Inpa inaugura prédio para armazenamento de materiais radioativos
O Pamrad representa um salto qualitativo nos trabalhos que estão sendo desenvolvidos há décadas nos laboratórios do Inpa
Por Luciete Pedrosa - Ascom Inpa
“Esta tecnologia com uso de radioisótopos para os estudos não só de questões ambientais, mas também relacionados à saúde é uma ferramenta de extrema importância para a ciência e a tecnologia. Não conseguiríamos avançar em várias áreas de pesquisa sem essa ferramenta”, declarou o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Adalberto Val, durante a inauguração da estrutura física do Prédio de Armazenamento para Materiais Radioativos (Pamrad), nesta quarta-feira (23).
Com a inauguração do Pamrad, o Inpa torna-se referência no Norte do Brasil neste tipo de armazenamento, garantindo o confinamento seguro desses materiais radioativos pelo tempo necessário à proteção do homem e do meio ambiente.
De acordo com o diretor Adalberto Val, o Inpa já trabalhou com material radioativo e agora faz um investimento significativo com esta infraestrutura para dotar o instituto de uma ferramenta tão valiosa para a pesquisa.
Para o presidente da Comissão Interna de Radioproteção, o pesquisador Adrian Pohlit, o Pamrad é resultado de investimentos que o Inpa está fazendo em prol das pesquisas e representa um salto qualitativo nos trabalhos que estão sendo desenvolvidos há décadas nos laboratórios, como é o caso das pesquisas com a malária. “É uma honra contar com a estrutura do Pamrad, o que vai tornar possível utilizar um metabólito que contém o isótopo trício, que é introduzido no meio de cultura durante o bioensaio e permite quantificação rápida dos parasitos e aumenta em mais de 100 vezes a velocidade dos testes antiplasmódicos", ressalta o pesquisador.
Segundo Val, outras instâncias da região poderão também usar a estrutura do prédio respeitando o limite da capacidade de armazenagem do Pamrad. “O prédio não foi desenhado para atender uma quantidade muito grande, mas para questões específicas e emergenciais vamos atender na medida do possível’, destacou o diretor do Inpa.
O Pamrad atenderá as necessidades dos diversos grupos de pesquisas de diferentes laboratórios do Inpa, que já manifestaram a intenção de trabalhar com materiais radioativos ou equipamentos emissores de radiação ionizante em suas pesquisas. Futuramente, esses laboratórios passarão a ser denominados de Instalações Radiativas licenciadas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).
Para a construção do prédio foram investidos recursos na ordem de R$444.100,00, oriundos do Projeto Grandes Vultos. O prédio foi projetado obedecendo às legislações e normas nacionais e internacionais do Cnen e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
O prédio possui uma arquitetura própria para a sua finalidade: as paredes possuem espessuras específicas, cantos arredondados, o piso foi concebido com uma base diferenciada de modo que não permita infiltrações, e as pinturas foram feitas com tintas especiais.
A implantação do Serviço de Radioproteção no Inpa é uma das normas estabelecidas pelo Cnen para que os laboratórios de pesquisas utilizem materiais radioativos. Segundo explica a técnica do Inpa responsável dessa área, Zenaide Figueiredo, o Serviço tem a função de orientar os grupos de pesquisas que tenham a intenção de trabalhar com material radioativo e garantir que o pessoal que irá trabalhar com esse material esteja sob um regime de segurança contra irradiações, mesmo que sejam em pequenas quantidades. “Desde o momento em que o laboratório se propõe a trabalhar com material radioativo ele tem que estar estruturado para poder trabalhar com determinados elementos”, diz Zenaide.
O Serviço de Radioproteção também trabalhará a segurança das fontes radioativas, a dosimetria (monitoração da dose de radiação recebida) das pessoas envolvidas com a manipulação do material radioativo, além da monitoração ambiental em torno do prédio onde serão armazenados os dejetos radioativos.
Todos os laboratórios que trabalham com materiais radioativos ou com equipamentos que geram ondas ionizantes com raios X têm que ser licenciados ou isentadospela Cnen e precisam atender algumas normas na questão da proteção radiológica e com pessoal treinado. Os colaboradores envolvidos nos laboratórios, que serão transformados em Instalações Radiativas, passarão por treinamentos, recomendados pela Cnen, de no mínimo 40h, repetidos a cada dois anos.
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