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Inpa lança cartilha sobre adubação verde para pequenos produtores rurais de áreas de várzeas e de terra firme

  • Publicado: Quinta, 16 de Janeiro de 2014, 20h00
  • Última atualização em Segunda, 13 de Abril de 2015, 11h09

 

A cartilha, publicada pela Editora do Inpa, com 40 páginas e distribuição gratuita, pode ser solicitada pelo e-mail souzalag@inpa.gov.br ou disponível para download aqui

Por Luciete Pedrosa

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) está disponibilizando para os pequenos produtores rurais uma cartilha que ensina como empregar as plantas da família das leguminosas como plantas adubadoras em uma técnica conhecida como adubação verde. O adubo verde pode reduzir ou até eliminar a necessidade do uso de fertilizantes minerais nitrogenados para produção de hortaliças folhosas como a alface, coentro e cebolinha, em solo de várzea, diminuindo os custos de produção.

A cartilha denominada Leguminosas para adubação verde na terra firme e na várzea da Amazônia Central: estudo em pequenas propriedades rurais em Manacapuru é o resultado de estudos realizados pelo pesquisador Luiz Augusto Gomes de Souza, por meio do projeto Práticas Agroflorestais para a Sustentabilidade de Sistemas de Produção Familiar na Amazônia, da Coordenação de Sociedade, Ambiente e Saúde (CSAS) do Inpa.

De acordo com o pesquisador, que também é doutor em Botânica, o agricultor amazonense ainda não conhece bem a prática e o conceito do emprego de plantas adubadoras, que é mais praticado em outras regiões do Brasil. Envolvendo agricultores das comunidades do Paraná do Supiá e do Ramal Boa Esperança, localizadas em Manacapuru (AM), foram identificadas as leguminosas mais frequentes nas áreas visitadas.

“Ao lançar esta cartilha, o desafio é ensinar os produtores como empregar essas plantas, que já existem em suas propriedades, para práticas de adubação verde. Também temos o interesse em ensiná-los a identificar as espécies e como coletar as folhas frescas, especialmente aquelas localizadas no terço médio das plantas onde os nutrientes estão mais balanceados, triturá-las e usá-las como adubo sem fazer a compostagem”, diz o pesquisador.

A cartilha reúne informações gerais e agronômicas sobre dez espécies de leguminosas que podem ser utilizadas como plantas adubadoras. Dentre elas estão algumas muito conhecidas pelos agricultores como o ingá-cipó, o mata pasto e o mulungu. Outras são menos conhecidas e a cartilha trás muitas ilustrações sobre as espécies para auxiliar o agricultor a identificá-las no seu sítio. Cinco das espécies são muito frequentes no ambiente da várzea e as outras cinco ocorrem principalmente na terra-firme. As folhas são coletadas por meio de podas regulares permitindo que posteriormente as plantas se recuperem. Posteriormente são trituradas para incorporação ao solo ou utilizadas como plantas de cobertura formando uma liteira rica em nutrientes.

Adubação verde

 Ele explica que na agricultura familiar a compostagem é uma pratica comum e tradicional. A adubação verde, ao contrário da compostagem, consiste em adicionar biomassa vegetal fresca (folhas recém-colhidas e trituradas) ao solo antes de ser decomposta. Para esta prática são empregadas plantas da família das leguminosas, que são capazes de captar com mais eficiência os nutrientes, especialmente, o nitrogênio (nutriente muito exigido para o desenvolvimento vegetal).

“O nitrogênio é um elemento essencial indispensável para as plantas – assim como potássio, magnésio, enxofre – mas não está disponível no solo, e sim na atmosfera, e só algumas plantas têm a capacidade de fazer essa captação, o que é uma característica das leguminosas. Além disso, o nitrogênio melhora a qualidade do solo tornando-o favorável ao cultivo e é elemento importante para as plantas por formarem as proteínas, ou seja, melhorar a qualidade do alimento”, explica Luiz Augusto, ressaltando que somente certos tipos de micro-organismos e certas plantas podem fixar nitrogênio, isto é, retirá-lo do ar para usá-lo na construção de moléculas vegetais.

Segundo ele, a prática da adubação verde com leguminosa para a agricultura é, especialmente, importante para a produção de hortaliças nas áreas de várzea, que possuem solos ricos em sais minerais, mas que são limitados em seus estoques de nitrogênio. As folhas frescas de leguminosas usadas como adubo verde levam o nitrogênio ao solo, chegando até quadruplicar a produção desses hortaliças como a alface, cultivada em canteiros. “O solo da várzea possui quase todos os nutrientes que as plantas precisam (fósforo, cálcio e potássio) e é um dos poucos solos ricos da Amazônia, porém, tem estoques muito limitados de nitrogênio”, destaca o pesquisador.

Pesquisa

Uma equipe do Inpa desenvolveu estudos juntos aos agricultores familiares em Manacapuru, interior do Amazonas, com o objetivo de selecionar espécies de leguminosas nas propriedades e com potencial para uso como adubo verde. Nos trabalhos de campo, realizados em 2008, foram coletadas 37 espécies de plantas em dez propriedades. Essas espécies foram avaliadas quanto ao conteúdo de nutrientes que possuíam em suas folhas. Entre as espécies selecionadas encontram-se árvores, arbusto, liana e ervas. Atualmente, estudos aplicados estão sendo desenvolvidos para demonstrar o potencial de aproveitamento destas espécies para aumento da produtividade agrícola. 

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