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Inpa faz avaliação clínica de peixes-bois antes de soltar os animais nos rios da Amazônia

  • Publicado: Quarta, 21 de Fevereiro de 2018, 15h56
  • Última atualização em Quarta, 21 de Fevereiro de 2018, 16h29

A expedição faz parte do Programa de Reintrodução de Peixes-bois da Amazônia, coordenado pela pesquisadora do Inpa, Vera Silva, líder do Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA), em parceria com o Projeto Museu na Floresta e a Universidade de Kyoto (Japão)

 

Texto e foto: Luciete Pedrosa – Ascom Inpa

 

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Avaliar as condições clínicas e sanitárias para selecionar os 10 peixes-bois mais aptos para serem introduzidos de volta à natureza, no final de março deste ano. Este é o objetivo da expedição que o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) realiza com a captura de 24 animais mantidos num lago de readaptação, no município de Manacapuru (AM), distante a 68 quilômetros de Manaus.

 

Iniciada na última terça-feira (20), a atividade prossegue até neste sábado (24). Ao todo, 15 colaboradores entre técnicos, veterinários, tratadores e biólogos estão envolvidos na expedição para realizar a biometria (pesagem e medidas), coleta sangue e fezes nos 24 peixes-bois. Após os resultados dos exames, serão selecionados os animais que serão soltos na natureza. A soltura é sempre realizada no rio Purus, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Piagaçu-Purus, na região de Beruri (a 173 quilômetros de Manaus)

 

A expedição faz parte do Programa de Reintrodução de Peixes-bois da Amazônia, coordenado pela pesquisadora do Inpa, Vera Silva, líder do Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA), em parceria com o Projeto Museu na Floresta – uma cooperação científica entre o Inpa e a Universidade de Kyoto (Japão). As ações tiveram início em 2008 e até agora já foram devolvidos para a natureza 12 animais.

 

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De acordo com o responsável pelo Programa de Reintrodução, o biólogo Diogo Alexandre de Souza, o lago é uma área de piscicultura de 13 hectares (equivalente à área do Bosque da Ciência do Inpa, em Manaus) com profundidade de 2 metros onde os animais permanecem para uma readaptação gradual à natureza. A readaptação no lago teve início em 2011 e faz parte da etapa de pré-soltura.

 

Os animais, depois de reabilitados no Inpa, são levados para esse lago para que tenham uma readaptação mais branda antes da soltura definitiva na natureza”, explica Souza. Os 24 animais (machos e fêmeas) estão nessa etapa de semi-cativeiro entre 6 meses e 4 anos.

 

A última pré-soltura aconteceu em agosto do ano passado quando foram translocados 12 peixes-bois dos tanques do Inpa para o lago de readaptação. A operação durou três dias com a translocação de quatro animais por dia. No lago, são feitas capturas anuais, geralmente, em outubro, para avaliar as condições físicas dos animais para futuramente serem devolvidos à natureza.

 

Segundo o biólogo, este ano a reintrodução acontecerá no final de março, que é o período que acontece a enchente nos rios, e quando a oferta de alimentos na natureza é mais abundante. Ele explica que serão levados, de maneira inédita, 10 animais de uma vez só. “Durante a expedição, os animais serão transportados em piscinas e ocorrerá uma atividade ambiental com as comunidades que vivem no entorno da RDS Piagaçu-Purus como tem acontecido nos últimos dois anos naquela região”.

 

O biólogo também explica que normalmente a expedição tem levado de 4 a 5 animais, mas dessa vez serão 10 indivíduos por causa do sucesso do Programa de Reintrodução, assim como pelos indicadores positivos da soltura como o ganho de peso considerável dos animais. “Os peixes-bois têm conseguido sobreviver por mais de ano, ou seja, eles passam por todo um pulso de inundação completo, e isso é importante, pois desta forma sabemos que os animais conseguem sobreviver tanto na cheia como na seca”, diz Souza. “Então, para acelerar o processo de reintrodução serão devolvidos aos rios 10 animais”, completa.

Exames

 

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Na opinião do veterinário do LMA, Anselmo D’Affonseca, em tese todos os animais que estão no lago de readaptação, em Manacapuru, estão aptos para serem soltos na natureza, mas podem ser desclassificados, ou pelo estado físico geral (se estiver magro ou com um ferimento), ou pelos resultados dos exames clínicos, caso apresentem algum problema.

 

Segundo o veterinário, os exames clínicos, nesta etapa de soltura definitiva, são necessários para maior segurança a fim de avaliar o estado geral dos animais. “Caso algum peixe-boi apresente alguma alteração como, por exemplo, peso abaixo do que quando foi enviado para o semi-cativeiro, este será desclassificado para ser solto, neste momento”.

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