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Semana Nacional de C&T do Inpa faz resgate cultural alimentar utilizando a Arca do Gosto

  • Publicado: Quinta, 26 de Outubro de 2017, 13h54
  • Última atualização em Quinta, 26 de Outubro de 2017, 16h03

A Arca do Gosto é um catálogo mundial produzido pelo movimento Slow Food que identifica, localiza, descreve e divulga sabores quase esquecidos de produtos ameaçados de extinção, mas ainda vivos com potenciais produtivos e comerciais reais

Por Luciete Pedrosa (texto e foto) – Ascom Inpa

Apresentar aos participantes o abricó, fruta-pão, araticum, ariá e outros alimentos quase esquecidos ou pouco conhecidos pela população e fazer um resgate da cultura alimentar. Este é um dos objetivos da Capacitação para Multiplicadores da Arca do Gosto, promovida pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC), como parte da programação da 14ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) que acontece até o próximo domingo.

Um desafio culinário no qual os participantes utilizarão conhecimento e criatividade para elaborar preparações (como purês, geleias e tortas) com os alimentos da Arca do Gosto marcará o encerramento da capacitação nesta sexta-feira, das 9h às 17h, na Universidade Nilton Lins. A atividade será coordenada pela gastrônoma Luiziane Viana.

Iremos apresentar alguns alimentos da região Norte que estão dentro da Arca do Gosto como o ariá, cacau, açaí, e sugerir algumas preparações que podem ser feitas com esses elementos”, explica Viana.

 

Arca do Gosto SNCT INPA Foto Luciete Pedrosa 4

 

A Capacitação teórica e prática é uma parceria do Laboratório de Alimentos e Nutrição do Inpa com o Movimento Slow Food Manaus e a Universidade Nilton Lins. Durante a capacitação será mostrada uma lista de alimentos do Brasil que compõem a Arca do Gosto.  A parte teórica acontece no Inpa durante dois dias, em período integral, e é ministrada pelo zootecnista Carlos Demeterco, integrante do Slow Food.

De acordo com informações do Slow Food, a Arca do Gosto é um catálogo mundial que identifica, localiza, descreve e divulga sabores quase esquecidos de produtos ameaçados de extinção, mas ainda vivos com potenciais produtivos e comerciais reais.

Participam da capacitação estudantes de gastronomia e nutrição e agricultores.

Resgate

 

Arca do Gosto SNCT INPA Foto Luciete Pedrosa 1

 

De acordo com Carlos Demeterco, esse resgate cultural alimentar é uma forma para chamar a atenção das pessoas para os alimentos que estão em vias de extinção ou em declínio, ou seja, aqueles alimentos que fazem parte da cultura local, que são produzidos pela agricultura familiar, mas que não são fáceis de serem encontrados nas feiras. Um exemplo é o abricó, um fruto que se caracteriza por um teor elevado de umidade (água), concentrações de fibra alimentar e baixo teor de energia. 

Segundo Demeterco, hoje o que se tem é uma cultura alimentar industrializada, pautada pela indústria, na qual há uma alimentação padronizada com tudo pronto etodos os dias se come, por exemplo, arroz, feijão, bife e batata. “A ideia do resgate da cultura alimentar é o resgate de uma cultura local, levando-se em consideração a valorização de alimentos regionais para diversificar a dieta das pessoas e aumentar o consumo desses alimentos”, diz.

O zootecnista exemplifica que o abricó, o cubiu e o ariá são alimentos que não fazem parte do cotidiano da população, porém, estão em algum lugar. Segundo ele, as pessoas não procuram na feira porque muitas vezes não sabem que existem. “Muitas vezes o agricultor tem esses alimentos no sítio, mas não leva para a feira porque as pessoas não pedem”, diz Demeterco ao listar outros alimentos que poderiam fazer parte da culinária regional como a taioba (batata), o cumaru (como tempero) e o araticum (fruta).  

“Para mim está sendo uma surpresa muito agradável de ver o resgate das receitas, dos sabores e das memórias. Um exemplo é o maracujá-açu, conhecido como maracujá-melão, que chega a pesar três quilos e é rico em potássio e vitamina C, e na gastronomia é usado da geléia ao suco”, conta a professora de gastronomia e estudante de nutrição Rosimeire Oliveira que participa da capacitação.

SNCT 

Até o próximo domingo mais de 100 atividades são desenvolvidas pelo Inpa dentro da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que este ano tem como tema A Matemática está em Tudo. Entre elas estão apresentações culturais, exposições, palestras em escolas e no Inpa, cursos, oficinas e visitas guiadas em Manaus e em cinco municípios do interior: Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, Novo Airão, Manacapuru e Careiro Castanho.

 

Oficina de Artesanato Indígena SNCT Foto Luciete PEdrosa Cópia 

 

O evento começou na última segunda-feira (23) e as atividades são gratuitas. Caso o interessado não consiga fazer a inscrição pelo site https://www.doity.com.br/snct-inpa-2017/inscricao, pode comparecer ao Inpa que será encaminhado a alguma atividade de interesse que esteja acontecendo naquele momento. O Bosque da Ciência do Inpa está localizado na Rua Bem-te-vi, s/nº, Petrópolis, zona sul de Manaus.

Nesta quinta e sexta-feira, pesquisadores das áreas de meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão) e de qualidade de água estão em Novo Airão, onde fazem palestras em escola, faculdade e na comunidade do Sobrado.

Para esta sexta-feira ainda há muita atividade programada. Entre elas a edição especial do Circuito da Ciência, projeto de popularização da ciência para crianças de escolas de Manaus, Visita Guiada aos quelônios, visita guiada ao Lago do Bosque incluindo a coleta e identificação de plantas aquáticas (macrófitas), Oficina de produção de artesanato indígena do Alto Rio Negro com sementes e fibras (etnias Tariana, Saterê-Mawé e Tucana) e uma excursão para a Reserva Ducke – Ciência na Floresta: como as plantas se movem e se defendem?

A atividade na Ducke envolve observação e experimentação em campo e o grupo de 20 alunos já está fechado. Coordenada pela pesquisadora Flávia Costa, a excursão vai levar os alunos para caminhar pelas trilhas da floresta, acompanhados de monitores. Eles investigarão uma das duas perguntas propostas no tema da atividade. “Na investigação, vamos discutir de que maneira as plantas podem se mover (polinização e dispersão) e se defender (defesas químicas, físicas, interações com insetos) e procurar exemplos delas”, contou Costa.

No Bosque da Ciência, o visitante encontra exposições permanentes como Cogumelos Comestíveis, Fungos patogênicos, Ilustrações Botânicas, Fotografias Botânicas e Estação da Aquicultura.

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