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Workshop de Micologia debate o estímulo à pesquisa de biotecnologia de fungos na região

  • Publicado: Terça, 28 de Novembro de 2017, 16h55
  • Última atualização em Quarta, 29 de Novembro de 2017, 12h13

“As conclusões obtidas demonstram a necessidade de maior incentivo político e acadêmico na área, que possui pouca atenção, mesmo diante da biodiversidade de fungos da região amazônica”, alerta o biotecnologista João Vicente Braga de Souza, pesquisador do Inpa e coordenador do evento

 

Texto e Foto Raquel Chaves – Ascom Inpa

 

A Amazônia possui um grande potencial quanto à produção de substâncias bioativas de origem fúngica, o que se faz necessário um esforço nacional que inclua editais e estimule a pesquisa de biodiversidade e de biotecnologia de fungos na região. O alerta é do pesquisador João Vicente Braga, durante o III Workshop do Laboratório de Micologia do Inpa, realizado nesta segunda e terça-feira (27 e 28), no Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (Inpa/MCTIC).

 

O evento teve como foco principal estimular o desenvolvimento de pesquisas em Micologia Industrial e Médica na Amazônia, por meio de divulgação e compartilhamento do conhecimento de estudantes, pesquisadores e doutores.

 

Palestras, minicursos e mesas-redondas foram realizadas como forma de promover discussão sobre os temas prioritários de Micologia, ciência que estuda dos fungos e suas aplicações na medicina, na indústria, na culinária, entre outros.

 

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Mais Incentivo

 

“As conclusões obtidas demonstram a necessidade de maior incentivo político e acadêmico na área, que possui pouca atenção, mesmo diante da biodiversidade de fungos da região amazônica”, alerta o biotecnologista João Vicente Braga de Souza, pesquisador do Inpa e coordenador do evento. “A função do Workshop é estimular, mas estímulo não adianta se não tiver vagas do governo, se não houver editais e se não houver dinheiro (investimento) para isso continuar”, acrescenta Souza.

 

O Workshop contou com a participação de renomados especialistas da região e de outros Estados, como a Doutora em Biotecnologia, Clarice Maia, professora na universidade Federal do Acre (Ufac); o Doutor em Ciências Microbiologia e Imunologia, Anderson Messias Rodrigues, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); e o Doutor em Ciências, João Paulo Alves Silva, da Universidade de São Paulo/Escola de Engenharia de Lorena (USP/EEL).

 

Durante o III Workshop do Laboratório de Micologia do Inpa também foi discutida a formulação de um documento a ser entregue às autoridades da área na busca por maior atenção e ação das entidades governamentais sobre o assunto.

 

“As instituições voltadas ao tema também sofrem sem investimento. Além dos problemas da falta de conhecimento dos agentes e do diagnótico precoce, ainda há a sobrecarga da Fundação de Medicina Tropical (FMT), por exemplo, que está fazendo mais de 2.000 exames ao ano”, destaca Souza.

 

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Outro ponto a ser avaliado é a falta de dados epidemiológicos, estudos sobre as infecções fúngicas hospitalares e as que envolvem recém-nascidos. “Além disso, é preciso desenvolver pesquisas sobre a área ambiental, visando o diagnóstico precoce de doenças que têm causado mais mortalidade na região, que envolvem entes fúngicos”, alerta a pesquisadora em micologia da FMT, Kátia Santana Cruz.

 

A proposta do Workshop, junto a outros eventos voltados ao assunto, foi o agrupamento de alunos para minicursos e com isso formar mão de obra qualificada e competente para o diagnóstico precoce de doenças. “Por isso é importante que o ensino da micologia seja compartilhado e que os alunos sejam convidados a participar desses eventos”, afirma Santana.   

 

Organização

 

O Workshop foi organizado pelos alunos do Laboratório de Micologia do Inpa com o apoio de professores e pesquisadores da área. Segundo a mestranda em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Sara Jéssica Teixeira de Andrade, o resultado só foi possível com a colaboração de todos. “Estamos satisfeitos com a adesão dos minicursos e com o interesse dos acadêmicos sobre o assunto. Conseguimos atingir nosso obejtivo: propagar o conhecimento da micologia”, diz a mestranda.  

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