Incubadora de Empresas lança no mercado três novos empreendimentos inovadores
Ao todo, a Incubadora do Inpa, vinculada à Coordenação Extensão Tecnológica e Inovação (Coeti), abriga cinco empresas. Os três novos empreendimentos se juntam à Manahh Foods e à Original Trade Consultoria Empresarial Ltda., incubadas desde maio de 2016
Texto e foto: Luciete Pedrosa – Ascom Inpa
Produção de anticorpos derivados de ovos de galinha, cosméticos à base de leite e de frutos amazônicos; e inovações voltadas para a automação agrícola. Estes são os focos de trabalho dos três novos empreendedores que assinaram contrato com a Incubadora de Empresas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC). A partir de agora, EZScience, NatoAmazônia e a Broto Tecnologia Agrícola serão lançadas no mercado e receberão orientação e acompanhamento no desenvolvimento de negócios inovadores.
Os novos empreendedores receberam as chaves das salas, na última sexta-feira (23), e ficarão incubadas por um período de até três anos, podendo ser renovado por mais um ano. Ao todo, a Incubadora do Inpa, vinculada à Coordenação Extensão Tecnológica e Inovação (Coeti), abriga cinco empresas. Os três novos empreendimentos se juntam à Manahh Foods e à Original Trade Consultoria Empresarial Ltda., incubadas desde maio de 2016.
“Acredito que as novas empresas que estão entrando na Incubadora do Inpa têm potencial e grandes chances de obterem sucesso”, diz o diretor do Inpa, o Dr. Luiz Renato de França, que prestigiou a cerimônia de boas-vindas aos novos empreendedores.
Também esteve presente, a coordenadora de Extensão, Rita Mesquita, que destacou o apoio que o Inpa tem recebido por ter alcançado a Certificação do Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos (Cerne). “Isso coloca a Incubadora do Inpa com um diferencial. E esse reconhecimento é fundamental para atrair novas empresas”, diz.
“A Incubadora do Inpa fará o que for possível para dar suporte às empresas, tanto na infraestrutura, como no apoio à gestão para que ao final dos três anos alcancem também a certificação”, diz a coordenadora da Coeti, Noelia Falcão.
Parceria
A chefe do Departamento de Acompanhamento e Avaliação de Projetos, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), parceira do Inpa, Aline Lauria, na ocasiãorepresentando o diretor Edson Barcelos da Silva, também deu as boas-vindas aos empresários. Para ela, as três novas empresas, que estão compondo a Incubadora do Inpa são um ganho para o Inpa, para a Fapeam e para a sociedade.
“Uma empresa pequena para se estabelecer no mercado precisa ter ideias inovadoras, e estas são os grandes destaques das Incubadoras, que a Fapeam ajudou a criar”, diz. “Só com a Inovação conseguiremos alavancar novos empregos, novos processos, produtos e serviços”, acrescenta.
Lauria comenta que todas as empresas, que têm ideias inovadoras precisam ter sustentabilidade para colocar estas ideias no mercado e se estabelecerem como empresas, mas para alcançar isso têm que fazê-lo por meio de uma Incubadora que tem a estrutura que propiciará a uma empresa nascente a oportunidade de inserção no mercado. “A incubadora cuidará dessas empresas como se fosse um bebê, pois foram preparadas para verificar a potencialidade do negócio e fazer com que cresçam”, diz.
Incentivos da Suframa
O evento também contou com a participação do economista Rafael Gouveia, da Coordenação Geral de Estudos Econômicos e Empresariais da Suframa, representando o superintendente Appio Tolentino. O economista explica que a autarquia não goza de orçamento para aplicação direta nas empresas, mas gera alguns incentivos que podem se reverberar em aplicações, por meio de três Programas Prioritários, voltados para o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação na região. São eles: Economia Digital, Formação de Recursos Humanos e Bioeconomia.
Investimentos em P&D
Um desses incentivos são as verbas para investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), que as empresas fabricantes de bens de informáticas são compelidas a aplicar na região. “Uma das hipóteses de aplicação, dentro dos Programas Prioritários, é o do setor de Bioeconomia, que têm total afinidade com as empresas incubadas no Inpa”, diz Gouveia, ao acrescentar que este setor é o único que ainda está sem coordenador. “Até maio, a seleção estará finalizada e, a partir daí os empreendedores poderão ir às empresas, que produzem bens de informática, e solicitar investimentos diretos”.
Obrigação
Outro exemplo de incentivo citado por Gouveia é o da Economia Digital. No período de um ano, o setor realizou aplicações na ordem de R$ 12 milhões, provenientes das empresas do PIM nos empreendimentos que se enquadram no programa. “O PIM gera um faturamento na casa dos bilhões. Também atingem a casa de bilhões as obrigações de P&D que já foram geradas na região”, diz o economista. “Então, se as empresas apresentarem projetos que agradem as indústrias que têm essas obrigações de P&D realmente o limite é bastante alto”.
O representante da Fundação Amazônica de Defesa da Biosfera (FDB), Vanildo Tavares, também esteve presente.
Sobre as novas empresas
A EZScience traz para o mercado uma metodologia inovadora na produção de anticorpos derivados de ovos de galinha. Anticorpos são proteínas que têm potencial de reconhecer uma partícula-alvo, como, por exemplo, malária, leishmaniose, hanseníase, dentre outras. Os produtos da empresa são direcionados a pesquisadores, que dependem de insumos internacionais.
“Hoje, um anticorpo comprado no exterior custa R$ 1.000,00 cada 5 ml. O nosso produto custará seis vezes menos”, diz Diogo Castro, sócio da empresa, ao comentar que o diferencial do negócio será a produção sob demanda. A EZScience ficará incubada na modalidade não residente e desenvolverá os trabalhos no sítio Hidrotec, no Km 18 da BR-174 (Manaus-Boa Vista).
O produto carro-chefe da NatoAmazônia será a produção de um cosmético 2 em 1 à base de leite e de frutos amazônicos. Também produzirá sabonetes e loções. A empreendedora e sócia, Nadia Falcão Bücker, diz que o grande diferencial da empresa será colocar no mercado um produto amazônico que possa ser importado e exportado com a certificação da Anvisa.
“Estamos trabalhando, junto com os pesquisadores do Inpa, para que possamos produzir um produto com credibilidade e segurança”, diz a empresária. A NatoAmazônia ficará Incubada na modalidade residente.
A Broto Tecnologia Agrícola (incubada na modalidade residente) é uma start-up que desenvolve tecnologia em automação para o agronegócio. Atualmente, trabalha no ramo da hidroponia e da piscicultura, desenvolvendo sistemas de reposição automática para nutrientes e análises de dados para estes tipos de cultivos.
Os beneficiados do produto da empresa será toda a cadeia de consumidores. “Na hidroponia, o produtor que se utilizar de um sistema automatizado terá redução no custo da produção com uma eficiência energética, gerando impacto econômico, que poderá ser repassado para o cliente final, barateando os produtos cultivados”, explica Vitor Rubem, um dos sócios da Broto.
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