Inpa assina Carta de Intenções de Acordo de cooperação técnico-científica com a UFMT
Este foi o primeiro ato da nova diretora do Inpa, a pesquisa Antonia Franco
Da Redação – Inpa
Fotos: Cimone Barros, Ingrydd Ramos e Letícia Misna
Fortalecer as relações institucionais entre o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Esta é a proposta da Carta de Intenções de Acordo de Cooperação Técnico-Científica assinada pelas duas instituições, na última sexta-feira (07), que marcou o primeiro ato da nova diretora do Inpa, a pesquisadora Antonia Franco.
Formada por nove membros, a comitiva da UFMT, especialmente do campus de Sinop, passou uma semana em visita técnica no Inpa. Uma vez identificadas as demandas e os interesses em comum, o acordo de intenções prevê colaboração nas áreas de atuação do Inpa, como biodiversidade, saúde, impacto sobre clima e ambiente, além de outras áreas de interesse de estudos na Amazônia Legal. O convênio também possibilitará o intercâmbio de pesquisadores, estudantes de pós-graduação e receber estudantes de graduação na fase de estágio curricular. A futura parceria também prevê projetos de infraestrutura de suporte à pesquisa.
“Este primeiro ato é importante e simbólico. A assinatura de uma carta de intenções e de colaboração entre instituições é extremamente importante, pois abre portas para o Inpa e para a outra Instituição envolvida. Nós estamos abertos a novas perspectivas para o crescimento e desenvolvimento da ciência na Amazônia e no país”, disse Antonia Franco, destacando estar ciente e preparada para os novos desafios nos quatro anos de gestão.
“Temos dificuldades com relação a orçamento e redução de pessoal. No entanto, por mais que tenhamos dificuldades, o que temos de fazer é enfrentá-las de forma honrosa, com mérito, com união, agregando nossos interesses, realizando colaborações, de forma que consigamos ultrapassar as dificuldades, e sempre na esperança de que tenhamos um país melhor, um mundo melhor, com foco no conhecimento e na transferência do mesmo em prol da sociedade e do desenvolvimento do Brasil”, completou Franco.
De acordo com o coordenador substituto de Ações Estratégicas do Inpa, Laurindo Campos, atualmente o Instituto possui colaborações com as principais instituições de ensino e pesquisa da região Norte, e com várias outras entidades do país e exterior. Com Sinop, que é o principal polo econômico e universitário do Norte do Estado do Mato Grosso, já existe uma relação estabelecida há anos, tanto de pesquisadores do Inpa quanto com o crescente número de egressos que hoje atuam na UFMT.
Cerca de 40 professores da UFMT são ex-alunos do Inpa, 300 ex-alunos deles já passaram pelos Programas de Pós-Graduação do Inpa, além do desenvolvimento de projetos em parceria com o Programa de Pesquisa em Biodiversidade - PPBio (Ciências Ambientais e Ecologia e Conservação da Biodiversidade), INCT Cenbam e o Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia(LBA).
Pós-graduação
De acordo com o vice-reitor da UFMT, Evandro Soares da Silva, as principais demandas são na área de pós-graduação. Atualmente a Universidade possui mais de 50 programas de mestrado e doutorado, quatro deles em Sinop (Agronomia, Ciências Ambientais, Ciências em Saúde e Zootecnia) e estes estão com nota 3 de uma escala que vai até 7 na avaliação da Capes.
“Fico feliz e lisonjeado com essa real aproximação do Inpa com a UFMT, para que a partir de agora a gente possa dar alguns saltos quânticos em relação ao desenvolvimento científico, tecnológico, social, da sustentabilidade, mas principalmente humano”, contou o vice-reitor.
As instituições pretendem reinstalar, em parceria com outras entidades, uma torre de monitoramento climático e atmosférico em uma região próxima a Sinop, na Amazônia Meridional. “Queremos também fazer essa avaliação e monitoramento atmosférico para que juntos possamos galgar nossos espaços em publicações científicas, avanços em relação a questões climáticas, da própria floresta e da Amazônia, pois lá é uma região extremamente produtiva de grãos - soja, milho- e algodão”, disse o vice-reitor, destacando o interesse na área de experimentação animal do Biotério Central do Inpa.
Segundo a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Agronomia, nível de mestrado (UFMT-Sinop), Janaína Corassa, a equipe espera aprimorar as pesquisas por meio da contribuição mútua. “Nós escolhemos o Inpa porque a Instituição tem um know how. Então, sabemos que a equipe é muito competente. Acredito que poderá nos ajudar bastante e esperamos contribuir igualmente”, disse.
Inovação
Além de projetos de pesquisa e pós-graduação, a universidade tem interesse com relação à inovação tecnológica e empreendedorismo. Desde 2002, antes da Lei de Inovação, o Inpa já se preocupava com a proteção do conhecimento, pois percebeu que nos grandes centros do país, as universidades e os centros de pesquisa buscavam prospectar as tecnologias disponíveis para disponibilizar à sociedade por meio de transferência de tecnologia.
Segundo a Coordenadora de Extensão Tecnológica e Inovação, Noelia Falcão, transferir tecnologia ainda é um processo que exige cautela. No Inpa, existem 70 depósitos de patentes, sendo que 15 são patentes concedidas. No momento contamos com 6 (seis) processos de transferência de tecnologia em andamento e 1 (um) desses processos está em fase de assinatura do contrato.
"Apresentaremos aos representantes da UFMT nossas atividades na gestão da inovação, onde trabalhamos com a proteção da propriedade intelectual, da transferência de tecnologia, do empreendedorismo, visando a inovação propriamente dita", explica.
"Acredito que o Inpa, aqui na região Norte é o único instituto que já teve experiência com pagamento de royalties por empresa ao pesquisador, inclusive com esses depósitos realizados na própria conta do pesquisador que é algo ainda raro em nível de Brasil nas instituições públicas, e que nós já tivemos essa experiência. Foram valores simbólicos, mas que vem demonstrar que o Inpa tem essa posição de vanguarda na região", destacou Falcão.
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