Especialistas se reúnem no Cequa para debater conservação de tartarugas de água doce
Dentre os assuntos estão as Últimas descobertas do Cequa para a biologia reprodutiva dos quelônios da Amazônia, Projeto pé-de-pincha - 18 anos de manejo comunitário de quelônios da Amazônia e Comunicação acústica em quelônios aquáticos
Luciete Pedrosa - Ascom Inpa
Foto: José Augusto Mota (Ibama/ divulgação) e Luciete Pedrosa
Para comemorar o Dia Mundial da Tartaruga (23 de maio) e refletir sobre a necessidade de conservação das tartarugas na natureza, o Centro de Estudos de Quelônios da Amazônia (Cequa) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) promoverá na próxima segunda-feira (22) um ciclo de palestras sobre o tema. As tartarugas da Amazônia estão entre os animais mais caçados da bacia amazônica devido a sua importância histórica como alimento.
Para o coordenador do Projeto Tartarugas da Amazônia e um dos maiores especialistas em conservação e ecologia de tartarugas de água doce, o pesquisador e herpetólogo (especialista em répteis e anfíbios) do Inpa Richard Vogt, o ciclo de palestras é uma oportunidade de reunir especialistas para discutir novas pesquisas e ideias sobre a conservação e manejo de tartarugas da Amazônia, além de planejar pesquisas futuras.
“Vamos divulgar as pesquisas recentes realizadas com ecologia, conservação e manejo de tartarugas da Amazônia, a fim de estimular, principalmente, os estudantes a virem participar dos estudos no Cequa”, diz Vogt. “Além disso, vamos alertar a sociedade para os problemas que se enfrenta com a conservação das tartarugas na Amazônia e no mundo”, acrescenta.
Os interessados podem se inscrever pelo endereço https://doity.com.br/cequa-inpa. As inscrições prosseguem até o dia 19 de maio no valor de R$ 20, que dá direito ao kit palestra e ao coffee break. Haverá entrega de certificado de participação aos inscritos.
A abertura está programada para as 8h30, no auditório do Cequa, situado no Lago Amazônico, no Bosque da Ciência do Inpa. Pela manhã, haverás palestras dos especialistas: Richard Vogt/Inpa (Quelônios da Amazônia); Paulo Cesar de Andrade/Ufam (Projeto pé-de-pincha - 18 anos de manejo comunitário de quelônios da Amazônia); Augusto Fachin Terán/Instituto Mamirauá (Experiência de Preservação Podocnemis na RDS Mamirauá); Marcela Magalhães/Ufam (Desenvolvimento embrionário de quelônios).
Pela parte tarde, a partir das 13h30, a programação continua com palestras dos especialistas: Fabio Cunha, bolsista PCI/Inpa (Últimas descobertas do Cequa para a biologia reprodutiva dos quelônios da Amazônia); Maria das Neves/Ufam (Estrutura genética da população de Podocnemis sextuberculata (Testudines, Podocnemididae); Raymundo Brilhante/Semed (Processo de musicalização infantil utilizando os quelônios da Amazônia); e Camila Ferrara/WCS(Comunicação acústica em quelônios aquáticos).
Vogt destaca que na evolução de todas as espécies de quelônios continentais, a situação do tracajá (Podocnemis Unilifis) e da tartaruga da Amazônia (Podocnemis expansa) é considerada como Vulnerável pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O pesquisador também lembra que na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção as duas espécies foram avaliadas, em 2010, como Quase Ameaçada.
Inaugurado há dois anos, e Centro de estudos e exposição de quelônios vivos da Amazônia realiza trabalhos sobre o comportamento alimentar e reprodutivo, regulação de temperatura por ninho e vocalização de tartarugas (bioacústica). Abriga cerca de 130 animais, de 16 espécies.
A finalidade do espaço é promover, por meio de ações conjuntas de educação ambiental e de pesquisa, o aumento da valorização e da consciência ecológica dos amazonenses frente à dificuldade para a conservação de quelônios, destacando-se, principalmente, o consumo, o comércio ilegal e a importância desses vertebrados aquáticos para o equilíbrio ambiental na Amazônia.
O espaço funciona dentro do Bosque da Ciência do Inpa e pode ser visitado de terça a sexta-feira, das 8h às 17h, com intervalo para almoço das 12h às 14h.
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