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Grupo Aquicultura na Amazônia Ocidental do Inpa traz especialista em nutrição de larva de peixe para diminuir mortalidade do pirarucu

  • Publicado: Quarta, 08 de Abril de 2015, 14h10
  • Última atualização em Quarta, 08 de Abril de 2015, 14h10

Além da vinda do pesquisador visitante, há a possibilidade dos estudantes do Programa de Pós-Graduação em Aquicultura fazerem doutorado sanduíche em Portugal

Por Luciete Pedrosa/Ascom Inpa

Foto: acervo

Com a meta de contribuir com a produção do pirarucu (Arapaima gigas) melhorando a alimentação na fase inicial de larvas, na tentativa de diminuir a mortalidade desse peixe para alavancar o setor de aquicultura na região Amazônica, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) trouxe a Manaus o doutor em nutrição de larvas de peixes e um dos maiores especialistas do mundo, o pesquisador português Luís Eugenio da Conceição.

A vinda do pesquisador a Manaus, por meio do grupo de pesquisa Aquicultura na Amazônia Ocidental/Inpa, foi aprovada em janeiro de 2015, pelo Programa Ciência Sem Fronteiras (CsF), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e possibilitará que ele fique como pesquisador visitante especial pelos próximos três anos com permanência no Inpa de 30 a 90 dias por ano de projeto. 

Luís Eugenio da Conceição atuará no projeto “Ontogenia da função digestiva e exigências nutricionais da larva de pirarucu: base para formulação de dietas e estratégias alimentares durante a fase inicial”, coordenado pela doutora em Zootecnia e pesquisadora do Inpa, Ligia Uribe Gonçalves. A pesquisa faz parte do Programa de Pós-Graduação em Aquicultura da Universidade Nilton Lins em parceria com o Inpa.

Com a realização do projeto pretende-se melhorar as taxas de sobrevivência durante a fase larval do pirarucu, em particular quando é feita a transição do alimento vivo para alimento inerte (ração), de forma a apoiar o setor produtivo brasileiro numa das suas maiores dificuldades (a mortalidade de peixes na fase de larvas).

A iniciativa de realizar o projeto é da pesquisadora Ligia Gonçalves, uma das integrantes do grupo de pesquisa, que visualizou ainda em 2013 a carência de estudos com larvas de pirarucu. De acordo com a pesquisadora, não se sabe ao certo o momento da abertura da boca e ânus e nem quando há a completa absorção do saco vitelínico durante a metamorfose. “Além disso, atualmente, as rações para larvas de pirarucu utilizadas na piscicultura são formuladas para outras espécies de peixes, assim, não se sabe se as exigências nutricionais do pirarucu estão sendo atingidas”, diz Gonçalves.  

O pirarucu (Arapaima gigas), que em tupi significa “peixe vermelho”, é o maior peixe de escamas de água doce do Brasil e um dos maiores do mundo, podendo atingir até 3 metros e pesar 250 quilos. Sua carne é saborosa e é comercializada fresca, salgada ou seca. É o peixe de maior valor econômico e alimentício no Amazonas.

Luís Eugenio ressalta que sua meta é melhorar a alimentação das larvas desse peixe elaborando vários tipos de rações e criar uma tecnologia específica para esse animal. “Assim, veremos até que ponto podemos alimentá-los precocemente com dietas inertes e, não apenas, com alimentos vivos, como é feito hoje em dia, e garantir a qualidade dessas das larvas”, diz o pesquisador visitante, acrescentando que após esses estudos deverá ser analisado o período de crescimento nos viveiros.

Na opinião do diretor do Inpa, Luiz Renato de França, a vinda a Manaus do especialista na área de nutrição de peixes é positiva, porque a fase de crescimento inicial das larvas é crítica. Para o  diretor, se houver uma  maior quantidade de larvas com a qualidade necessária, haverá a chance de se ter uma produção muito maior de pirarucu por área. “A sobrevivência de larvas é altamente importante se quisermos criar espécies do ponto de vista comercial”, comentou França.

Bolsas de estudo

Além da vinda do pesquisador visitante, os pesquisadores do projeto foram contemplados com auxílio financeiro de duas bolsas de pós-doutorado e duas bolsas de doutorado sanduíche pelo Programa Ciência sem Fronteiras, as quais serão destinadas para os estudantes do Programa de Pós-Graduação em Aquicultura.

Um doutorado sanduíche é um programa de bolsa de estudo no qual o estudante tem a chance de fazer parte (de alguns meses a um ano) do seu curso de doutorado em outra instituição brasileira ou internacional. “O que dará uma alavancada nesse setor, possibilitando que os alunos se especializem e tragam essa tecnologia para o Amazonas”, comemora a pesquisadora Elizabeth Gusmão Affonso, líder do grupo de pesquisa Aquicultura na Amazônia Ocidental/Inpa e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Aquicultura.

 

 

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