Inpa capacita indígenas no manejo do bananal no Baixo Amazonas e no Alto Solimões
Ao longo de 2 anos, mais de mil produtores já foram capacitados nessa tecnologia de baixo custo, que tem sido uma das mais demandadas pelos produtores do Estado
Da Redação – Ascom Inpa
Foto: Acervo pesquisadora Sonia Alfaia
Para produzir mudas de bananas saudáveis e de boa qualidade, uma tecnologia de baixo custo para o manejo do bananal, desenvolvida em Cuba, foi repassada pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) para cerca de 100 produtores de comunidades indígenas, situadas no Baixo Amazonas e no Alto Solimões. As atividades continuam com a capacitação em agricultura orgânica para produtores familiares de Tabatinga e Benjamin Constant até nesta sexta-feira (1º de setembro).
A tecnologia tem ênfase na multiplicação de rizomas da bananeira, que podem ser cortados em pedaços, sendo que cada fração contendo uma gema se transformará em uma muda. Esta estará pronta para o plantio após três meses. Além da produção de mudas, também foram repassadas informações sobre as boas práticas de manejo da bananeira, assim como o controle de pragas e doenças com o uso de defensivos naturais.
Desde o último dia 14, os produtores indígenas recebem conhecimentos teóricos e vão à campo para colocarem em prática o que foi ministrado na sala de aula pelo instrutor, o professor doutor Reinaldo Puentes, da Univerdad José Martí Pérez de Sancti Spíritus, em Cuba.
As oficinas, que aconteceram de 14 a 25 de agosto, fazem parte das atividades do projeto “Implantação de Unidades Demonstrativas Agroflorestais na Amazônia (IUDAA)”, financiado pela Finep e coordenado pela Dra Denise Gutierrez; do projeto “Feirão do Produtor Rural” financiado pelo MCTI; e do Projeto Waraná, que conta com patrocínio do Programa Petrobras Socioambiental, ambos coordenados pela pesquisadora do Inpa, Sonia Alfaia.
“Instituições de pesquisas como o Inpa são financiadas pela sociedade, portanto, é justo que os resultados das pesquisas aqui realizadas retornem para a sociedade, principalmente, para as comunidades mais carentes como as indígenas”, diz Alfaia.
Duas oficinas foram realizadas na Terra Indígena Andirá-Marau, beneficiando mais de 50 produtores Saterê-Mawé das comunidades Base 20 Quilos (calha do Andirá) e Ilha Miquiles (calha do Marau). A terceira oficina foi na Terra Indígena Eware 1, na comunidade Belém do Solimões, região do Alto Solimões, onde também mais 50 produtores Ticuna foram capacitados, numa parceira com o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal do Amazonas (Idam) de Tabatinga.
Ao longo de 2 anos, mais de mil produtores já foram capacitados nessa tecnologia de baixo custo, que tem sido uma das mais demandadas pelos produtores do Estado, considerando que a banana é uma das principais culturas do Amazonas.
Para o tuxaua Josibias dos Santos, da comunidade de Ilha Miquiles, o curso foi muito bom para os produtores indígenas que já têm bastante conhecimento sobre a cultura da banana e agora com o uso dessa nova tecnologia vão poder produzir um número maior de mudas e de boa qualidade, isentas de pragas e doenças. “Antes, os agricultores faziam o uso apenas dos filhos que se desenvolviam junto ao pé da planta mãe”, diz.
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