Novo gerente do LBA assume com a ideia de fazer uma gestão colaborativa de projetos
A proposta do novo gestor é fazer menos, mas fazendo mais ao usar três grandes projetos do Inpa (o projeto Atto, o LBA e o AmazonFace), que, segundo ele, já vem trabalhando com os coordenadores e seus comitês científicos de forma conjunta para usufruir um da estrutura do outro para otimizar os recursos
Texto de Luciete Pedrosa – Ascom Inpa
Fotos: Luciete Pedrosa e Leonardo de Oliveira
“Existe uma necessidade de fazermos uma engenharia financeira criativa em épocas de dificuldades pela qual a Ciência passa. O que temos experimentado fazer é uma gestão colaborativa de projetos onde a infraestrutura de logística de um consegue suprir a necessidade de outro”, disse o novo gerente científico do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), o pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental (sede em Belém-PA), Alessandro Carioca de Araújo.
Numa cerimônia informal, Araújo, que é doutor em Ciências Geoambientais e possui experiência na área de geociências, com ênfase em micrometeorologia de florestas tropicais e secundárias, foi apresentado oficialmente na tarde da última quinta-feira (8) aos pesquisadores, técnicos e alunos de mestrado em Clima e Ambiente, que atuam no LBA. O pesquisador assumiu a gerência científica em dezembro do ano passado.
A apresentação ficou a cargo da gerente operacional do LBA e diretora-substituta do Inpa, a pesquisadora Hillandia Cunha. O evento contou com a participação do coordenador pelo lado brasileiro do Observatório de Torre Alta da Amazônia (Atto, na sigla em inglês), o pesquisador Carlos Alberto Quesada.
“O Inpa sente-se honrado em ter os dois coordenadores à frente desses grandes projetos”, disse Cunha que os conclamou a ajudar o Instituto a conduzir esses dois grandes projetos de cooperações internacionais.
De acordo com Araújo, os planos para a gerência do Programa estão ligados com a agenda científica do LBA, determinada pelo Comitê Científico. “O nosso plano de trabalho é concatenar com as linhas de interesse do Instituto e com a leitura do que está acontecendo na Amazônia. Tudo isso encadeado com os objetivos que foram decididos nas reuniões do LBA”, diz
A ideia do novo gestor é fazer menos, mas fazendo mais em utilizar três grandes projetos do Inpa (o projeto Atto, o LBA e o AmazonFace), que, segundo ele, já vem trabalhando com os coordenadores e seus comitês científicos de forma conjunta para usufruírem um da estrutura do outro para otimizar os recursos.
“Então, esperar algo é tentar avançar mais nesta direção e consolidar esse modelo de gestão com os parceiros para que possamos continuar desenvolvendo e dando suporte a estes projetos, e desenvolver a ciência pura que a Amazônia tem”, destaca Araújo.
O novo gerente científico foi um dos primeiros bolsistas do LBA, na década de 2000, e emprestou sua expertise desde 2016 atuando como membro do Comitê Científico do mesmo Programa.
Ele conta que a surpresa, o entusiasmo e um certo medo o rondam porque é uma responsabilidade ser gerente de um local onde ele próprio foi gestado cientificamente. “Foi criado um afeto muito grande por este local, então, as coisas se confundem um pouco. Nunca almejei ser gerente científico do LBA, embora tenha uma contribuição ao longo da história desse Programa”, diz o pesquisador ao acrescentar que ficou assustado e, ao mesmo tempo, lisonjeado pelos colegas que o indicaram pela identidade do seu trabalho junto ao LBA. Araújo também atua como vice-coordenador e membro do Comitê Científico do projeto ATTO.
O novo gerente científico afirma que espera servir aos princípios norteadores da criação do projeto LBA e manter o legado que lhe foi dado. “O Programa LBA é um programa de sucesso que formou muitos cientistas na Amazônia, e eu me incluo entre eles”, diz ao acrescentar que contribuirá para que o Programa seja uma vitrine de ciências de ponta na Amazônia e que forme amazônidas para trabalhar na região.
Sobre o LBA
O LBA é uma iniciativa de cooperação nacional e internacional, gerenciada desde seu início oficial, em 1998, pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e coordenada pelo Inpa. Mantém núcleos em Manaus (AM), Belém (PA), Santarém (PA), Rio Branco (AC), Ji-Paraná (RO), Cuiabá (MT), Palmas (TO) e Brasília (DF). Cerca de 280 instituições estão envolvidas em projetos com o LBA, sendo mais de 100 delas brasileiras. Mobiliza cerca de 1.700 pesquisadores do quais mais 1.000 brasileiros, além de 900 estudantes e jovens pesquisadores.
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