Nesta sexta-feira tem edição extraordinária dos Seminários da Amazônia
O evento científico normalmente acontece quinzenalmente às quintas-feiras, às 15h, no auditório da Biblioteca. Desta vez, será uma edição extraordinária
Da Redação - Inpa
Espaço de temas provocativos, os Seminários da Amazônia realizam uma edição extraordinária nesta sexta-feira (31) para falar sobre Amazônia: 12.000 mil anos de história humana, às 15h, no auditório da biblioteca do Inpa, no Campus 1 da Instituição. O palestrante será o professor da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa, Santarém), historiador com doutorado em arqueologia Claide de Paula Moraes.
Na palestra, Moraes focará a apresentação em cinco momentos principais da história da ocupação humana na Amazônia: os mais antigos que chegaram, os grandes assentamentos de sociedades populosas em partes distantes da Amazônia; como estas sociedades entraram num momento de intensas disputas e subsequente experiência de redução de população; o contato com os europeus; e as ocupações atuais, com estilos de vida tradicionais influenciados pelas antigas sociedades indígenas.
Segundo o professor, as primeiras sínteses arqueológicas apresentaram a Amazônia como um local onde as sociedades humanas não puderam alcançar um completo estágio de desenvolvimento em função da escassez e da hostilidade do ambiente. Os grupos da floresta teriam vivido em contínua dependência e limitação pautadas pela disponibilidade de plantas e animais na natureza.
Com um melhor entendimento e acumulação de dados de sítios e vestígios arqueológicos na Amazônia, hoje é possível oferecer um ponto de vista alternativo para compreender a relação de longa duração entre os humanos e o ambiente amazônico. “Sugerimos que os povos da Amazônia desenvolveram mecanismos de interação e manipulação do ambiente que levaram à possibilidade de manejo e domesticação de plantas em diferentes estágios, e que estas escolhas adquiriram, através do tempo, mais importância na maneira como eles obtiveram alimentos da floresta”, explica Moraes.
O manejo de plantas e animais não necessariamente domesticados liberou os humanos do laborioso trabalho da agricultura e da necessidade de escolha de solos férteis como únicos locais possíveis para os assentamentos e locais de produção. “Entendemos que este processo não foi uma imposição do ambiente, ao contrário, foi uma escolha cultural”, disse Moraes.
A evidência de várias plantas totalmente domesticadas em sítios arqueológicos, segundo o professor, demonstra que as sociedades antigas conheciam as possibilidades de cultivar, mas mesmo assim, deram uma importância secundária para essas plantas, escolhendo alternativas mais flexíveis.
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