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Estoque de carbono da floresta no Amazonas é de 167,7 toneladas por hectare, aponta pesquisa do Inpa

  • Publicado: Segunda, 28 de Abril de 2014, 20h00
  • Última atualização em Terça, 14 de Abril de 2015, 10h35

 

Este foi um dos resultados apresentados no seminário de encerramento do Projeto Cadaf, que estuda a Dinâmica de Carbono da Floresta Amazônica por pesquisadores do Brasil e do Japão.

Por Luciete Pedrosa – Ascom do Inpa

O estoque de carbono florestal no estado do Amazonas está em torno de 167,7 toneladas por hectare. Este foi um dos resultados apresentados no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) durante o seminário de encerramento do Projeto Cadaf, que estuda a Dinâmica de Carbono da Floresta Amazônica por pesquisadores do Brasil e do Japão. O evento que iniciou na noite de domingo (27) termina às 12h desta terça-feira (29). Veja aqui a programação.

Segundo o pesquisador do Inpa e um dos responsáveis pelo seminário, Adriano Nogueira, vários pesquisadores envolvidos no projeto apresentaram o resultado de suas pesquisas, inclusive com a divulgação da quantidade do estoque de carbono no Amazonas pelo pesquisador Francisco Higuchi, do Laboratório de Manejo Florestal do Inpa, com base na média estimada dos inventários florestais do Amazonas de 167,7 toneladas por hectare com um intervalo de erro de 6,5 toneladas de carbono, o que equivale a um Intervalo de Confiança de 95%.

“A ideia agora é reunir todas as informações de metodologia, de estoque e dinâmica de carbono para ajudar elaboração da implantação do REDD+. No momento, estamos criando a base de conhecimento na questão de metodologia de inventário florestal contínuo e monitoramento florestal tentando conciliar com o sensoriamento remoto. Tudo isso para ajudar quem tiver interesse, no caso o governo estadual, na elaboração de implantação do projeto REDD+”, explica.

Pesquisadores e organizações ligadas às questões de mudança climática global se reúnem com o objetivo de reunir subsídios para ajudar na elaboração do projeto REDD+ (sigla para Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal) na Amazônia. 

Adriano explica ainda o que o Inpa com este projeto está criando um método confiável do tipo MVR, ou seja, Mensuráveis, Reportáveis e Verificável, para que instituições interessadas possam utilizar para elaborar seus projetos REDD+.   

De acordo com o coordenador geral do Projeto Cadaf, o pesquisador Niro Higuchi, o Cadaf é um projeto de cooperação técnica internacional que teve início em 2010 em parceria com o Inpa, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Instituto de Pesquisas de Florestas e Produtos Florestais do Japão (FFPRI) e a Universidade de Tókio. O projeto teve o financiamento da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica).

Thelma Krug, pesquisadora do Inpe, apresentou um mapa de carbono que o Brasil utiliza  para fins de inventário nacional de gases de efeito estufa, que é submetido junto à Convenção das Nações Unidas sobre mudança de clima – requisito que todos os países têm que submeter de tempos em tempos. De acordo com Thelma, o Brasil submeteu seu segundo inventário em 2010 e, desde o primeiro inventário, foi utilizado este mapa gerado com dados com uma equação alométrica que foi desenvolvida no Inpa pelo pesquisador Niro Higuchu, em 1998, juntamente com dados do Radam Brasil, o que gerou um mapa de carbono do Brasil.

“O trabalho desenvolvido pelo Inpa é fantástico e não há nenhuma outra instituição no Brasil que tenha um investimento tão grande em conhecer a biomassa de suas florestas. É enriquecedor o conteúdo dessas informações”, diz Thelma.  

O seminário encerra nesta terça-feira com a participação do superintendente da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Virgílio Viana, que falará sobre a experiência do projeto de carbono florestal na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Juma; da analista ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e responsável pelo REDD+, Letícia Guimarães; da pesquisadora Thelma Krug, representando o Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC); e do cacique Almir Suruí que falará da experiência do projeto de carbono na Reserva Indígena Sete de Setembro, localizada na fronteira entre Rondônia e Mato Grosso. O cacique ganhou recentemente da Organização das Nações Unidas (ONU) o prêmio de herói da floresta pelo seu trabalho de manter a floresta em pé.

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