede estadual de ensino participarem da 3ª edição do Circuito da Ciência, projeto de educação ambiental e popularização da ciência do Instituto.

Segundo a professora Ivonete Teixeira, da Escola José Bentes Monteiro, uma das quatro instituições de ensino convidadas para esta edição do projeto, é muito importante para os alunos vivenciarem teoria e prática. “Hoje foi uma aula diferente para eles, porque conheceram de perto sobre as aranhas e sobre a dengue, por exemplo”, disse.

O Circuito da Ciência leva conhecimento científico aos estudantes, por meio de atividades lúdicas, exposições e contato direto com a natureza. O principal objetivo é a popularização da ciência através de práticas ambientais.

Dentre as atividades desenvolvidas, estão caminhada pelas trilhas educativas, jogos lúdicos, oficinas sobre saúde bucal, invertebrados vivos, insetos aquáticos,
alimentação e prevenção às doenças tropicais como a malária, leishmaniose e
dengue, além de exposições sobre resíduos sólidos e a apresentação de peças
teatrais.

Para esta terceira edição do Projeto Circuito da Ciência, participaram as escolas estaduais Senador Cunha Melo (no bairro da Raiz), José Bentes Monteiro (no Aleixo), Padre Ruas (no Zumbi III) e Belarmino Marreiro (no bairro Novo Aleixo).

De acordo com o pesquisador e entomólogo, Hugo Mesquita, o stand do Laboratório de Etnoepidemiologia, do Grupo de Pesquisa de Malária e Dengue, um dos colaboradores do circuito repassa para os alunos informações sobre a biologia e o ciclo de vida dos mosquitos que transmitem a malária (Anophele darlingi) e dengue (Aedes aegypti). Ele também repassa informações sobre as pesquisas que o Inpa desenvolve no controle do mosquito e tratamento dessas doenças.

O técnico Ulisses Barbosa, também do Laboratório de Etnoepidemiologia, explica que no momento a equipe está trabalhando o controle biológico usando inseto para comer inseto. Ele explica que um grupo de insetos, o Toxorhynchites haemorhoidalis, também conhecido como mosquito elefante, cujas larvas são altamente predadoras com a capacidade de predar até 400 larvas do mosquito da dengue, durante o ciclo larval. “Fora estes insetos, estamos, também, usando no controle biológico as libélulas, que são boas predadoras e agem no controle das larvas e dos adultos, além das baratas d’água”, contou.

O estudante Jonatan Santos, da escola Belarmino Marreiro (Novo Aleixo), que está participando pela primeira vez do circuito ficou emocionado com tudo o que viu no Bosque da Ciência. “Não tenho nem palavras para dizer o que estou sentido ao visitar este lugar. É tudo muito diferente, muito lindo. Gostei muito de ver o peixe-boi, o que eu nunca tinha visto”, disse o estudante.

De acordo com o coordenador do Bosque e do Circuito da Ciência, Jorge Lobato, na próxima sexta-feira (6 de junho), o Inpa realizará nova edição do Circuito da Ciência, tendo em vista a realização dos jogos pela Copa do Mundo de Futebol, de 12 de junho a 13 de julho.

Homenagem

Nesta semana comemorativa do Meio Ambiente, a Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) homenageia o Inpa pelo Projeto Dinâmica de Carbono da Floresta Amazônica (Cadaf, sigla em inglês) e pelo Circuito da Ciência, projeto que neste ano de 2014 completou 15 anos de atividades, além do pesquisador Carlos Roberto Bueno, coordenador de Extensão do Inpa, pela contribuição que tem prestando à instituição. A Homenagem acontece às 9h, na própria Casa.

“O Inpa vem num cenário de reafirmação do seu papel e como uma instituição importante e estratégica para o desenvolvimento da Amazônia. Isso representa avanços e o Inpa vem avançando em várias frentes”, destacou Jorge Lobato.

O projeto Cadaf encerrou este ano. Foi resultado de um acordo bilateral internacional entre o Brasil e o Japão desde 2010 com o objetivo de desenvolver técnicas de avaliação, em larga escala, da dinâmica do carbono na floresta amazônica, produzindo informações que consolidaram, dentre outros resultados: um sistema de Inventário Florestal Contínuo (IFC) para monitorar o carbono florestal da Amazônia Central; a identificação de uma relação entre tipos florestais e a dinâmica do carbono em florestas maduras e manejadas; e a elaboração de um mapa de carbono florestal utilizando dados dos Inventários Florestais Contínuos e de sensoriamento remoto.