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Inpa inaugura primeiro prédio na região Norte para armazenamento de materiais radioativos

  • Publicado: Quarta, 16 de Abril de 2014, 20h00
  • Última atualização em Terça, 14 de Abril de 2015, 10h23

 

Com a inauguração do Pamrad, o Inpa torna-se referência no Norte do Brasil neste tipo de armazenamento, garantindo o confinamento seguro desses materiais radioativos

Por Luciete Pedrosa - Ascom Inpa

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) inaugura, nesta terça-feira (22), a estrutura física do Prédio de Armazenamento para Materiais Radioativos (Pamrad). Este é o primeiro prédio da região Norte com capacidade de armazenagem inicial de materiais e dejetos radioativos inerentes àsatividades de pesquisas nos laboratórios do Instituto que utilizam substâncias radioativas (os chamados radionuclídeos) em quantidades superiores aos limites de isenção especificados em norma própria da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).

A inauguração será às 9h, no Campus I do Inpa, na Av. Otávio Cabral, s/nº - Petrópolis (zona Centro-Sul de Manaus). Com a inauguração do Pamrad, o Inpa torna-se referência no Norte do Brasil neste tipo de armazenamento, garantindo o confinamento seguro desses materiais radioativos pelo tempo necessário à proteção do homem e do meio ambiente.  

Para o diretor do Inpa, Adalberto Luis Val, o Serviço de Radioproteção no instituto é uma ferramenta de vital importância à disposição dos pesquisadores do Inpa para continuarem a ser competitivos na fronteira do conhecimento científico.  “Organizar e manter um Serviço de Radioproteção no Inpa é mais um avanço da instituição que definitivamente se consolida por meio de ferramentas de última geração no estudo da biodiversidade amazônica”, disse Val.

O prédio da Pamrad atenderá às necessidades dos diversos grupos de pesquisas de diferentes laboratórios do instituto, que já manifestaram a intenção de trabalhar com materiais radioativos ou equipamentos emissores de radiação ionizante em suas pesquisas. Desse modo, esses laboratórios passarão a ser denominados, futuramente, de Instalações Radiativas licenciadas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).

Dejetos radioativos são materiais produzidos em laboratórios, hospitais, usinas nucleares, centros de pesquisas, entre outros, e que não têm mais utilidade (mas que podem às vezes ser reciclados) e não podem ser “jogados fora” ou “no lixo”, por causa das radiações perigosas que emitem.

A técnica em Materiais Radioativos do Inpa e supervisora técnica do Serviço de Radioproteção, Zenaide Aparecida Figueiredo, explica que a construção do prédio teve um custo de R$ 444.100,00, recursos oriundos do Projeto Grandes Vultos. O prédio foi projetado obedecendo às legislações e normas nacionais e internacionais, como da própria Cnen e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Conforme Zenaide, o prédio possui uma arquitetura própria para a sua finalidade: as paredes possuem espessuras específicas, cantos arredondados, o piso foi concebido com uma base diferenciada de modo que não permita infiltrações, e as pinturas foram feitas com tintas especiais. “O prédio também possui um sistema de contenção de água servida próprio e diferenciado. Não será descartado nenhum tipo de material radioativo no meio ambiente, ficando retido no próprio Inpa”, explica a técnica.  

Segundo ela, os laboratórios do Inpa, depois de licenciados pela Cnen, passarão também a ser geradores de dejetos radioativos. Mas para que isso aconteça de modo seguro é preciso haver o Gerenciamento de Rejeito Radioativo. Estes materiais serão embalados adequadamente, de acordo com o tipo de emissão de cada partícula radioativa, devidamente identificados e encaminhados ao Pamrad.

A técnica conta que haverá um agendamento para encaminhar os materiais radioativos para a armazenagem. “Cada laboratório agendará o envio desses materiais ao Pamrad”, diz Zenaide informando que o prédio deverá entrar em funcionamento total no segundo semestre deste ano, tendo em vista que a aquisição dos equipamentos necessários ainda está em processo de licitação.

Ela esclarece que quando esses dejetos chegarem a um determinado nível de ocupação do prédio serão encaminhados a um depósito autorizado pela Cnen. No Brasil, existem depósitos autorizados em Recife, São Paulo, Rio de Janeiro.

De acordo com a técnica, um trabalho de orientação está sendo desenvolvido, desde 2013, com os responsáveis pelos laboratórios do Inpa, quanto à proteção radiológica aos que vão trabalhar com materiais radioativos, mesmo em pequenas quantidades, mas que fazem parte de seus estudos, como o carbono 14 (14C), o hidrogênio 3 (3H) e o cálcio 45 (45Ca), dentre outros. “Para utilizar materiais radioativos, hoje, no Brasil, existem normas editadas pela Cnen que precisam ser atendidas”, complementou.

Serviço de Radioproteção

Uma das normas do Cnen é a implantação do Serviço de Radioproteção, que já está sendo estruturado no Inpa com o objetivo de gerenciar as atividades de proteção radiológica.

Todos os laboratórios que trabalham com materiais radioativos ou com equipamentos que geram ondas ionizantes com raios X têm que ser licenciados ou isentadospela Cnen e precisam atender algumas normas na questão da proteção radiológica e com pessoal treinado. Os colaboradores envolvidos nos laboratórios, que serão transformados em Instalações Radiativas, passarão por treinamentos, recomendados pela Cnen, de no mínimo 40h, repetidos a cada dois anos.

Deverão participar dos treinamentos os pesquisadores responsáveis pelos laboratórios e seus técnicos, e alunos de mestrado ou doutorado que tenham trabalhos desenvolvidos nesses locais. “Inclusive, o pessoal do serviço de limpeza, que precisa conhecer o símbolo da radiação e saber qual o tipo de equipamento de proteção individual (EPI) deve ser utilizado ao executar serviços nesses locais”, ressalta a técnica em Materiais Radioativos do Inpa, Zenaide Figueiredo.

Ainda de acordo com Zenaide, o Serviço de Radioproteção também trabalhará a segurança das fontes radioativas, a dosimetria (monitoração da dose de radiação recebida) das pessoas envolvidas com a manipulação do material radioativo, além da monitoração ambiental em torno do prédio onde serão armazenados os dejetos radioativos para verificar a existência de algum nível de irradiação externa. “Também servirá como ponte entre os laboratórios do Inpa e a Cnen, porque para trabalhar com material radioativo, os laboratórios devem possuir licença de operação”, esclarece a técnica.  

Comissão Interna de Radioproteção

Para o pesquisador Adrian Pohlit, presidente da Comissão Interna de Radioproteção, com o licenciamento junto à Cnen, o Inpa voltaria a utilizar um metabólito que contém o isótopo trício que é introduzido no meio de cultura durante o bioensaio. “Isso permite quantificação rápida dos parasitos e aumenta em mais de 100 vezes a velocidade dos testes antiplasmódicos”.

O Serviço de Radioproteção atuará em conjunto com a Comissão Interna de Radioproteção, composta por técnicos e pesquisadores-doutores.

Além de auxiliar o Serviço de Radioproteção, a comissão terá a incumbência de orientar os diversos laboratórios do Inpa que irão manusear materiais radioativos a realizarem esta atividade, conforme as normas da radioproteção e seguranças existentes, de modo a preservar a saúde da comunidade do Inpa e dos visitantes, proporcionando um ambiente seguro para essas pessoas e a proteção ao meio ambiente.

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