Conferência do Arranjo Amoci no Inpa discute processos de inovação na Amazônia
O evento objetiva capacitar os integrantes do Arranjo de Núcleos de Inovação Tecnológica na Amazônia Ocidental na cultura e na prática da propriedade intelectual no âmbito das instituições públicas e privadas de ensino e pesquisa da região
Por Raquel Chaves – Ascom Inpa
Fotos: Cimone Barros e Raquel Chaves
Desenvolver inovação é essencial para a melhoria da qualidade de vida social e econômica. Com esse foco, instituições e empresas incubadoras da área participam da 3ª Conferência sobre Processos Inovativos na Amazônia, nesta segunda e terça-feira (13 e 14), no Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (Inpa/ MCTIC). O evento visa capacitar Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação, empreendedores, estudantes e interessados em propriedade intelectual, patentes, transferência de tecnologia e empreendedorismo.
A Conferência é promovida pelo Arranjo de Núcleos de Inovação Tecnológica na Amazônia Ocidental (Amoci/ MCTIC), com sede no Inpa. “No Amoci, compartilhamos conhecimentos e informações, cooperando com as instituições entre si com a otimização de recursos, para que haja maior produção”, explica a coordenadora do Amoci e de Extensão Tecnológica e Inovação do Inpa, Noélia Falcão.
Nesta terça-feira pela manhã tem palestra sobre Análise e elaboração de contratos de exploração de patente e transferência de tecnologia, Mesa Redonda sobre Fases de maturidade tecnológica e capacitação de recursos para inovação e, à tarde, o 3º Workshop de Inovação Instituto Leonidas e Maria Deane/Fiocruz Amazônia. A conferência acontece no auditório da Ciência do Inpa.
Participaram da mesa de abertura o coordenador do NIT ILMD/ Fiocruz Amazônia, Luís Henrique Morais Mariuba; a coordenadora de Ações Estratégicas do Inpa, Hillandia Brandão; o coordenador geral das Unidades de Pesquisas e Organizações Sociais do MCTIC, Luiz Henrique da Silva Borda; a coordenadora de Extensão Tecnológica e Inovação do Inpa, Noélia Falcão, e o gerente geral de Inovação do Senai, Marcelo Vieira de Aguiar.
Conforme Hillandia Brandão, os conhecimentos discutidos na conferência buscam a produção mais efetiva de tecnologia e inovação na região, por meio de maiores investimentos e interessados no assunto. “O objetivo é gerar produtos que cheguem à sociedade e melhorem a qualidade de vida social”, disse Brandão, que é também é diretora substituta do Inpa.
Na Palestra Magna, o coordenador geral das Unidades de Pesquisa e Organizações Sociais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e Comunicações (MCTIC), Luiz Henrique da Silva Borda, falou sobre a importância da quebra da barreira inserida dentro da Ciência e Tecnologia, em que a sociedade ainda desconhece a necessidade de atenção que a área possui. Borda alertou para a necessidade de maior crença e investimento das instituições privadas na área “Com investimento em Ciência, há inovação e, consequentemente, maior riqueza e desenvolvimento do país”, afirmou.
Ainda conforme Borda, a Amazônia é celeiro de produção de inovação, por conta dos recursos da região. “Havendo maior interação entre toda a sociedade, pesquisadores, estudantes, empresas e instituições, é possível ter o crescimento, pois a própria população será interessada no tema e consequentemente cobrará o avanço contínuo”, complementou.
O evento contou com a Mesa Redonda sobre a Lei de Acesso a Biodiversidade (13.123/15)/Plataforma do Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado (SisGen), disponibilizada pelo Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGen). A mesa foi composta por Rosa Miriam de Vasconcelos (Embrapa), Luiz Antonio de Oliveira (Inpa) e Aline Morais (Fiocruz). Os palestrantes reforçaram a necessidade de conhecer e obedecer a lei para que haja a inovação.
“Não havendo a documentação (Termo de Transferência do Material/ TTM) feita adequadamente quando há a exportação de recursos da região, para desenvolvimento de remédio ou vacina em outro país, o Brasil perde e precisa comprar o produto, que foi feito com os recursos daqui”, afirma Morais.
De acordo com o pesquisador do Inpa Luiz Antonio Oliveira, a nova lei da biodiversidade vem acrescentar maior qualidade no processo, mas é necessário que o Brasil seja o detentor da própria biodiversidade. “Cerca de 90% da produção de inovação é de outros países, uma parte dela utiliza recursos brasileiros, o que faz com o país não se encontre entre os mais desenvolvidos”, destacou. “A produção deve ser feita na própria região, ao invés da venda dos recursos para lucro de outros”, defende.
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