Doutorado interinstitucional do Inpa em parceria com a Ufac gradua primeira turma
A expectativa é que essas oito teses, que foram defendidas, representem algo em torno de 30 a 40 artigos publicados em apenas um ano
Por Karen Canto (Texto e foto) – Ascom Inpa
O conhecimento adquirido em quatro anos de curso agora pode ser disseminado pelos novos doutores que retornam para o Acre. A formação de oito doutores em Ciências Florestais Tropicais é resultado do Doutorado Interinstitucional Fora de Sede (Dinter), uma parceria entre o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) e a Universidade Federal do Acre (Ufac). O encerramento do programa foi na manhã desta sexta-feira (1), no Campus III do Inpa/V-8.
“Esse momento é um somatório de várias realizações que começaram lá atrás, na graduação, e agora concluo com chave de ouro com o doutorado aqui no Inpa”, diz o jovem doutor João Ricardo Leão, 28 anos, acrescentando que o doutorado abre novas perspectivas para o futuro em sua área de atuação. Atualmente, o doutor é docente do Instituto Federal do Acre (Ifac).
Para Leão, o conhecimento adquirido por ele e seus colegas no curso servirá para fortalecer, não só o Acre, mas a Amazônia como um todo. “Quanto maior for o número de pessoas influenciadas positivamente por mim e pelos meus colegas, maior o número de pessoas contribuindo e somando esforços para o fortalecimento e desenvolvimento sustentável da nossa região”, diz.
A expectativa é que essas oito teses, que foram defendidas, representem algo em torno de 30 a 40 artigos publicados em apenas um ano, o que significa uma produção científica considerável em número de formação de recursos humanos, tanto para as duas instituições, quanto para a região amazônica.
Para o coordenador do Dinter, o pesquisador José Francisco, o produto final como consequência dessa iniciativa científica é realmente algo diferenciado para a Amazônia. “As instituições podem perenizar essa parceria e fazer com que esses oito doutores possam ser produtivos e ajudem os estados do Acre e do Amazonas a continuarem no rumo certo do conhecimento, do desenvolvimento”, diz. “E por que não dizer: do crescimento da sociedade amazônica em termos de produto”, acrescenta.
A parceria entre as duas instituições trouxe resultados positivos, por conta disso, a abertura de um novo edital para a renovação de próximas turmas já foi confirmada. A data para a abertura do edital está prevista para feverteiro de 2018.
Para o vice-coordenador do projeto e representante da Ufac, Ary Paiva, a parceria entre as duas Instituições ainda pode colher mais frutos. “Isso é muito importante para o Acre, para a Amazônia e para o Inpa, mas o Acre ainda carece muito mais de recursos”, ressalta.
Paiva diz ainda ser impressionante a quantidade de pesquisas e a infraestrutura necessária para ter conseguido fazer as análises que foram apresentadas nas defesas. “Foi um trabalho fantástico. Não teríamos como fazer isso sozinhos”, diz Paiva, acrescentando que não foi fácil colocar o programa em prática.
Já para o pesquisador Niro Higuchi, que em breve assumirá o posto da Coordenação de Pós-Graduação em Ciências de Florestas Tropicais do Instituto, as expectativas ainda continuam na área de trabalho, um trabalho que vem sendo feito com muita competência e rigor. “Para dar continuidade a isso, vamos tentando melhorar cada vez mais”, diz Higuchi ao comentar ter objetivos em ampliar as relações nacionais e internacionais do Inpa.
Sobre o Dinter em Ciências Florestais Tropicais
De acordo com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Doutorado Interinstitucional é a relação entre duas instituições. No caso do Inpa e da Universidade Federal do Acre, uma turma de doutorando foi idealizada para formação de recursos humanos na Amazônia.
“Trouxemos os alunos para fazer as disciplinas aqui em Manaus e quase sempre as pesquisas foram feitas no Campus do Acre, com algumas exceções”, ressalta o coordenador José Francisco que conta que, inicialmente, a turma foi fechada com dez alunos, sendo que oito terminaram o doutorado.
Os que terminaram o curso estão retornando para o Acre, não somente para a Ufac, mas para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), para o Instituto Federal do Acre (Ifac) e outras instituições de pesquisa do Estado.
“Por conta de tudo isso, o governo brasileiro não fez um investimento em vão e a gente tem certeza que tudo foi feito de acordo com os princípios da ética, da correção e da produção científica”, conclui José Francisco.
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