Nova espécie de rã-cuidadora homenageia pesquisadora do Inpa
Dra. Albertina Pimentel Lima é uma referência no Brasil em pesquisas com anuros
Letícia Misna – Inpa
Foto: Paulo Roberto Melo-Sampaio
A pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC), Dra. Albertina Pimentel Lima, foi homenageada com a descoberta de uma nova espécie de rã-cuidadora: a Allobates tinae. A pesquisa foi feita por Paulo Roberto Melo-Sampaio, Renan Oliveira e Ivan Prates, com artigo divulgado na revista South American Journal of Herpetology.
Albertina Pimentel Lima possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), mestrado e doutorado em Ecologia por Inpa/Ufam, e é uma das pioneiras e grandes nomes no estudo das rãs-cuidadoras da Amazônia, sobre as quais já descreveu pelo menos novedas 54 espécies conhecidas até o momento. Atualmente Albertina trabalha com foco no comportamento, conservação, evolução, sistemática e biogeografia de anuros (anfíbios que não possuem cauda).
“Escolhemos nomear a espécie como Allobates tinae como uma forma de ‘imortalizá-la’, uma vez que o nome científico é único e usado por toda a comunidade de taxonomistas a cada vez que se referirem a esta espécie de rã”, destaca Paulo Melo-Sampaio, que é biólogo com doutorado em zoologia.
Sobre a composição do nome, Melo-Sampaio explica que nasdescrições de novas espécies os zoólogos as nomeiam com um binômio (gênero + epíteto específico). “Quando identificamos que se trata de uma nova espécie, geralmente homenageamos pesquisadores que contribuíram de forma excepcional para o conhecimento de alguns grupos animais, mas outros tipos de nomes também são comuns, como por exemplo, destacar uma característica de coloração, forma ou tamanho da espécie”.
Rã-cuidadora
De acordo com o Dr. Paulo Melo-Sampaio, rã-cuidadora é o nome popular (traduzido do inglês "nurse frog") que os biólogos usam para designar as espécies de anuros que cuidam de sua prole em algum estágio do desenvolvimento, mais especificamente com o transportedos girinos no dorso até um ambiente que seja seguro para ele completar sua metamorfose.
“As rãs-cuidadoras do gênero Allobates vivem no chão da floresta, ocorrendo desde a América Central até o sudeste do Brasil,mas o ambiente de maior diversidade deste grupo é a Floresta Amazônica”, contou Melo-Sampaio.
As principais características físicas das rãs-cuidadoras são pequeno tamanho, uma faixa lateral marrom escura ecantam de durante o dia.
Conheça os autores
Dr. Paulo R. Melo-Sampaio é biólogo, professor da rede municipal de ensino e pesquisador colaborador do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Mora em Rio Branco, no Acre.
Me. Renan Oliveira está concluindo seu doutorado em Zoologia no Museu Nacional do Rio de Janeiro e trabalha com a revisão taxonômica das pererecas-de-mapa (grupo de Boana semilineata). Vive atualmente em Goiânia, Goiás.
Dr. Ivan Prates é um pesquisador atualmente baseado no Smithsonian Institution, que vive em Washington-DC (Estados Unidos), trabalhando com genômica comparativa da herpetofauna neotropical.
Redes Sociais