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Paiol da Cultura recebe no sábado Círculo de Mulheres: como ser uma Amazonas hoje?

  • Publicado: Quarta, 02 de Agosto de 2017, 11h40
  • Última atualização em Quarta, 02 de Agosto de 2017, 12h11

Promovido pela artista Simone Fontana Reis, o encontro é uma atividade da instalação “Nem tudo que reluz é ouro”, da mesma artista, que segue em cartaz até o dia 20 de agosto no Paiol da Cultura

Da Redação – Ascom Inpa*

Foto: Roumen Koynov

O que representaria nos dias de hoje, ser uma Amazonas? Onde se encontram na contemporaneidade as lideranças femininas? Como combater o processo de repressão e desvalorização da mulher impregnado em nossa cultura desde a colonização? Para discutir essas e outras questões será realizado neste sábado (5) o “Círculo de Mulheres: como ser uma Amazonas hoje?”, às 14h, no Paiol da Cultura, que fica no Bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC).

Promovido pela artista Simone Fontana Reis, o círculo é uma atividade da instalação “Nem tudo que reluz é ouro”, da mesma artista, que segue em cartaz até o dia 20 de agosto, no Paiol da Cultura. Segundo Reis, o espaço com formato arredondado, quente e úmido como um útero, foi coberto na instalação por terra preta com réplicas de cacos cerâmicos ancestrais.

“Nesse encontro com indígenas, caboclas,artistas, arqueólogas, antropólogas e outras batalhadoras, queremos conversar sobre o resgate da tecnologia da Terra Preta e propor uma reflexão sobre o papel das mulheres nas comunidades de hoje em comparação comantigamente”, destacou a artista.

 

Instalacao nem tudo que reluz é ouro Foto Koynov

 

A valorização da mulher na sociedade e a superação dos preconceitos em relação à cultura ameríndia são pontos fortes do trabalho de Simone Reis, que convida a todos “a uma viagem ao mundo enterrado logo abaixo de nossos pés”.

 

“Que crença precisamos destruir? Que reflexos e imagens podemos resgatar? Sabemos o quanto é importante recriar um elo de identificação entre mulheres e das mulheres de hoje com suas sucessoras. Os homens brancos europeus sempre tiveram modelos de outros homens vencedores para se refletirem. Que mulheres do passado servem como modelo para as daatualidade?”, questiona Simone Reis.

 

O Círculo de Mulheres em Manaus é o primeiro de uma série que a artista planeja organizar, com a finalidade de criar uma oportunidade de encontro entre mulheres lutadoras que acreditam na potência da aliança feminina.

 

Espaço de visitação pública do Inpa, o Bosque da Ciência fica na rua Bem Te Vi (Antia Otávio Cabral), s/nº, bairro de Petrópolis. Funciona de terça a sexta-feira das 9h às 12h e das 14h às 16h (entrada) e sábado e domingo das 9h às 16h (entrada). O bosque é fechado às segundas-feiras para manutenção.

Amazonas

O nome Amazonas, que batiza o maior Estado do Brasil e o maior rio do mundo em volume e extensão, tem sua origem em uma lenda grega que veio parar em terras brasileiras. Quando expedicionários europeus chegaram à região que hoje pertence à Amazônia, encontraram um grupo de índias guerreiras. Segundo os relatos, elas lutavam nuas e viviam em tribos isoladas. Eram chamadas pelos índios de icamiabas. Por seus costumes, elas lembravam as lendárias amazonas da mitologia grega, e logo foi feita a associação entreelas.

Segundo Simone Reis, sabe-se que o papel das mulheres nas sociedades ancestrais que aqui viveram antes da chegada dos europeus era muito importante. “Além de terem desenvolvido a tecnologia da Terra Preta, responsável por sustentar uma civilização saudável e bem alimentada por milênios, elas cuidavam da família, da floresta, lutavam, jogavam, dançavam, e, sobretudo, participavam ativamente da vida política e social nas aldeias, ao contrário do que ocorria no mesmo período na Europa, onde a mulher era reprimida pelo homem, e tinha pouca participação na vida social, ficando limitada as tarefasdomesticas”, destacou.

As mulheres ameríndias se empenhavam ao lento e trabalhoso método da confecção da Terra Preta para deixar este adubo como “um presente para futuras gerações”. Conforme Simone Reis, essa consciência demonstra o grau de humanidade que essas civilizações atingiram, bem diferente da realidade que se vive no mundo e no Brasil de hoje, e o quanto se tem para aprender com nossas raízes ameríndias.

Sobre a artista

Simone Fontana Reis nasceu em São Paulo, 1965. Fez mestrado em Londres, na Central Saint Martins College of Art and Design, graduou-se em 2014. Suas práticas e expressões artísticas navegam entre pinturas, esculturas e instalações.

Por ter uma ligação intrínseca com a natureza, há 20 anos, a artista pesquisa florestas e orquídeas. Também pesquisa a comunidade indígena Kadiueu no Brasil Central, visitando-os regularmente e deixando-se influenciar pelas artes deste povo.

Participou de exposições em Londres, São Paulo, Nova Iorque e Suécia, onde viveu por oito anos. Participou da residência Lab Verde na Amazônia em 2016. É autora da instalação Nem tudo que reluz é ouro no Paiol da Cultura, que conta com o apoio do Inpa.

*Com informações da artista

Serviço:

Instalação Nem tudo que reluz é ouro

Circulo de Mulheres: como ser uma Amazonas hoje?

Com a artista Simone Fontana Reis

Paiol da Cultura - Bosque da Ciência - Manaus 05 de agosto de 2017 (sábado) – 14h

Entrada aberta e gratuita no Paiol

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