Visitantes aprendem curiosidades sobre os macrofungos na Semana do Meio Ambiente do Inpa
O objetivo da exposição é divulgar o trabalho que o Laboratório de Patologia da Madeira desenvolve com os macrofungos
Por Karem Canto – Ascom Inpa
Boa parte das pessoas ao pensar em fungos tem no imaginário que se trata apenas de micoses e cogumelos comestíveis. Mas você sabia que alguns desses fungos são usados, por exemplo, na indústria de papel, têxtil e na biorremediação (tecnologia usada para remover contaminações no solo com uso de organismos vivos). Essas e outras curiosidades sobre os fungos são contadas na Exposição de Macrofungos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC).
A atividade é liderada pela pesquisadora Maria Aparecida de Jesus do Laboratório de Patologia da Madeira. Faz parte da Semana do Meio Ambiente do Inpa, que iniciou no último domingo (4) e encerra-se no próximo domingo (11), no Bosque da Ciência (rua Otávio Cabral, s/n- - Petrópolis), que está de portas abertas. Uma variedade de programação foi realizada e atingiu um público de todas as idades.
Os macrofungos são aqueles fungos cujo corpo de frutificação é possível ver a olho nu, como cogumelos comestíveis, alucinógenos e venenosos. “É relevante citar que, na bioprospecção de novas drogas, a maior parte resulta de descobertas baseadas na química dos fungos”, diz a pesquisadora.
Segundo o bolsista de iniciação científica, Flávio Costa, o objetivo da exposição é divulgar uma parte do trabalho que o Laboratório Patologia da Madeira está desenvolvendo. “Queremos levar para a população o conhecimento sobre a biodiversidade dos macrofungos da região amazônica e seus potenciais biotecnológicos, alimentares e medicinais”, diz Costa.
No estande, ainda é possível conhecer um fungo popularmente conhecido como orelha-de-pau (Perenniporia macrospora) com aproximadamente 20 anos, cujo formato aparenta o de uma orelha com várias camadas espessas e duras, que dão origem ao nome.
Para Costa, a maioria das pessoas tem uma visão limitada e até desconhecem sobre o que vem a ser um fungo. “É natural que a gente encontre uma árvore com fungos crescendo e não saiba o que é aquilo. As pessoas vêem uma orelha-de-pau e costumam pensar que aquilo é composto da árvore, mas não é. Na verdade, isso pode estar matando aquela árvore”, explica.
Já o fungo conhecido como orelha de judeu (Auricularia judae) é muito utilizado na culinária vegana e vegetariana porque possui praticamente a mesma quantidade de proteína que a de bife e são muito nutritivos. “O shitake é usado em pizzas, saladas e outros”, conta o estudante Lucas Silva, também bolsista de iniciação científica.
O cultivo de fungos comestíveis requer relativamente pouco capital. Em países menos desenvolvidos, o cultivo de cogumelo é uma alternativa sustentável, pois envolve o uso racional de resíduos orgânicos e a produção de alimento, e não causa danos ao ambiente.
Saiba mais
Essa e outras atividades são realizadas gratuitamente no Bosque da Ciência do Inpa como parte da programação da Semana do Meio Ambiente. As atividades realizadas em grupo, como caminhadas para observação de pássaros, trilhas para observação de insetos, observação astronômica e oficina para maquiagem sustentável intuitiva precisam de inscrição.
Os interessados podem se inscrever pelo email coext.inpa@gmail.com ou ligar para (92) 3643-3135, exceto para a oficina de maquiagem que é feita diretamente com o instrutor, o biólogo e artista Emerson Pontes (Uýra), por meio dos seguintes contatos: emersonpontesbio@gmail.com ou (92) 99425-5511.
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