Ir direto para menu de acessibilidade.
Portal do Governo Brasileiro
Você está aqui: Página inicial > Últimas Notícias > Workshop debate serviços ambientais e iniciativas de bem-estar de comunidades rurais
Início do conteúdo da página
Notícias

Workshop debate serviços ambientais e iniciativas de bem-estar de comunidades rurais

  • Publicado: Sexta, 23 de Novembro de 2018, 16h18
  • Última atualização em Sexta, 23 de Novembro de 2018, 17h29

Nos dois primeiros dias, o evento ocorreu no Inpa e no terceiro e último na Universidade Federal do Amazonas (Ufam)_

 

Da Redação – Inpa

Fotos: Cimone Barros e Rayane Karoline  

 

Encerra nesta sexta-feira (23) o workshop sobre Serviços Ambientais: perspectivas e desafios para o desenvolvimento sustentável e bem-estar das comunidades de agricultores familiares no Amazonas. A proposta é pensar o modelo de desenvolvimento que se tem no país e em que medida ele atende às necessidades da Amazônia.

 

O evento promovido pela Embrapa, em parceria com outras instituições como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC), também visa alinhar pontos de pesquisas de interesse em comum com as instituições parceiras. Nos dois primeiros dias, o evento ocorreu no Inpa e no terceiro e último na Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

 

“Este evento é superimportante porque trata dos serviços ambientais e de todas as iniciativas de pesquisa e de intervenção social que de alguma maneira buscam o bem-estar das comunidades rurais no Amazonas”, destaca a coordenadora de Tecnologia Social do Inpa e uma das organizadoras, Denise Gutierrez.

 

Workshop Serviços Ambientais Embrap Cimone Barros INPA 96

 

Os serviços ambientais se referem às funções dos ecossistemas, por exemplo, na estabilidade do clima, manutenção da biodiversidade e no fornecimento de vapor d’água que gera chuva na Amazônia, na região centro-sul e países vizinhos como a Argentina. Esses ‘benefícios’ produzidos pela floresta também se dão pela estocagem de carbono nas árvores e no solo, em vez de ser lançado como gás de efeito estufa e contribuir para o aquecimento global.

 

Para Fearnside, um dos principais desafios para o desenvolvimento sustentável na região é a questão climática. “Não acreditar no aquecimento global e sair do Acordo de Paris vai ser um desastre para o Brasil, mas, sobretudo, para a Amazônia. Isso mina não só os esforços mundiais para controlar o efeito estufa, mas também o raciocínio de controlar o desmatamento”, destacou.

 

Workshop Serviços Ambientais Embrap Cimone Barros INPA 61 

 

“É bom dizer que mitigação de efeito estufa evitando desmatamento é o que tem muito dinheiro na mesa para controlar o aquecimento global, diferente de biodiversidade e outras coisas”, completou o Fearnside, lembrando que hoje não há pagamento pelos serviços ambientais, mas doação voluntária como é feito pela Noruega, “que não tem potencial para ter a escala que precisa para pagar os serviços ambientais e manter a floresta”.

 

O pesquisador da Embrapa da Amazônia Oriental, no Pará, Alfredo Homma, defende que para produzir matéria-prima na região com pouco impacto ambiental é preciso produzir uma nova natureza, com atividades produtivas mais elevadas nas áreas degradadas, sem desmatar áreas novas. Só de áreas degradas de pastagens estariam disponíveis cerca de 10 milhões de hectares.

 

“O extrativismo é bom quando o mercado é pequeno, mas insistir só no extrativismo as populações perdem em novas oportunidades de mercados e os consumidores em termos de quantidade e preço”, defendeu Homma sugerindo que pesquisas no Amazonas deveriam se preocupar, por exemplo, com o tucumã, fruto muito apreciado pela população, mas que o estado ainda recebe bastante do Pará, assim como faz como o tambaqui, que vêm de Rondônia e Roraima.

 

Também são parceiros do evento, CNPq, Fapeam, Memorial Chico Mendes, Conselhos Nacional dos Seringueiros, Fundação Amazonas Sustentável (FAS).

 

Serviços Ambientais - desafios para pesquisa

 

Rita Mesquita Foto Rayane Rocha INPA

 

A mesa Serviços ambientais: desafios para pesquisa, que ocorreu na tarde de quinta-feira (22), contou com pesquisadores como Rachel Bardy Prado da Embrapa, Adriano Premebida da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a pesquisadora e coordenadora de Extensão do Inpa Rita Mesquita.

 

Segundo Rachel Prado, falar de serviços ecossistêmicos na Amazônia é o primeiro desafio, devido sua riqueza e grandes possibilidades que ela proporciona, além dos baixíssimos índices de desenvolvimento humano que a região apresenta e problemas relacionados à agropecuária. “Mais de 90% dos estabelecimentos rurais são familiares, com sérios problemas de regularização fundiária. E mais de 80% dos alimentos consumidos no Amazonas vêm de outros estados. Esses dados são inconcebíveis”, ressalta Prado.

 

Raquel Prado põe em foco ainda a necessidade de saber como se conectar e integrar diferentes grupos de pesquisa, base de dados, compartilhar infraestruturas e fazer uso de dados secundários. “É preciso otimizar estudos que tragam respostas para essa questão. A Embrapa Solos junto com Agência Nacional de Águas e outras instituições, por exemplo, elaboraram e-books (que estão disponíveis no site da Embrapa) contendo alguns métodos e ferramentas para a resolução desse problema”.

registrado em:
Fim do conteúdo da página