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Seminários da Amazônia do Inpa debatem nesta quinta-feira Domesticação da Amazônia

  • Publicado: Quarta, 24 de Abril de 2019, 10h01
  • Última atualização em Quarta, 24 de Abril de 2019, 16h07

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O palestrante será o pesquisador do Inpa, Charles Clement, que defende que os povos indígenas modificaram e domesticaram as plantas da Amazônia antes da chegada dos europeus ao Brasil

 

 

Da Redação – Inpa

Foto: William Milliken-JBR Kew /Banner: Lailla Pontes

 

Nesta quinta-feira (25) acontece a 2ª edição dos Seminários da Amazônia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC). O palestrante convidado é o pesquisador do Inpa Dr. Charles Clement, que falará sobre a “A Domesticação da Amazônia: A Ecologia Histórica Antes da Conquista Europeia”. O evento tem início às 15h, no auditório da biblioteca do Inpa, com entrada pela rua Bem-te-vi, 2.936, Petrópolis, zona Sul de Manaus.

De acordo com Clement, no imaginário brasileiro e mundial, a Amazônia é um bioma natural, quase intocado pelos povos indígenas antes da chegada dos europeus. Nas últimas décadas, evidências arqueológicas, botânicas, ecológicas, antropológicas, genéticas e históricas demonstraram que os povos indígenas da Amazônia foram – e são – como outros povos do mundo que construíram – e constroem seus nichos nos ecossistemas locais (lugar onde vivem, assentamentos, campos de produção e florestas manejadas).

A abordagem de construção cultural de nichos envolve os comportamentos humanos que levam à domesticação de plantas e animais e à domesticação de paisagens, e outros comportamentos humanos que tratam do acúmulo de conhecimento ecológico para a gestão de ecossistemas, o que permite chegar à ideia da domesticação de um bioma.

 

William Milliken JBR Kew Kew YanomamiZanthoxylum

 

Domesticar significa que os indígenas, que possuem vasto conhecimento da natureza ao redor, tiravam por exemplo plantas do ambiente natural e as plantavam novamente perto de casa de forma que seriam úteis para alimentação, abrigo e outros usos, como aconteceu com aconteceu com a mandioca, castanha do Brasil, açaí e pupunha. No processo, prevalecem características genéticas – frutos maiores, menos caroços ou árvores mais baixas para facilitar a colheita.

“No Seminário apresentaremos parte dessa evidência para demonstrar que todo o bioma possui sinais de domesticação em maior ou menor grau e deveria ser considerado um patrimônio natural e cultural brasileiro e sul americano”, disse Clement, destacando que é importante entender que a floresta derrubada significa a perda definitiva deste patrimônio cultural.

Clement e sua equipe defendem que a flora da Amazônia foi domesticada há dez mil anos pelos indígenas. As duas principais bases para que eles chegassem a esse entendimento são o número cada vez maior de sítios arqueológicos encontrados ao longo de todos os rios da Amazônia, de norte a sul e leste a oeste, e as florestas ao redor de todos destes sítios foram modificadas para aumentar a disponibilidade de recursos para os donos dos sítios.

Seminários

Os Seminários da Amazônia, realizados de 1976 a 2013, voltam com a proposta de discutir temas de ponta da pesquisa científica do mundo e da Amazônia, com temas provocativos e que estimulam a discussão e o aprendizado. Agora será realizado quinzenalmente às quintas-feiras, às 15h, no Auditório da Biblioteca do Inpa. Quinze minutos antes do início do evento estará disponível um café para os participantes, como forma de integração e troca de ideias. O evento é gratuito e aberto ao público.

O evento é promovido pela Coordenação de Extensão do Inpa, tendo na liderança da Comissão Organizadora as pesquisadoras Rita Mesquita e Cristina Cox Fernandes.

Charles Roland Clement

Possui Bacharelado de artes (com ênfase em Biologia) pela University of Connecticut (1973), mestrado em Biologia (com ênfase em Genética) pela Universidad de Costa Rica (1986) e doutorado em Horticultura (com ênfase em Genética) pela University of Hawaii (1995). Atualmente é pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, e professor colaborador da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e da Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc). Tem experiência na área de Genética, com ênfase em Recursos Genéticos, atuando principalmente nos seguintes temas: Pupunha (Bactris gasipaes), origem e domesticação de cultivos amazônicos, ecologia histórica, recursos genéticos amazônicos e fruteiras amazônicas.

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