Pesquisadora do Inpa participa de estudos para transformar a criação de abelhas numa ferramenta de desenvolvimento sustentável
Oestudo, no qual teve a participação do Inpa, foi realizado com 250 criadores de 20 estados do Brasil. Os pesquisadores avaliaram o impacto de determinadas práticas de manejo sobre a produtividade e a geração de renda pela comercialização de mel e colmeias
Da redação da Ascom
Foto: Acervo
Fornecer subsídios para aperfeiçoar a atividade da meliponicultura (criação de abelhas nativas) e fazê-la mais acessível a novos empreendedores, além de aumentar o seu valor como ferramenta de desenvolvimento sustentável. Estes foram os objetivos de um estudo realizado com 250 criadores de 20 estados do Brasil, no qual teve a participação da pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Gislene Zilse, juntamente com outros pesquisadores de várias instituições brasileiras.
Durante o primeiro semestre de 2014, os pesquisadores avaliaram o impacto de determinadas práticas de manejo sobre a produtividade e a geração de renda pela comercialização de mel e colmeias. Os pesquisadores aproveitaram essa grande diversidade de práticas de manejo para identificar quais delas maximizam a produção de mel e colônias e quais aumentam a renda gerada pela venda desses produtos.
A pesquisadora explica que a meliponicultura, no Brasil, é ainda uma atividade essencialmente informal, o conhecimento técnico é escasso e as práticas de manejo carecem de padronização. Segundo Zilse, a criação de abelhas nativas gera renda às comunidades rurais, reduz a necessidade de explorar outros recursos naturais e cria incentivos para proteger o meio ambiente.
“Além disso, a meliponicultura contribui com a preservação das abelhas nativas e dos serviços de polinização que elas fornecem, os quais são fundamentais para garantir a produtividade de muitas culturas comerciais e manter a biodiversidade de plantas dos ecossistemas naturais”, disse Zilse.
Artigo com os resultados dessa pesquisa foi publicado, recentemente, na revista Plos One, onde relata sobre a criação de abelhas nativas e seu potencial como atividade de desenvolvimento sustentável.
Os resultados destacam a importância de ensinar aos meliponicultres como inspecionar e alimentar suas colônias; multiplicá-las; colher e preservar o mel e como controlar a infestação de parasitas; e como agregar valor ao rotular os recipientes de mel. Além disso, a experiência dos meliponicultores e sua rede de criadores conhecidos tiveram uma influência importante sobre a produtividade e a renda.
A pesquisadora Zilse ressalta que preservar as abelhas nativas é particularmente importante, neste momento, quando grandes populações de abelhas estão desaparecendo por causa de doenças, agrotóxicos e a degradação dos seus ambientes naturais. “A meliponicultura pode ajudar a conservar as abelhas, manter os seus serviços de polinização, e contribuir com o desenvolvimento sustentável de muitas comunidades rurais”, justifica a pesquisadora.
Além do Inpa, participaram do estudo pesquisadores da Universidade do Texas (Estados Unidos), Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), no Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), Universidade Federal do Ceará (UFC), Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
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