Inpa lança plataforma computacional para integrar dados em um sistema único

Este foi um dos principais produtos gerados pelo Projeto Cenários que integra ações de três grandes programas de pesquisas na Amazônia: LBA, Geoma e PPBio

Por Luciete Pedrosa

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (MCTI/Inpa) lançou nesta manhã (3) uma nova plataforma computacional capaz de fazer a integração de dados em um sistema único de qualquer projeto científico na Amazônia. Trata-se do “Mo Porã 3.0 – Repositório de sites colaborativos” (palavra que em Tupi guarani significa guardar em local seguro), que será institucionalizado para futura distribuição às instituições parceiras do Inpa. O projeto é um gerenciador de repositórios distribuídos, colaborativos e federados do Projeto Cenários.

Este foi um dos principais produtos gerados pelo Projeto Cenários que integra ações de três grandes programas de pesquisas na Amazônia (LBA, Geoma e PPBio) idealizado peloMinistério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).O Projeto Cenários atuou na Amazônia desde 2009 e agora chega ao seu final com apresentações das sínteses dos trabalhos e produtos gerados durante o projeto, em uma conferência que acontece no auditório do Bosque da Ciência até quinta-feira (5).

O Projeto Mo Porã é um projeto de software livre que visa facilitar o gerenciamento de informações de uma organização (administrativos e de grupos de pesquisas) que tem entre outras funções a capacidade de guardar grandes volumes de dados (metadados) e controlar o acesso a nível de membro do grupo de pesquisa. Por ser um software livre, o coordenador do projeto e também coordenador de Tecnologia e Informação (CTIN), Laurindo Campos, explica que o Mo Porã permite executar o programa para qualquer propósito; estudar como o programa funciona e adaptá-lo para as suas necessidades, além de poder redistribuir cópias e aperfeiçoar o programa.

Segundo Laurindo Campos, o projeto está em evolução e teve início em 2007, quando serviu de repositório para um grupo de pessoas que ficavam num servidor fixo de onde as informações só podiam ser acessadas por este servidor. Ele conta que, em 2010, o projeto foi amadurecido e gerada a versão 2.0. servindo como um repositório colaborativo, ou seja, vários usuários podiam compartilhardeste universo. “Nesta versão de 2013 (versão 3.0), que foi concluída em outubro, é um repositório de sites colaborativos, o que significa que não temos só mais um site, mas sim uma federação de sites. Estes sites têm uma peculiaridade muito grande porque podem atender diferentes projetos ao mesmo tempo”, esclarece o coordenador do Mo Porã.

Laurindo informa que o Inpa já está caminhando para o Mo Porã@Cloud versão 4.0, que é um sistema para um ambiente em nuvens (cloud computer). Com ele, o Inpa poderá armazenar uma quantidade de dados muito grande e com segurança. Ainda conforme Laurindo, uma cloud pode distribuir estes sites em repositórios colaborativos, todos eles para entrada em nuvens. “Teremos um ambiente interligado e bem propício que auxiliará bastante os projetos de pesquisas e para que possam interagir entre eles”, disse.

O coordenador do Mo Porã explica ainda que o projeto foi pensado com motivaçõesideais que chegassem a completar as demandas de projetos de grande envergadura do Inpa. Dentre elas a necessidade que se tinha de se conceber uma ferramenta livre para gerenciar de forma segura os arquivos de grupos de pesquisa e de projetos específicos; a ausência do controle de acesso aos dados e arquivos; e a promoção de uma interação e comunicação entre os membros e grupos em diferentes instituições; e também promover um ambiente computacional para interação em atividades colaborativas.

Laurindo Campos destaca as vantagens do Mo Porã como sendo uma tecnologia livre (robusta e escalável); pode ser utilizada para compartilhar repositórios de arquivos heterogêneos; está ao alcance mundial (Internet); e adota um conjunto de ferramentas que garantem a portabilidade para outros ambientes (Mac, Linux, Windows, Mobile , etc).

O Mo Porã é coordenado por Laurindo Campos e os desenvolvedores do projeto são Kleberson Serique (USP/ São Carlos) e Andrea Albuquerque (Ufam).