Ilustradora científica mostra sua técnica ao falar sobre expedições de naturalista na América Latina
A ilustração científica, segundo Rosa Maria, não serve apenas para as publicações científicas. Serve para publicizar a ciência para todos os públicos
Texto e Foto Karen Canto – Ascom Inpa
Para falar sobre as ilustrações botânicas feitas nas expedições de naturalistas que vieram à América Latina nos últimos 500 anos, a ilustradora científica Rosa Maria Alves Pereira fez um bate-papo no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) com alunos, pesquisadores, artista plástico local e demais interessados no assunto.
Na conversa, que aconteceu no auditório da Diretoria do Inpa, na terça-feira (14), a ilustradora deu destaque para a expedição de Alexandre Rodrigues Ferreira, no final do século XVIII. O naturalista português se notabilizou pela realização desta extensa expedição que percorreu o interior da Amazônia até o Mato Grosso, entre 1783 e 1792.
Durante a conversa, a ilustradora mostrou sua arte e técnica e motivou ainda mais alguns participantes como as estudantes e ilustradoras em início de carreira Ticiane Lima e Hevana Lima. A dupla trabalha com ilustração científica popular e desenvolve trabalhos para a Coleção de Aves do Inpa.
“A Rosa Maria é ótima. Todo conhecimento que ela tem é fantástico”, diz Ticiane ao acrescentar que na palestra ambas tiveram a “possibilidade de buscar novas técnicas, de ir mais além e aprender um pouco mais com quem é especialista na área”.
Ticiane e Hevana Lima divulgam seus trabalhos através da página no facebook chamada Dacnis Arte & Ciência, onde, no geral, acabam dando ênfase às aves. “Trabalhamos mais com o científico popular, uma arte voltada para o público em geral através de camisas, papel, aquarela”, diz.
Para Rosa Maria, a ilustração científica não serve só para as publicações científicas, elas servem para publicizar a ciência para todos os públicos. “Então tudo que diz respeito a assuntos cientifico, seja no jornal ou em um material didático, a ilustração pode ajudar”, diz.
Sobre a vocação em desenhar e fazer ilustrações científicas, segundo Rosa maria, é o que encanta inicialmente uma criança. Ela garante que a criança é curiosa por natureza e quando vê um desenho, logo se cria um repertório na memória que vai somar-se a outros desenhos. “Consequentemente a isso, ela (a criança) ficaria mais incentivada a buscar assuntos relacionadas às Ciências”, afirma.
Para a ilustradora, é interessante que a maioria dos desenhos feitos pelas crianças pequenas sempre tentam representar o que entendem do mundo. “Ensinar uma criança desenhar não é adestrar e, sim, aperfeiçoar o olhar que ela já tem. A representação é consequência”, diz.
Sobre as ilustrações atuais e àquelas decorrentes das expedições dos naturalistas espanhóis e portugueses que deram maior visibilidade à flora e fauna amazônica, a palestrante ressalta que “olhar” do observador continua sendo o fator principal.
“No desenho de observação, a escolha do melhor ângulo e de uma iluminação adequada faz com que possamos perceber com maior clareza os detalhes dos objetos para que possamos desenhá-los adequadamente”, ressalta.
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