Livro apresenta processo desintegrador de culturas e dos povos amazônicos
O livro “Logospirataria na Amazônia” fala sobre o processo que consiste na violação de bens e direitos dos povos amazônicos e comunidades tradicionais, indo além da biopirataria ou pirataria
Texto: Karen Canto - Ascom Inpa
Arte: Ayrton Hugo - Ascom Inpa
O professor Raimundo Pereira Pontes Filho lança seu mais novo livro nesta sexta-feira (22), no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC). O lançamento será às 17h, no auditório do Bosque da Ciência. A entrada será pela portaria do Inpa, rua Bem-te-vi, 2.936, Petrópolis, na Zona Sul de Manaus. Na oportunidade, o autor fará uma apresentação do tema.
Pontes Filho é autor de outros oito livros que tratam de história da Amazônia e questões jurídicas.Ele é mestre em Direito Ambiental pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) edoutor em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), onde leciona.É delegado da Polícia Civil e preside o Conselho Penitenciário do Estado do Amazonas, além de escrever frequentemente artigos para jornais, revistas e veículos eletrônicos de imprensa.
Conforme Pontes Filho, a logospirataria pode ser considerada um novo conceito no campo sociojurídico, com origem nas áreas das ciências sociais e jurídicas. O livro “Logospirataria na Amazônia” fala sobre o processo que consiste na violação de bens e direitos dos povos amazônicos, indo além da biopirataria ou pirataria amazônica.Tem como objetivo apresentar uma nova análise e leitura dos processos predatórios e aniquiladores da biodiversidade e das culturas na Amazônia, propondo medidas preventivas e de combate a eles.
“É necessário promover uma maior reação e enfrentamento à logospirataria na região amazônica antes que seja tarde”, garante o especialista ao afirmar que os recursos naturais, biológicos, culturais, assim como os conhecimentos e sociedades tradicionais na Amazônia dependem da atenção permanente de combate à logospirataria na Amazônia.
A obra, editada pela Chiado Editora, de Portugal, procura responder questões centrais como o que se entende pelo conceito logospirataria e quais os impactos resultantes da logospirataria na Amazônia brasileira. A obra busca esclarecer sobre a incidência da logospirataria e seus principais impactos na região, considerando as populações tradicionais e a biodiversidade e o contexto de crescente escassez de recursos ambientais relevantes. Apresenta, ainda, sugestões de prevenção e enfrentamento da logospirataria na Amazônia.
O pesquisador em estudos sobre a Amazônia afirma que aceitou o convite para lançar a obra no Inpa pelo fato da instituição de pesquisa ser um local de referência na busca e difusão de conhecimentos, produtos e serviços que promovem a Amazônia, assim como a diversidade biológica e sociodiversidade da região.
“Na pesquisa que desenvolvi sobre os impactos da logospirataria na região também recorri aos dados do Inpa”, conta Pontes ao acrescentar que a “atuação científica transparente e direcionada para a proteção dos recursos amazônicos do Instituto é fundamental, inclusive, para prevenir a logospirataria”.
A obra deverá custar no máximo R$ 50,00 e poderá ser adquirida no dia do lançamento. O livro de cinco capítulos e 318 páginas também poderá ser adquirido através dos sites das livrarias parceiras da editora, como as livrarias Cultura, Martins Fontes, Saraiva,Galileo.A primeira edição conta com 1.000 exemplares.
Relevância do livro
Discutir medidaspara a manutenção e preservação da Amazônia e seus recursos naturais, biológicos e culturais, de acordo com Pontes Filho,é essencial para combater as medidas exploratórias e atividades econômicas capazes de aniquilar a qualidade do meio ambiente amazônico e, consequentemente, as sociedades nativas ou comunidades tradicionais.
O autor destaca quea “logospirataria movimenta, opera e também resulta dos impactos de negócios, intervenções e atividades que visam fins meramente pragmáticos e mercadocêntricos”.“Por isso, é fundamental discutir a logospirataria na Amazônia”, afirma.
Pontes Filho garante que os impactos da logospirataria se evidenciam a partir do levantamento da realidade socioambiental, com a constatação de processos e situações concretas de violência, crime, espoliação, saque, pilhagem, privação e violação a direitos fundamentais, no caso, verificados na Amazônia brasileira, incidentes sobre a bio e a sociodiversidade.
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