Coleção de Peixes e ictiólogos do Inpa lamentam profundamente a morte de Javier Maldonado
O professor colombiano morreu no último sábado quando participava de uma expedição de coleta de peixes na bacia do rio Uaupés
Da Redação – Inpa
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A Coleção de Peixes do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (COBio/Inpa/MCTIC) e ictiólogos do Instituto lamentam profundamente a morte do ictiólogo colombiano Javier Maldonado Ocampo, 42, professor da Pontificia Universidad Javeriana em Bogotá, na Colômbia. A voadeira em que Javier estava virou no último sábado (2), quando ele participava de uma expedição de coleta de peixes na bacia do rio Uaupés, próximo a Iauareté, fronteira com o Brasil.
Além de Maldonado, outras quatro pessoas estavam na voadeira. Apesar de machucados, todos se salvaram, exceto Maldonado, que foi visto nadando por um tempo e depois desapareceu. O corpo do icitiólogo foi encontrado na terça (5) pelas equipes de buscas colombianas e reconhecido pelo irmão. Houve colaboração do Exército brasileiro na busca.
De acordo com a curadora da Coleção de Peixes, a ictióloga Lucia Rapp Py-Daniel, Javier fez o doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, sobre filogenia de peixes elétricos, com o Dr. Paulo Buckup como orientador. No Inpa, Maldonado colaborou com o Dr. José Gomes e trabalhou um tempo na Coleção de Peixes.
“Grande perda para a Ictiologia Neotropical. O Javier era muito ativo academicamente e tinha grande interesse na popularização da ciência no seu país. Nos últimos anos ele estava montando o maior banco de dados sobre peixes da Colômbia”, conta a pesquisadora do Inpa.
SegundoPy-Daniel, a sociedade ictiológica brasileira ficou bastante consternada, já que ele era um excelente colaborador e parceiro em pesquisas de peixes de água doce. Maldonado tinha 20 anos de experiência de campo e acadêmica e nos últimos anos dedicou-se em colaboração com profissionais de países da América Latina e da Europa no projeto Amazon Fish.
Ainda de acordo com Py-Daniel, a situação pela qual o Javier passou com seus alunos e piloteiros (2 indígenas) é uma situação comum às pessoas que trabalham em rios com corredeiras na Amazônia. “Nem sempre se consegue um piloteiro experiente; nem sempre se usam coletes salva-vidas. E mesmo com essas precauções, ainda é um risco que se corre. Este infeliz acidente deveria servir de alerta para pesquisadores e estudantes que passam tanto tempo em trabalhos de campo nos nossos rios”, alertou.
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