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Representante da FAO Brasil fala no Inpa sobre erradicação da fome na 50ª Reunião do Geea

  • Publicado: Quarta, 13 de Dezembro de 2017, 16h17
  • Última atualização em Quarta, 24 de Janeiro de 2018, 15h54

“A discussão com o representante da FAO no Brasil foi relevante e fecha com chave de ouro os dez anos de criação do Geea, disse do diretor do Inpa, Luiz Renato de França

 

Texto e Fotos Raquel Chaves – Ascom Inpa

 

 

Erradicação da fome até 2030 e produção de alimentos de maneira sustentável. Este foi o foco da 50ª Reunião do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (Geea) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), nesta quarta-feira (13). O convidado da última reunião do ano foi o representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) no Brasil, Alan Bojanic, que falou sobre a “Economia agrícola: o papel do Brasil e da Amazônia”.

 

 

 

Com a presença de pesquisadores, professores universitários e gestores, o engenheiro agrônomo Bojanic apresentou um cenário da fome no mundo. Segundo ele, cerca de 815 milhões de pessoas no mundo sofrem com a fome e desse total a Ásia lidera com 520 milhões, a África vem em segundo lugar com 243 milhões, e a América Latina e o Caribe em terceiro, com 42,5 milhões.

 

O representante também falou sobre os esforços para se alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Com 17 objetivos, 169 metas e 231 indicadores, o maior propósito é cumprir etapas para melhoria nas dimensões sociais, ambientais, econômicas, e institucionais.  “O desafio é grande: tivemos retrocesso no ano passado. A quantidade de pessoas famintas está subindo”, disse.

 

Segundo o representante da FAO no Brasil, estima-se que em 2050 a população será de 9,8 bilhões, 29% a mais do número atual e o crescimento maior será nos países em desenvolvimento. “70% da população será urbana e os níveis de renda serão maiores do que os atuais”, disse.

 

Para atingir os objetivos, a FAO trabalha no sentido de reduzir o desperdício de alimentos. Cerca de 1 bilhão e 300 mil toneladas de alimentos vão para o lixo, ao invés de chegarem às mãos do consumidor. “A produção de alimentos consome energia e recursos financeiros, e tudo nessa questão é sintetizado como desperdício”, ressalta Bojanic.  

 

 

 

“A discussão com o representante da FAO no Brasil foi relevante e fecha com chave de ouro os dez anos de criação do Geea, pois tratou, não só da erradicação da fome, mas de aspectos globais, e a Amazônia como parte do contexto”, disse o diretor do Inpa, Luiz Renato de França.

 

Para o pesquisador do Inpa, o doutor em Agronomia Newton Falcão, um dos participantes da Reunião do Geea, uma das formas de atingir as metas da Agenda dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável é trabalhar a agricultura familiar. “É preciso promover trabalhos com esses produtores na busca da diminuição do uso de fertilizantes e agrotóxicos para produzir produtos mais saudáveis”, diz o pesquisador. “Além da fome, outro problema é falta da segurança alimentar, que envolve a má alimentação da sociedade”, acrescenta.  

 

Na opinião de Bojanic, a Amazônia tem papel fundamental, por ser uma região produtiva, exportadora de alimentos. “Mas é preciso que ela desenvolva o suficiente para a população da sua região”, defende o representante da FAO ao ressaltar que é preciso ser otimista mesmo diante do cenário.

 

Sobre o Geea

 

O Geea foi criado em 2007 com o objetivo de estabelecer fórum permanente multidisciplinar, visando à análise de questões relevantes sobre a Amazônia e um veículo para a socialização da ciência através de linguagem acessível. O grupo, formado por pesquisadores, professores, empresários, humanistas e gestores reúne-se a cada dois meses para debater um tema escolhido previamente e apresentado por especialista de renome. O secretário-executivo do Geea é o pesquisador Geraldo Mendes.

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