Reunião do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos debate a fome no mundo
O encontro, realizado no auditório da diretoria do Inpa (MCTIC), abordou entraves e soluções para combater a miséria e a fome
Da Redação – Inpa
Foto – Ingrydd Ramos
Fome e produção de alimentos: grande desafio do Século XXI. Este foi o tema abordado na 54ª reunião do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA), realizada na última quinta-feira (13), no auditório da diretoria do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC). O palestrante foi o escritor e empresário Gaitano Antonaccio, que também é membro do Conselho Técnico Científico (CTC) do Inpa.
Segundo Antonaccio, o mundo produz alimento suficiente para 15 bilhões de pessoas, o dobro da população atual do planeta, mas ainda assim, a fome é um fator prevalente em diversas partes do mundo, resultando em mortes em massa. Além de mortes, também é muito comum os distúrbios ocasionados pela subnutrição.
Os países mais populosos do mundo vêm elaborando novos programas na agricultura, controle de natalidade, irrigações e reflorestamento e mostrando maior preocupação na quantidade e qualidade de alimentos produzidos. A criação da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) foi e continua sendo importante, mas ela tem por atribuição principal a produção de alimentos e isso já está bem estabelecido e assumido pelas empresas.
Agora, é preciso que se crie outro organismo internacional, de mesmo nível, para combater a fome e promover a melhor distribuição de alimentos. Não somente a criação de um organismo desse tipo é importante, mas também a diminuição da burocracia desses organismos internacionais.
Segundo Antonaccio, aproximadamente 12 milhões de crianças morrem todos os anos, antes de completarem cinco anos de idade. “Para combater esses dados elevados de pobreza e miséria, é preciso a união de todos os países para uma distribuição mais justa dos alimentos produzidos. Não é justo nem ético que enquanto uns morrem de fome outros morrem por excesso de comida. Por um lado é preciso saciar a fome e, por outro, reeducar o comportamento alimentar. O cuidado com a terra e a multidisciplinaridade na sua abordagem devem se constituir em regra geral para uso de alimentos e proteção à natureza. É provável que novas empresas surjam para atuar nesse setor e com elas também virão novos empregos e o crescimento da economia”, defendeu.
Ainda segundo ele, muitos países usam processos inapropriados para o problema da fome. Na maioria das vezes se dá por conta do alto custo e exigência da mão de obra especializada, por isso é importante que cada país desenvolva sua própria ciência e tecnologia, visando aumentar a produção e a produtividade,mas tendo o cuidado de recolocar na natureza aquilo que foi retirado dela. Isso significa que o reflorestamento é uma medida necessária.
No encontro, os participantes defenderam a necessidade de formulação de novas políticas por parte das organizações internacionais criadas para combater a fome e a miséria e proporcionar uma melhor distribuição de alimentos às comunidades. Alguns aspectos referentes ao uso adequado das plantas alimentícias não convencionais (Pancs) e o implemento da agricultura familiar também foram ressaltados como importantes nesse processo de combater a fome e garantir a segurança alimentar.
Segundo o pesquisador do Inpa e secretário executivo do Geea, Dr. Geraldo Mendes, os temas de debate são apresentados por diferentes especialistas e é isso que confere ao GEEA um caráter especial de interdisciplinaridade e capacidade de subsidiar as políticas públicas para a Amazônia. “O assunto tratado é amplo, envolve agricultura, administração, política, educação e outros e por isso a visão de conjunto é de fundamental importância”, destacou Mendes, ressaltando que esse e os demais temas tratados pelo GEEA vem sendo publicados no Caderno de Debates, editados pela Editora Inpa. Dez volumes do GEEA estão à disposição na página eletrônica do Inpa.
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