Inpa não perdeu seu protagonismo, afirma Luiz Renato de França em balanço de gestão
A diretora substituta Hillândia Brandão assumiu a direção do Instituto até o novo gestor ser nomeado pelo Ministro Chefe da Casa Civil
Por Cimone Barros (texto e foto) – Ascom Inpa
“Nossa gestão manteve o Instituto funcional, mas nós sabemos que o Inpa merece mais que isso”. Assim avaliou sua gestão, o pesquisador Luiz Renato de França, em balanço apresentada à comunidade do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC), durante reunião do Conselho Diretor Expandido (CDE).
A prestação de contas dos quatro anos de gestão foi apresentada pelo diretor e os cinco coordenadores gerais: Hillândia Brandão, Coordenadora de Ações Estratégicas e Diretora Substituta; Cristiane Okawa, Coordenadora de Administração; Paulo Maurício Alencastro, Coordenador de Pesquisas; Beatriz Ronchi, Coordenadora de Capacitação; e Rita Mesquita, Coordenadora de Extensão.
“Queremos ver que o Inpa sempre está avançando. Sabemos que as condições são muito difíceis, mas pelos indicadores mostrados não perdemos o nosso protagonismo. Nós queremos mais, o Inpa merece mais, Amazônia merece mais”, destacou França, que é professor aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Em parceria com outras entidades, o Inpa construiu algumas instalações físicas, a exemplo do prédio da Capacitação (campus 1) e a revitalização do Centro de Aquicultura (campus 3), e está construindo um novo prédio das Coleções (campus 2), e conta com orçamento e projeto para construir o Centro de Convivência (campus 1), um prédio de três pavimentos onde funcionará o novo refeitório, a Editora e o espaço de convivência.
Por meio do Projeto Museu na Floresta, convênio do Inpa com a Universidade de Quioto (Japão), a instituição possui ainda orçamento para a reforma museológica da Casa da Ciência com a edificação de um mezanino no espaço. "Essa proposta para a Casa da Ciência é uma construção coletiva. Vamos aliar o intelectual e visual para que a Casa da Ciência seja uma vitrine do que o Inpa faz", destacou Rita Mesquita.
O Museu na Floresta permitiu a soltura de dezenas de peixes-bois na natureza, implantação do sistema de tratamento de água dos tanques de peixes-bois, a revitalização da Torre de Pesquisa e Observação do Km-14 da ZF2 e a construção da Base do Alto Cuieiras.
Os projetos de engenharia dos prédios construídos e revitalizados foram elaborados pela Divisão de Engenharia e Arquitetura (Diear/Inpa), que também fiscalizou e acompanhou a execução das obras.
Segundo Paulo Maurício, na gestão a instituição manteve a média de 600 publicações científicas por ano, apesar do número de pesquisadores (de 574 servidores, 166 são pesquisadores) e de projetos de ciência básica terem reduzido; as publicações indexadas aumentaram de 223, em 2014, para 297, em 2018. A revista Acta Amazonica publica agora só em inglês e o seu fator de impacto da subiu de 0,777 (julho de 2017) para 0,837 ficando atualmente entre as 50 melhores revistas científicas do país.
Os nove cursos de pós-graduação do Inpa permaneceram com a mesma nota na avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o curso de Ecologia é o único do Amazonas com nota 6, considerado de nível internacional. "Nesse período, tivemos vários alunos e professores nossos que foram premiados nacional e internacionalmente", destacou a coordenadora de Capacitação.
Nos quatro anos foram captados mais de R$ 66 milhões de fontes externas que foram adicionados ao orçamento. “Temos uma alta capacidade de captar recursos, mas se não temos oferta, não temos como conseguir”, disse Brandão, que é diretora substituta e responde pela direção do Instituto até o novo gestor ser nomeado pelo Ministro Chefe da Casa Civil.
Informática
O Inpa conseguiu implementar os planos e as políticas de Tecnologia da Informação e Comunicação que vão permitir modernizar e recompor a estrutura de TIC. Desde 2011, o Inpa estava impedido de adquirir materiais cruciais de informática por não possuir esses instrumentos.
O investimento em TIC é de R$ 3 milhões, dos R$ 20,8 destinados a todos os projetos dos Grandes Vultos, e a expectativa é que os primeiros materiais e equipamentos de TIC cheguem até o fim deste ano. São firewall, switch, servidores, computadores desktop, suprimentos de TI, Atrio, Volare, serviço de impressão, certificados digitais, entre outros.
“Estamos fazendo todos os processos de contratação para melhorarmos, dar upgrade na nossa estrutura de TI. Muitos pesquisadores reclamam que não podem usar o skype, mas isso é um impedimento de infraestrutura atual. Fazendo as aquisições, sanamos isso”, explicou Brandão.
Orçamento
A gestão atual atravessou uma forte crise econômica que impactou no orçamento do instituto. Com o esforço e empenho da gestão, houve recomposição e até incremento no orçamento do Instituto no período. O orçamento é usado principalmente para pagar despesas de manutenção do Inpa, como segurança, limpeza, combustível, água e energia elétrica.
Em 2014, o orçamento do inpa era de R$ 31,9 milhões, no ano seguinte passou para R$ 28,5, milhões e em 2016 houve um corte e só após esforço da gestão a recomposição via suplementação subiu para R$ 35,2 milhões. Em 2017, o orçamento já começou parecido com o do ano anterior, R$ 34,6, e em 2018 caiu novamente para R$ 25,5 milhões. Recentemente houve suplemente de cerca de R$ 10 milhões e está em R$ 35,7 milhões, com a expectativa de sair mais R$ 6 milhões.
Recursos Humanos
Atualmente o Inpa possui 574 servidores, dos quais 166 são pesquisadores. O quadro é 40% do máximo que o instituto já teve, situação semelhante a de outros institutos brasileiros. Além disso, cerca de 40% dos servidores estão em abono permanência, encontram as condições legais necessárias para se aposentar.
Conforme Cristiane Okawa, para tentar recompor sua força de trabalho, todos os anos a gestão prepara uma série de documentos e leva ao MCTIC a necessidade de contratação de pessoal. No último documento houve solicitação e justificativa para 276 vagas, mas ainda não há previsão de concurso público.
No período foram realizados projetos e ações voltadas à qualidade de vida do servidor. Entre elas estão o Programa de Qualidade de Vida no Trabalho, com a realização de palestras, ecocaminhadas, treinamentos e capacitações e homenagens a servidores aposentados. No início deste mês teve a inauguração do Ambulatório do Programa Meu Médico, uma parceria com a Fipecq Vida, que funciona na Casa 19 do Campus I.
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